Capítulo 15

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- Caramba - Alice falou, muito surpresa - vocês..

- SHH - quase morri, olhando ao redor. Ninguém poderia saber. Acabei soltando que dormi na casa dele. Alice tinha esse poder, de fazer perguntas até descobrir o que realmente queria.

- Que safados - ela comentou - e daqui a pouco ele vem que nem sonso dar aula de Literatura para a namorada.

- Não namoramos ainda.

- Fala sério, vocês vão começar a namorar na hora do casamento? Namorar já namoraram, só falta o título.

- Bom dia, alunos - ele entrou, sério, bem arrumado e eu tentei ignorar a nossa noite. Ali ele era meu professor. De Literatura. Ele imediatamente me localizou no meio das cadeiras, me dando um piscadela e um sorriso discretos.

- Olha ali, seu boy magia - ela alterou a voz, mas eu fiz um "shh" e voltou a se calar.

Meu celular tocou. Meu sangue gelou. Era o Thomas.

Adam me olhou, franzindo o cenho. Ele precisava brigar comigo. Era a regra da faculdade, não era permitido atrapalhar os outros alunos na hora da aula.

- Charlie..Charlotte, poderia desligar o celular, por favor? - ele falou, se atrapalhando no começo. Nós dois sofreríamos com essa duplas indenidade, mas ele seria repreendido se nosso relacionamento se tornasse algo oficial ali. Exposto.

- Desculpe - falei, não sabendo o que deveria ter falado. Ou se deveria ter falado. Estava louca para ter meu namorado ao invés do professor.

Ele seria castigado.

___________________❤️________

- Posso te dar um carona se quiser, Charlie - Adam falou, assim que saímos da faculdade. Eu saíra antes, mas preferi o esperar conversar com o meu orientador. Já fazia um tempoo que não conversam e Adam comentou que se sentia mal por tê-lo acostumado. Mas acontece que estava com muita saudade dos papos, porque ele estava ali havia horas - queria poder te dar um beijo.

- Sabe que isso causaria um boato - respondi, ainda mantendo uma postura bem comportada ao seu lado. Ainda estávamos na frente.

- Não me incomodaria mesmo. Mas respeito sua decisão. - ele contra argumentou, me olhando com aqueles olhos que me fizeram ficar louca..

- Charlotte? - uma voz masculina me pegou de surpresa. Me tremi. Quantas vezes ficaria nervosa por aquele merda idiota?

- Vou chamar a polícia - respondi, me virando, olhando para aquele bosta. Não gostava de falar assim das pessoas, mas nele era preciso e demais.

Adam me puxou pela mão para perto dele, tomando lugar na minha frente. Os olhos de Thomas faiscaram em ódio pelo meu atual.

- Ué, o idoso tá se intrometendo aqui? - ele zombou.

Suspirei. Peguei a mão do Adam e saí, fingindo que não vi aquele encosto na minha frente. Era isso ou acabar vendo ela brigarem e o Adam acabar perdendo o emprego dele por causa daquele psicopata. Minhas pernas já estavam moles de nervosismo e medo, que eram duas coisas que o Thomas sabia muito bem causar em mim.

- Vai fugir com o vovô, é? Olha gente, eles se pegam!

- Caralho, vai tomar no cu! - falei, voltando para dar um empurrão nele. Thomas estendeu a mão para mim, parando ela no ar - vai, bate. MAS BATE COM MUITA FORÇA MESMO, PORQUE SE EU CONSEGUIR ME LEVANTAR, VOU ACABAR COM SUA VIDINHA DE MERDA!

- Charlie, Charlie - Adam falou, baixinho e me puxando por trás pela cintura - venha.

Queria chorar, gritar e espernear. Odiava o Thomas, queria que ele explodisse. Qual era o problema dele?

- Vou te encontrar de novo, Charlie - ele prometeu, rindo.

- Pois ouse. Ouse chegar perto dela - dessa vez foi Adam quem tomou a frente, indo em direção a ele, mas puxei o seu pulso.

- Vamos - falei, indo embora de vez com ele. E, dessa vez, passaria na polícia.

