Capítulo 22

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- Mãe, eu vou no carro do Adam, porque vamos passar no apartamento dele - sussurrei para minha mãe, olhando para trás e vendo a minha avó se despedindo dos homens. Minha avó estava tentando disfarçar não gostar muito do Adam, mas ele já estava a abraçando.

- Cuidado - minha mãe alertou, embora soubesse que EU já estava gostando do lar do Adam demais para ser verdade.

___

- Finalmente- Adam sentou no sofá e relaxou, enquanto olhava eu fechando com chave a porta - viagem longa.

- Minha bunda está dormente - comentei, depois me arrependendo. Se tensão sexual entre mim e Adam era muito forte.

- Vem - ele me chamou com a mão - eu dou uns tapinhas e passa.

Ri.  Não era possível.

Sentei no colo dele, sendo envolvida pelos seus braços.

- Esse final de semana foi bem emocionante, não acha?

- Foi muito - essas foram minhas últimas palavras antes dele me levar até o banheiro para tomar um "banho" demorado que deve ter recompensado os 6 dias separados.Quando chegamos na cama, já estávamos cansados o bastante para dormir até o dia seguinte, na faculdade.

- Charlie, você estudou para a prova de Literatura amanhã? - ouvi ele falar, mas estava virada de costas, porque gostava mais do lado direito.

- Que prova? - arregalei meus olhos, percebendo que estava tão estressada a semana toda, que esqueci completamente da prova geral que iria ter.

- Por sorte, o professor está aqui para te ensinar, não é? - senti ele sentar na cama dele - Vou pegar o livro.

___

Acabei dormindo na casa do Adam.  Estudar ontem à noite acabou em um sono pesado, que só foi atrapalhado no meio da noite quando caí da cama e o Adam achava que era algum assaltante.

Acordamos às 06:00 graças ao telefonema da minha mãe. Estiquei meu braço e peguei meu celular na mesinha onde estava o abajur, ouvindo Adam acordar e se remexer na cama. Ele acordava MUITO fácil.

- Alô? - perguntei, sonolenta, mesmo que talvez fosse uma ligação de trote.

- Filha? Você está bem? - minha mãe perguntou, com meu pai resmungando ao lado dela - por que nem avisou que iria dormir aí no Adam?

- Meu Deus, me desculpe. Não pretendia, mas ele estava explicando o assunto da matéria dele e acabei caindo no sono - me desculpei, nervosa e olhando para a figura curiosa que estava se apoiando em um dos cotovelos para ouvir minha conversa.

- Sei..

- Mãe, ele realmente estava explicando a matéria!

- Charlie, você tem 20 anos. Não posso esperar que aja como as de 5. Não precisa inventar.

- Mas - quis explicar, mas parei no começo - tudo bem.

- Tomara que ela não me ameace também. A Martina já me causou medo o suficiente - Adam falou, com a voz rouca, e apertando os olhos por conta do sol que batia no meu lado da cama.

- Ainda pode dormir durante 1 hora, bebezinho - o mimei, o apoiando de volta na cama e ficando em cima do peito dele.

- Não dormi direito desde que você caiu da cama. Vou dormir te segurando a partir de hoje - ele resmungou.

- Você achou que era um ladrão - dei uma risada, percebendo que minha garganta estava seca demais para aquilo.

- Vou me levantar para pegar as provas - ele avisou, me dando um beijo e se levantando.

___

Quando eu e Charlie chegamos na faculdade, percebi muitos olhares em cima de nós. Embora estivesse estacionado longe e ela andasse um pouco longe de mim, parecia que todos sabiam que estávamos juntos.

Quando entramos na faculdade, o diretor estava me esperando no corredor, com um olhar sério, não de velhos amigos, que é o que éramos a anos, mas de quem não estava muito feliz.

- Adam, pode me acompanhar até o meu escritório, por favor?

- Claro - respondi, olhando para a Charlie, que me olhou preocupada.

- Adam - ele repetiu meu nome novamente assim que chegamos na sala dele - sabe que eu respeito sua história, tudo o que viveu e o motivo de deixar de trabalhar aqui pela primeira vez.  Mas gostaria de uma explicação para o que nossas câmeras traseiras da faculdade captaram.

Eu e Charlie nos beijando lá.

- Confesso que para mim foi uma surpresa que finalmente tivesse superado o que aconteceu, mas não sabia que se sentia atraído por alunas. Mas o problema mesmo foi ter desrespeitado essa instituição.

- Não me sinto atraído por alunas - trinquei os dentes.

- E o que significa isto aqui, Adam? - ele me mostrou o vídeo de segurança.

Que constrangimento.

- Eu sei que estou errado mesmo. Sinto muito por ter agido com desrespeito.

- Bem, pelo bem e segurança de todos, acho melhor você ficar afastado por um tempo. Sabe o que aconteceria se alguém denunciasse isso, Adam? O prejuízo que causaria para todos nós?

- Sim - senti a garganta queimar e engoli em seco.

Estava errado. 

- Me desculpe novamente - me levantei da cadeira.

- Adam, não está sendo despedido. Vou lhe dar 1 mês de afastamento até que tudo aqui na faculdade se acalme, pois alguns alunos alegaram ter visto a cena. O professor de Redação irá substituí-lo.

Aquele canalha!?

- Obrigado - falei, lutando contra o desejo de deixar de existir durante 1 mês.

Quando estava saindo, avistei a Charlie no corredor e fingindo estar ocupada no celular. Assim que me viu, olhou para os lados e se aproximou.

- Adam? O que foi? - ela me olhou.

- Não quero falar sobre isso agora - foi o que eu consegui falar, sem a olhar nos olhos completamente. Nunca havia passado por aquele tipo de situação humilhante em toda a minha vida e sentia ódio de mim mesmo por ter sido culpa de mais ninguém se não minha.

- Mas..

- Mais tarde eu ligo para você. Ninguém pode nos ver conversando aqui, pode ser que gravem - ironizei, seguindo rumo para a porta da saída .

Prof DaddyOnde histórias criam vida. Descubra agora