Capítulo 13

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- Está muito cheio - comentei, olhando a multidão em pé e feliz por poder estar sentada em uma das mesas dentre as várias ali postas - cadê a música?

- Você é muito reclamona - meu quase quase namorado me respondeu, fingindo raiva- daqui a pouco começa.

Assim que estacionamos, percebemos imediatamente que ali se encheria de gente, então corremos o mais ligeiro para poder sentar em umas das mesas. Depois de 5 minutos, aquele lugar estava tomado de gente e pensei que, se este lugar sofrer um apocalipse zumbi, o mundo estaria ferrado.

- Com licença - um garçom veio até nós, parecendo meio estressado - vocês vão beber ou consumir alguma coisa?

Consumir já não incluiria a bebida? Ah, esquece, deixa para lá.

- Suco de laranja - pedi, quase o implorando para que trouxesse imediatamente e acabar com a sede desesperadora que sentia. Provavelmente era o sufoco.

- E o seu tio? - ele perguntou, nos olhando e arregalando os olhos por perceber a pergunta invasiva que fez. Adam e eu nos olhamos, mas ele pareceu não se importar e fez com um "não" com a cabeça para mim - me desculpem.

- Tudo bem - garanti a ele, dando um sorriso de lado. Meu TIO!?

- Quero croissant- Adam pediu, sorrindo demais para quem acabara de ser chamado de tio.

O rapaz dos pedidos respondeu um "ok" apresado e saiu, parecendo muito envergonhado. Adam me olhou, rindo, sem parecer se importar nem um pouco, então eu dei uma risada também. Se ele não se importava, então eu também não deveria me ofender tanto. Mas TIO?

- Você tem falado com o Thomas? - Adam perguntou, parecendo ser uma dúvida que ele alimentava a algum tempo.

- Não - respondi, mas lembrando das inúmeras mensagens de perdão que ele havia me mandado. Estava cansada de ouvir só pedidos de desculpas quando Thomas me machucara tanto - o que ele fez não tem perdão. Mas deveria ter tirado ele na minha vida nas primeiras babaquices.

- A culpa não é sua - Adam pegou as minhas duas mãos, com um olhar de compreensão - você o perdoou e Thomas não soube aproveitar a segunda chance.

- A segunda? Ele não soube aproveitar a nona chance. Já aprontou comigo de todas, não esteve do meu lado quando eu precisei, acho até que me traiu, me machucou..

- Te machucou? - ficou confuso, mas depois arregalou um pouco os olhos com revolta- ele te bateu ou..?

- Sexualmente - sussurrei. Tinha medo de ter minha vida exposta, porém sabia que nunca veria aqueles estranhos mesmo.

- Sinto muito mesmo que tenha passado por isso - ele apertou minhas mãos com força - Charlie, você merecia uma pessoa melhor em sua vida. Alguém que se importa somente com seu próprio prazer não gosta de verdade.

Virei o rosto, com meus olhos lacrimejados, olhando para a multidão que ainda andava ao redor a procura de qualquer objeto para se acomodar. Não queria que ele me visse chorar outra vez, mas não conseguia esconder as lágrimas. Era para a minha primeira vez ter sido especial e havia sido COMPLETAMENTE AO CONTRÁRIO do que eu imaginava. Sem contar que eu passei 1 mês achando que estava grávida.

- Você quer mesmo ficar aqui? - ele perguntou, vendo que eu estava meio chateada, suada e nervosa com aquele tanto de gente ao meu redor. Podemos ir para o meu apartamento ou, se não estiver a fim, arrumar outro lugar para ir.

Me levantei, prontamente. Já haviam se passado uns 40 minutos desde o horário marcado para a banda começar e a mesma nem mesmo havia chegado.

- Para o seu apartamento - falei, talvez ansiosa para namorar a noite inteira. Adam era um fofo e lindo e, de longe, muito melhor que o meu ex.

Prof DaddyOnde histórias criam vida. Descubra agora