seven

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Quarenta minutos.

Esse era o tempo em que eu estava no carro junto com a Billie. Ela disse que tinha preparado uma surpresa pra mim. Eu retruquei dizendo que não queria? Não. Jamais.

Eu segui a viagem toda em total silêncio ao lado dela. Até porque se eu realmente abrisse a boca, eu iria acabar perguntando que merda ela tem na cabeça pra se masturbar DO MEU LADO.

Claro que eu sempre tento ver o lado bom das coisas e, realmente, antes do meu lado do que em mim. Mas eu realmente fiquei enojada.

Ela parou o carro e eu encarei o lugar que nós estávamos, logo reconhecendo como o Central Park. Franzi o cenho imediatamente não entendendo o porque de estarmos aqui a essa hora da noite. Em poucos minutos ela parou o carro numa vaga de estacionamento dentro do parque e abriu a porta, ja saindo.

- Você vem? - ela perguntou me encarando e eu prontamente assenti, saindo do carro e indo até seu lado. - Espero que goste do que eu preparei pra gente hoje.

- Desde que seu plano não seja me matar e abandonar meu corpo no meio das árvores - eu ri nervosa, não descartando essa possibilidade de verdade.

- Eu jamais faria isso - me respondeu séria, me encarando e eu assenti.

Nós continuamos andando, indo mais pra dentro no parque, até que chegamos a uma área totalmente aberta, com diversas velas e uma mesa ao meio. Eu encarei aquilo realmente impressionada, mas sem entender o que tava acontecendo.

- É aqui? - eu perguntei ainda encarando os detalhes e ela assentiu.

- Gostou? - arqueou a sobrancelha e eu forcei um sorriso.

- É lindo, obrigada - respondi enquanto nos direcionamos a mesa, nos sentando ali em seguida. Por dentro eu só queria berrar "MALUCA".

Assim que nos arrumamos na mesa, um homem de meia idade veio até nós e nos serviu um champagne, e em seguida ja trouxe a entrada.

Nós começamos a comer e, durante o jantar, pouco conversamos. Eu foquei mais na comida, ja que estava faminta, do que realmente nesse jantar romântico que ela organizou pra nós duas, que inclusive, não temos nenhum romance.

Cada dia que passa ela me assusta ainda mais. Primeiro me sequestra, depois ameaça meus pais, ai me obriga a participar da preparação do casamento, depois se MASTURBA no quarto em que eu estou ao MEU LADO, e agora me traz pra um jantar romântico, como se realmente fôssemos um casal. Eu realmente não conseguia entender o nexo.

Mas, hoje durante o resto da tarde, eu me peguei pensando. E se eu fingisse retribuir o sentimento que ela tem por mim? Será que, talvez, ela pensando ser verdadeiro, me deixe livre?

E foi pensando nisso que meu plano Crystal de ação se iniciou. E se a Billie ainda não está apaixonada por mim, ela vai ficar depois disso. Porque o que ela sente não é paixão, é doença. E eu só quero pelo menos ter uma chance de voltar pra minha vida normal, pelo menos com minha faculdade. Até porque, o que pode dar errado? Na pior das hipóteses eu vou ter que me casar com ela da mesma forma, já que essa é a intenção dela com tudo isso. Eu relutando ou não. Pelo menos preciso tentar.

Assim que terminamos de comer, nós saímos do local que foi o jantar e começamos a andar pelo central park. Com certeza, esse era meu lugar favorito na cidade.

- Eu era uma criança bem calma - ela murmurou e eu a encarei com o cenho franzido - O que foi? Eu era mesmo!

- Eu vou perguntar pra Maggie, não sei se acredito - falei desconfiada e soltei uma risada.

- Pode perguntar, vai ver que é verdade - ela garantiu e eu ri novamente.

- Eu era bem hiperativa desde criança - murmurei - Eu gostava de cuidar dos animais, brincar de varias coisas diferentes e atentar muito meu pai enquanto ele arrumava as ferramentas na garagem - soltei uma risada com a lembrança e ouvi o mesmo sair de sua boca.

