Sem jeito.

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Callie:

Desde quando fui embora de Seattle com a Penny, eu senti que deixei um pedaço da minha vida pra trás. Entreguei a Sofia pra Arizona mas não era o que meu coração queria de fato.
Todas as noites estava nítido na minha cara que eu não estava satisfeita com aquela vida que escolhi seguir.
Penny dizia que me amava, se esforçava mas no fundo, ela sabia que era perca de tempo.
De manhã ela acordou. Arrumou suas coisas e deixou um bilhete dizendo que estaria num hotel até eu decidir o que quero.
Eu já sabia o que queria. Queria minha família.
Neste mesmo dia, ouvi a mensagem da caixa postal que a Arizona havia deixado, não pensei 2x e a chamei pra vir em Nova York, assim podemos conversar e matarei a saudade da Sofia.
Ela disse que viria e veio, de fato.
Passou o dia inteiro, eu estava apreensiva até que a noite chega e recebo uma mensagem dela, avisando que o avião já tinha pousado.

Arizona está chegando. A sensação de nunca ter visto ela, como se fosse uma primeira vez, é única.
Não moro tão perto do aeroporto, então sai o quanto antes de casa para buscá-las.

Arizona:

O avião pousou. Sofia já estava percebendo o que tava acontecendo - Mãe, aqui é Nova York né? A mamãe Callie está aqui? - pergunta ela.
- É filha, nem adianta esconder né. Sua mamãe tá aqui e já já ela aparece pra te dar um beijo - digo segurando seu rosto.
Mando mensagem para Callie de novo e ela diz que estava a caminho.

Sofia está morrendo de fome. A levo para comer algo na lanchonete do aeroporto e ela me faz muitas perguntas sobre a mãe, o que iria acontecer e etc.
Eis que meu celular vibra:
"Eu estou aqui no portão de desembarque."
Falo pra Sofia tomar seu suco e peço pra caminharmos até o portão de desembarque.

Passado 10 minutos de caminhada, vejo uma mulher alta, morena, vestindo uma roupa preta e segurando sua bolsa. Era Calliope.
Sofia vê a mãe e solta minha mão:

- MÃE! - e sai correndo em direção a Callie.
- Meu bebê! Você está enorme - ouço Callie dizendo enquanto abraça Sofia, com lágrimas nos olhos.

Paro para ver essa cena com um sorriso no rosto. Além de me resolver com Callie, vi que minha filha estava feliz em vê-la.

Callie se levanta e me olha nos olhos. - Como foi a viagem? Você ficou bem? - pergunta ela, meio sem jeito.
- Sim! Sofia me fez dormir, hoje invertemos os papéis - digo dando risada e passando a mão no cabelo de Sofia.
- Parabéns filha, cuidou da mamãe. - diz ela passando a mão na cabeça da Sofia.
- Obrigada mãe - fala Sofia dando um sorriso largo para Callie.

Ficamos em silêncio por um tempo, olhando uma pra cara da outra - Bom, vamos pra casa comer uma pizza e você vai me mostrar todas as suas lições e me contar sobre seus amiguinhos. - diz para Sofia que logo se empolga e me chama - Vamos mãe!!! - puxando meu braço.
Andamos no aeroporto segurando a mão da Sofia, mas Callie ainda não trocou muitas palavras comigo e eu entendo, porque estou sem jeito pra falar com ela.

Entramos no carro.
- Vou atrás com a Sofia - digo me ajeitando no banco.
- Não Arizona. Senta aqui. - diz ela batendo a mão no banco do passageiro.
Desço do carro e entro na porta da frente, nervosa e ansiosa pra que ela trocasse alguma palavra comigo enquanto íamos para a casa dela.

- E aí, como estão todos do hospital? - pergunta ela puxando assunto.
- Estão bem. Meredith está namorando, Amélia também, April recebeu uma proposta e saiu do Grey-Sloan mas está bem e decidida. E o seu substituto é bom, mas nada se compara a deusa da ortopedia. Você sempre é citada nas palestras pela Bailey e Richard. Fez história mesmo em Seattle hein - digo rindo e vendo ela com o sorriso no rosto.
- Sinto falta de todos, principalmente da Meredith que tanto me aconselhou e me acolheu quando eu mais precisava. Ela merece ser feliz.

Chegamos na casa de Callie. Casa grande, com uma fachada linda e um balanço de criança. Primeira coisa que percebo e pergunto - Um balanço? Uau! - digo pensando que ela estava com planos de ter filhos com a Penny.
- Sim, coloquei esse balanço aqui porque em Seattle tínhamos um balanço na nossa casa e... bom, com ele aqui eu lembrava da Sofia sempre - diz ela olhando pra mim e tirando a Sofia do cinto - Vamos lá!?

O QUE NOS ESPERAVAOnde histórias criam vida. Descubra agora