_________________________❤️

- Mas eu precisava interferir - Adam se defendeu, sentando ao meu lado no sofá. Eu havia passado mal e ele me levara para a minha casa, onde permaneceu.

- Não, não deveria ter se intrometido - falei, ainda com raiva - ele é doente, Adam. Eu já tenho que me preocupar comigo para ainda precisar ficar com medo por você.

- Sinto nem sequer um pouquinho de medo daquele covarde.. - ele revirou os olhos.

- Pois eu sinto - senti que poderia explodir a qualquer momento por conta da teimosia de Adam - muito.

- Não vou deixar ele fazer nada com você.

- Adam. Não. Se. Meta. Ouviu? - comecei a ficar nervosa novamente, e minha mãe veio da cozinha, atraída pela minha alteração de voz.

- Calma, querida. Tudo vai se resolver. Daqui a pouco seu pai e sua irmã chegam e nós vamos poder avaliar esse assunto e irmos fazer a denúncia, ouviu? Isso é a assunto da polícia agora - ela massageou meu cabelo, para aliviar um pouco o clima de tensão. Meu rosto estava olhando para o espaço do sofá que havia entre eu e Adam, que me olhava um pouco chateado.

Um clima de silêncio se estabeleceu entre nós depois que minha mãe foi para a cozinha novamente, decepcionada por ninguém ter aceitado tomar água nem nada. Não importava se ele estava chateado, Thomas era assunto meu, só meu e já havia ficado constrangida o bastante por ter parado em um banheiro e por ter que ouví-lo chamando o Adam de velho.

- Charlie, vem cá - ele tomou inciativa, me puxando para perto dele e dando um beijo na minha cabeça assim que a apoiei em seu peito.

- Está com raiva? - perguntei. Por mais que tentasse não me importar, me importava MUITO.

- Preocupado. Mas vai tudo ficar bem. Vamos na polícia, todos nós. Afinal, você tem muitas testemunhas que viram aqueles escândalos na faculdade. Naquele dia e hoje.

- É.. - gostaria de ter outra crise de choro, mas todas as minhas lágrimas já se foram do caminho da faculdade para aqui, na minha casa.

Ele não falou nada, apenas pegou meu rosto e encheu minhas bochechas de beijos.

- Gostei da sua tatuagem - comentei, tentando desfocar do assunto que fez meus olhos ficarem inchados e é colocando a mão no seu peito- seu menino mau.

- Viu a das costas?

- Você tem uma tatuagem nas costas também? - perguntei, interessada.

- Tenho. Mas não vou mostrar agora, porque sua mãe pode ver - ele fez mistério, dando um sorriso - acho melhor te mostrar quando estivermos sozinhos.

- Eu estou chorando e você está pensando em safadeza?

- Não falei nada, você quem pensou.

- Que clima de funeral - ouvi Martina entrar na sala. E me dar um tapa no braço - tudo bem, Adam? Calma, vocês não vão dar alguma notícia, vão? Preciso me preparar.

- A notícia que vou te dar é que posso voar na sua cabeça a qualquer momento e não deixar nem um cabelo nela - ameacei.

- Eu sei que demora uns 10 dias para fecundar e..

- Se eles ouvirem, Martina, eu conto que uma certa pessoa deu uma festa quando eles saíram ano passado e transou com 2 - falei no ouvido dela, puxando o braço.

- Credo, menina, eles estavam bêbados e dormiram. Apenas isso.

- Vai se ferrar do mesmo jeito.

Adam apenas nos olhou perplexo, alternando os olhares entre nós e a cozinha. Os nossos sussurros não o permitiram deduzir muita coisa. Só o bastante.

- O QUÊ? - a alteração de voz do meu pai já nos avisou que minha mãe já contara para ele o ocorrido.

- Calma - minha mãe veio o seguindo até a sala. Ficaram na minha frente.

- Vamos fazer a denúncia. Testemunhas não faltam - meu pai raciocinou, me olhando com um pouco de pena - não sabia que aquele garoto besta seria tão perigoso.

Prof DaddyOnde histórias criam vida. Descubra agora