- Eu sinto muito, Crystal - ela murmurou de repente e eu a encarei - Pelos seus pais. Eu não me lembrei da mídia e de todo o resto.

- Não tem problema - suspirei - Apesar da situação ser sua culpa, as circunstâncias não ajudaram. De qualquer forma, uma hora ou outra eles iriam ficar sabendo e a reação seria a mesma - e dei um meio sorriso, afim de tentar reconforta-la, ja que ela me encarava com uma feição culpada - Não se preocupa com isso, mesmo.

- Eu me sinto mal porque eu sei o que é ser rejeitada - ela murmurou e eu voltei meus olhos pra ela que encarava o chão -  Meu pai nunca gostou muito de mim e do Finneas, sabe. Quando ele e minha mãe ainda eram casados, nossa vida era um inferno. Eu tentava de todas as formas chamar a atenção dele, ou receber sequer um carinho, e ele mal me olhava - ela soltou uma risada nasalada, dando de ombros em seguida - E ainda escutava que eu era uma aberração, porque desde criança minha verdadeira paixão eram as contas - ela soltou uma risada.

- Olha, vou ter que concordar com ele - eu brinquei e ela me encarou risonha, me empurrando de leve fazendo com que eu soltasse uma risada - Mas falando sério, naquele jantar, a única aberração que eu vi foi ele. - eu murmurei dessa vez sincera e ela me encarou com os olhos brilhando - Você fez mais do que qualquer um dos seus irmãos. Eu entendo, deve ser legal ter um filho quase astronauta. Mas sabe, Billie? É quase. Ele ainda vai pra uma base treinar, e eu tenho certeza que se você tentasse, você entraria em uma posição melhor que a dele. - eu falei, duvidando que ela realmente passasse por causa das questões psicológicas, mas só querendo que ela se sentisse bem - E medicina pra você seria fichinha em harvard. Você é um gênio. Tem vinte e dois anos e é multi milionária. Você não precisa dele e nem de ninguém. Ele é só um babaca egocêntrico que não te merece - terminei a encarando e pude ver seus olhos brilharem, mas dessa vez por lágrimas. Ela limpou a garganta e voltou a encarar o chão, coçando os olhos afim de disfarçar.

- Então, o que acha de irmos? - ela perguntou com a voz rouca, mudando de assunto drasticamente. Eu sorri, achando melhor não insistir e assenti.

- Tudo bem - respondi começando a segui-la até o carro.

O caminho pra casa foi em total silêncio novamente. Eu acho que realmente o que eu disse pra ela, a tocou de alguma forma. E essa era a intenção, primeiro eu tenho que amaciar bem, pra só depois eu começar a por meu plano realmente em prática. Hoje eu só vou dar os primeiros passos.

Chegamos em sua casa e ela se direcionou diretamente pro estacionamento. Assim que ela estacionou e desligou o carro, eu toquei em seu braço direito, fazendo com que ela me encarasse confusa.

- Eu só queria te agradecer pela noite maravilhosa que tivemos hoje - eu sorri a encarando. - E te dar um agradecimento por isso.

- Agradecimento? - ela perguntou confusa e, nesse momento, eu pousei minha mão em seu rosto e puxei ela pra mais perto, selando nossos lábios.

Assim que eles se encostaram, eu senti uma corrente elétrica passear em todo meu corpo, junto com meus pelos se arrepiando pelo toque dela em minha nuca. Realmente pode ter todos os defeitos, mas beijar mal, não é um deles.

Assim que o ar nos faltou eu separei nossos lábios, depositando um último selinho ali. Eu mordi meu lábio inferior tentando conter meu sorriso.

- É isso, boa noite, Billie - eu falei com a voz rouca ainda sorrindo e saí do carro, indo pra porta na garagem que dava acesso a casa e correndo em direção ao "meu" quarto em seguida.

Assim que cheguei no cômodo, me joguei na cama animada. Fase um, completíssima.

Se eu brigando com ela ja rendeu uma masturbação, agora que rolou um beijo ela usa um dildo.

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Aiaiaiaiaiaiaiaiaiai

True love que diz, né não? Kkkkkkk ai mores é isto por hoje. Boa noiteeeee

FORCED | b.e (hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora