Capítulo 06

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- O Thomas o quê? - minha mãe, achando estranho eu ter chegado em casa uns 10 minutos antes da hora de largar. Havia passado horas e horas conversando com o Adam, que me levou na porta de casa. Que amorzinho ele.

- Me chamou de putinha ridícula na frente de todo mundo - repeti pela terceira vez - quero ver a senhora defender ele.

- Odeio aquele garoto. Vou ligar para a faculdade.

- Está louca? Não sou criança, mãe. Posso entrar naquela faculdade e enfrentar essa situação sozinha.

- Tudo bem.

- E o Adam, aquele professor, ajudou você? - ela quis confirmar.

- Sim.

- E o você o chamou para jantar?

- É o mínimo. Eu estava tendo um ataque de pânico, mãe. Não estava conseguindo pedir ajuda. Ele me procurou e foi super fofo comigo. Então, trate ele bem, eu imploro.

- Alguma vez já tratei alguém mal? - ela falou, provavelmente ansiosa pela chegada do meu pai e irmã do trabalho deles. Minha irmã  fazia estágio de assistente de advocacia, no escritório do meu pai - Charlie? Gosta desse professor?

- Ele me ajudou.

- Não estou falando disso, você sabe. Quantos anos ele tem? Parece ter uns 30 anos - ela veio até mim. Sempre quis saber de onde Martina herdou esse gosto extremo para homens.

- Mãe, não me deixe constrangida.

- Ele é muito bonito. E parece ser novo. Tenha cuidado com esse homem, cuidado para ele não ser um aproveitador - ela falou, com aquela voz de quem estava ditando um discurso.

- Tá mãe, tudo bem. Só porque a senhora gosta de homens mais velhos, não quer dizer que eu goste - dei as costas para ela, saindo da sala, onde ficava a porta de entrada e indo para o meu quarto. Meu pai era 20 anos mais velho que minha mãe. E não estou exagerando.

Passei a tarde pensando em que vestido usaria. Quero dizer, caso ele fosse. Pensei no meu vestido azul de seda, de alcinha. Sim, muito provavelmente usaria ele.

- Ui, pegadora de velhinho - minha irmã abriu a porta sem nem avisar. Ela havia chegado há horas, mas deu preferência a assistir suas séries a me encher o saco - gostou mesmo do assunto de Literatura desse ano, hein? Cuidado para não acabar estudando Biologia.

- O QUÊ? - dei um berro, diante da piadinha safada sem graça - primeiro que ele não é nenhum idoso. Segundo que ele merece. Terceiro que eu nem sei se ele vem porque falou que não quer ter intimidade com alunas.

- É porque não se chama um homem para jantar na sua casa com seus pais no começo de um relacionamento- ela revirou os olhos, fazendo uma voz grossa e rouca - se ele vier, pode casar com ele, pois não falta coragem.

- Que relacionamento? Martina, eu estava jogada no chão do banheiro. O cara teve pena de mim e me ajudou. Não torne isso constrangedor.

- Se fosse só isso, teria te dado um fora quando você o convidou.

- Ele deu, mais ou menos. Disse que eu era a aluna dele e não sabia se viria.

- Homens são confusos.

- Martina, sai daqui - falei, com raiva dessa mania dela de querer flertar com todos e shippa todo mundo. Ela saiu rebolando e fazendo cara de safada, como se já soubesse o que aconteceria.

Prof DaddyOnde histórias criam vida. Descubra agora