four

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- Chegamos - Billie falou baixo depois de estacionar o carro em frente a uma mansão luxuosa, mas continuou parada, encarando o lugar.

- A gente saiu da sua casa pra ficar a noite inteira no carro? - perguntei cautelosa depois de algum tempo, ja que ela não se mexia.

- Vamos - ela respondeu e simplesmente saiu do carro. Eu fiquei encarando ela do lado de fora por alguns instantes e dei de ombros, saindo junto com ela e indo até seu lado - Você promete que vai fingir me amar?

- Billie, por que tá tão preocupada com isso? - franzi o cenho. Nem com a mãe dela ela havia agido dessa forma.

- Você vai ver - suspirou e estendeu a mão na minha frente - Vamos entrar?

Eu encarei sua mão por um momento e respirei fundo. Foca, Crystal. É por boas razões. Assenti e e entrelacei nossos dedos pela primeira vez, sentindo um choque passear por todo meu corpo e voltar pro seu lugar de origem.

Andamos calmamente até o hall de entrada, e pude ver várias pessoas ali. Pessoas desconhecidas, mas aparentemente podre de ricas. Passei meus olhos por todo o local, observando como aquela casa era ainda mais luxuosa do que a da Billie. Vários detalhes em ouro, obras de arte caríssimas e esculturas aparentemente com o valor aproximado ao do meu rim. Tive que segurar minha feição assustada quando um homem careca parou a nossa frente. Ele tinha um sorriso estampado no rosto, mas não parecia ser sincero.

- Billie, que bom que veio - ele sorriu, abrindo os braços e a puxando pra um abraço desajeitado.

- Oi pai - ela murmurou descontente, retribuindo o abraço de forma tão desajeitada quanto a dele, e aparentemente bem desconfortável com a situação. Assim que ele a soltou, seus olhos pararam diretamente em mim.

- E essa é? - ele arqueou a sobrancelha, malicioso. Uh, um velho tarado? Nada de novo sob o sol.

- Crystal. Noiva da Billie - me adiantei, estendendo a mão pra ele que me encarou com total surpresa, apertando a mesma em seguida.

- Eu sou o Brian - ele sorriu, ainda malicioso - Olha, devo admitir que estou impressionado que ela tenha conseguido alguém como você.

- Não sei porque - eu sorri, fingindo simpatia e a puxando pra perto de mim, entrelaçando meus braços em sua cintura. Ja saquei qual é a dele. - Ela é uma pessoa incrível. - assim que proferi as palavras, sua cara antes cínica passou pra total espanto.

- Bom, se você acha - soltou uma risada desconcertada - Bom, vou falar com mais alguns convidados. Fiquem a vontade, daqui a pouco já começaremos o jantar. - ele sorriu diretamente pra mim antes de se virar e sair da nossa frente.

Eu encarei a Billie que suspirou aliviada assim que ele sumiu de nossas vistas. Ela me lançou um sorriso fraco e entrelaçou novamente nossos dedos, me puxando pra alguns sofás da sala de estar, onde algumas pessoas estavam sentadas enquanto conversavam.

Nós sentamos alí e nos mantivemos em total silêncio. Eu não entendia ainda muito bem o porque dela estar tão desesperada a caminho daqui, principalmente com o fato de querer que eu finja amar ela. Mas entendi que, provavelmente, uma das causas é o seu pai. Que aparentemente é um crápula sem o mínimo de escrupulos.

Algum tempo depois, uma mulher, aparentemente de meia idade, veio a sala e chamou os convidados pra sala de jantar. As cerca de vinte pessoas saíram de onde estavam e começaram a ir onde ela tinha indicado.

Eu e Billie fomos as últimas a seguir pelo caminho, e assim que entramos no grande salão, fomos em direção a imensa mesa no centro da sala. E quando eu digo imensa, é imensa mesmo. É a maior que eu ja vi.

FORCED | b.e (hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora