eighteen

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BILLIE EILISH

Eu envolvi suas costas com meus braços e fiz com que ela sentasse no meu colo. Seu beijo era fervoroso, apesar de eu ter esperado muito por isso, parecia conter apenas raiva e mágoa nele. Ela se jogou ainda mais em cima de mim, fazendo eu ter que me apoiar na cama com um dos meus braços. Seus dedos passaram por entre meus fios de cabelo com urgência enquanto ela puxava eles com toda sua força.

Eu senti sua boca descolar da minha e ela começou a descer os beijos pro meu pescoço, mordiscando ali e chupando ele inteiro. Eu estava quase cedendo, mas sabia que se eu fizesse isso agora, ela jamais me perdoaria. Não agora, não nesse momento. Tudo que eu queria era esse momento, queria ela tento a iniciativa, queria ela sentindo desejo em mim, mas eu simplesmente não podia me aproveitar do momento de maior fragilidade dela.

- Crystal - falei com dificuldade, tentando me separar dela. - Ei, Crystal. Para. - eu pedi, mas ela continuou, me agarrando com ainda mais força do que antes - Crystal, sério, para - eu disse mais firme, tentando me desvincilhar empurrando ela, mas ela só descia mais ainda os beijos - CRYSTAL, CHEGA! - eu gritei e dessa vez coloquei força no meu empurrão, forçando sua separação de mim.

Assim que soltei seus ombros reparei no seu rosto, ela encarava meu pescoço provavelmente todo marcado, estática. Seus lábios começaram a tremer em seguida e ela se afastou.

- Eu... Billie, desculpa, eu... Não sei o que deu em mim - ela disse em um sussurro.

- Ta tudo bem - eu falei, sorrindo de lado - Não se preocupa.

- Eu... Eu realmente não sei porque fiz isso - ela disse ainda mais baixo, eu peguei uma das suas mãos livres e apertei.

- Ta tudo bem. - eu a garanti, vendo ela assentir levemente, ainda encarando meu pescoço.

- Desculpa mesmo. Eu não sei o que deu em mim. - ela murmurou e eu suspirei.

- Eu ja disse que ta tudo bem - eu suspirei. - Você ta melhor?

- Eu não sei... - ela disse sincera, encarando ao redor no quarto.

- Você vai ficar bem? Dormindo sozinha? - eu perguntei a encarando e ela voltou seus olhos em mim. Ela parecia totalmente perdida.

- Eu vou... Eu acho que sim. - ela encolheu os ombros e eu suspirei.

Eu simplesmente não sabia o que eu podia fazer pra ela se sentir melhor. O casamento é no final da semana, nós temos dois dias e meio antes do evento, e ela simplesmente não pode estar assim no dia.

E então eu lembrei da casa do lago do Finneas. Eu arregalei meus olhos e peguei meu celular, vendo que eram oito horas da noite. Bom, se saíssemos agora, daqui duas horas e meia já estaríamos la. Eu poderia remarcar todos os meus compromissos desses dois dias pra semana que vem e atrasar pelo menos dois dias da lua de mel.

- Crystal, eu vou falar com uma pessoa, daqui uns dez minutos eu volto, tudo bem? - eu perguntei encarando ela que assentiu, ainda meio perdida.

Eu suspirei e me levantei da cama, indo até ela e depositando um beijo na sua testa. Andei em passos lentos até a saída do quarto e apenas encostei a porta. Peguei meu celular e digitei o número do meu irmão, e em dois toques ele me atendeu.

- Billie? Aconteceu alguma coisa? - ele me perguntou preocupado.

- Preciso te pedir uma coisa. - murmurei, já começando a explicar em seguida.

(...)

- Eu preciso mesmo ir? - Crystal perguntou descendo as escadas.

- Vão ser só dois dias, e pelo menos você refresca a sua cabeça - eu murmurei ja empurrando as malas pra saída da casa.

- Mas e os preparativos do casamento? Eu não preciso fazer isso? - ela perguntou atrás de mim.

- Eu deixei pela organizadora. Não se preocupa. - murmurei a encarando e voltei a sair de casa. Parei na frente do Gordon, e ele me entregou as chaves - Providenciou tudo que eu pedi?

- Sim, senhorita - ele assentiu e eu suspirei, concordando e agradecendo, descendo as escadas da varanda e ja colocando a mala no carro.

Entrei pelo lado do motorista e Crystal entrou no de passageiro, eu coloquei o endereço no GPS do carro e assim que achou o caminho, ja dei partida e saí pelos portões.

- Pra onde nós estamos indo? - ela murmurou depois de algum tempo.

- Pra casa do lago do meu irmão, você vai gostar de lá - eu murmurei com um meio sorriso e ela retribuiu, voltando a encarar a estrada do lado de fora.

Eu liguei o som pra cortar um pouco do silêncio e comecei a cantarolar junto com a melodia que tocava no ambiente.

- Unbreak the broken, unsay these spoken words. Find hope in the hopeless, pull me out of the train wreck - cantarolei junto com a música e encarei a Crystal com o canto dos olhos, vendo que ela chorava enquanto encarava a janela ao seu lado. Eu apoiei minha mão livre na sua ao lado do seu corpo e senti seu olhar queimar em mim.

- Por que você ta se esforçando tanto pra fazer eu me sentir melhor? - ela murmurou com a voz embargada.

- Porque eu me importo com você. - eu respondi direta, ainda sem parar de encarar a estrada a minha frente e sem tirar minha mão da dela. - Eu sei que talvez você não acredite nisso agora, Crystal. Mas você é importante. Pelo menos pra mim. Eu nunca vou desistir de te fazer se sentir bem. - eu murmurei sincera e ouvi um soluço sair da sua boca. Desviei minha atenção da estrada e vi que ela chorava desesperadamente ao meu lado. Sem pensar duas vezes eu estacionei no acostamento e imediatamente a puxei pra um abraço e fiquei um bom tempo assim, só ouvindo seus soluços. Até que resolvi quebrar o silêncio. - O que foi? Eu fiz algo errado?

- Não, pelo contrário - ela disse ainda chorando, se afastando um pouco no abraço e me encarando - Eu só... Eu só me senti bem ao saber que mesmo eu tento desistido de mim, você não fez isso. - ela disse envergonhada, ainda chorando.

- Eu nunca vou desistir de você. - eu me afastei dela, fazendo ela me encarar - Mesmo que eu tenha começado tudo de forma errada, tenha feito tudo de um jeito idiota e mal pensado, eu não menti pra você quando disse estar apaixonada - eu garanti, encarando seus olhos. Ela sorriu fraco e se aproximou com cuidado de mim, selando nossos lábios.

- Eu posso não admitir isso em circunstâncias normais, mas você é incrível. Mesmo tendo me sequestrado, eu realmente agradeço por tudo que você ta fazendo por mim. - ela disse sincera, acariciando minha bochecha. Senti meu corpo inteiro se arrepiar com seu carinho e suspirei involuntariamente. No mesmo momento uma angustia se apossou de mim e o pensamento de talvez estar errando com ela se apossou da minha mente. Será que eu realmente vou conseguir fazer ela feliz? Mesmo tendo forçado ela a estar aqui comigo? Balancei a cabeça pra afastar os pensamentos e dei um sorriso sem graça pra ela.

- Agora é melhor a gente ir, ainda temos um bom caminho pela frente. - eu cortei o momento e ela sorriu fraco, assentindo e voltando pro seu lugar. Voltei a colocar o cinto e liguei o carro, logo voltando pra estrada tentando ao máximo tirar esse pensamento que, apesar de eu tentar me convencer que sim, eu sabia que não era besta. Mas eu não podia perder a Crystal. Ou pelo menos pensei que não.

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NO MEIO DA SEMANA E EU PUBLICANDO, SABE O Q QUER DIZER???? Q eu estou feliz eh isto gente

BOA NOITEEEEEEEEEEE

FORCED | b.e (hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora