Cool.

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— Podemos nos sentar? - Pergunto no ouvido da minha mãe.

— Sim. - Solto um suspiro, e me sento ao lado do Chan. Felix senta do meu outro lado.

— O que está acontecendo? - Ele pergunta baixo.

— Namoro forçado.

— Ah! Entendi. - Nos calamos e ficamos apenas ouvindo a conversa entediante das pessoas na mesa.

— Você deixou sua filha fazer essas tatuagens? - Uma mulher olha pra mim com... nojo?

— Não exatamente, mas ela já é maior de idade e não mora conosco.

— Deveria mandar ela voltar a morar com vo- Olho para a mesma com um sorrisinho falso no rosto.

— O que falam de mim?

— Nada demais filha, não se preocupe. - Tenho vontade de vomitar, minha mãe é tão falsa, deveria ser atriz. Aliás, todos aqui dariam ótimos atores. — Por que não vai dar uma volta pela área externa do restaurante com Felix?! - Isso soou mais como uma ordem.

Mas eu realmente precisava respirar um pouco.
— Vamos? - Ele concorda e se levanta.

Felix entrelaça nossos dedos. Saímos de perto da mesa, andando perdidos pelo grande restaurante.

Encaro a escada que vamos subir e engulo em seco com medo de cair com esses saltos.
— O que foi? - Olho pra ele que tinha uma afeição preocupada.

— Nada, vamos. - Aperto sua mão assim como eu aperto o corrimão da escada.

Tinha uma grande sacada no restaurante, me apoio nela olhando para baixo, tinha vários paparazzis.
— Eu odeio minha vida. - Falo enquanto os observo.

— Eu estou no meio termo, odeio mas também amo.

— Sei bem como é isso. - Olho para o céu estrelado. Pelo menos o céu está bonito.

— Agora que nosso "namoro" foi a público, como vamos lidar com isso na faculdade?

— É só fingir, não vamos ficar vinte e quatro horas juntos e nem mesmo vamos estar juntos em todos os lugares. - Olho rapidamente para ele e logo desvio.

— Tem razão.

— Meus pais são iguais a mim, só pensam em dinheiro, ou melhor, eu sou igual a eles, infelizmente. - Ri do meu próprio comentário.

— Você pode ser melhor que eles Yerin.

— É eu posso, mas pelo o que estou vendo, estou indo pelo mesmo caminho, que família linda da porra. - Rimos juntos.

— Não, você não é igual à eles. - Viro meu rosto, fitando o garoto. — Pra falar a verdade você até que é legal, não é um amor de pessoa. - Dou um soco fraco em seu braço. — Mas você é melhor que eles, você me fez fazer uma tatuagem, aliás obrigado. Assistiu uma corrida comigo, me fez fugir de madrugada com você e agora está aqui, me aturando como o seu namorado postiço e também aturando seus pais. Você não tem o mesmo desejo que eles, afinal você quer ser corredora de fórmula 1 e isso é foda demais. - Ele segura meus ombros e me balança.

— Tá para com isso, eu vou cair. - Seguro seus pulso fazendo ele parar.

— Desculpa. - Ele sorri. — Agora sobre o dinheiro... você aposta algo?

— N-não, eu apenas gosto de ter.

— Palhaça. - Volto minha atenção para a cidade iluminada. — Você é um pé no saco, mas até que é legal.

— Ei! - Felix me empurra de leve, mas eu acabo perdendo o equilíbrio, me preparo para passar vergonha e cair, fecho os olhos esperando isso.

Abro os olhos quando não sinto que atingi o chão.
Vejo Felix sorrindo sapeca, e me segurando em seus braços.
— Me desculpar, você está bem?

— Estou. - Ainda estávamos muito próximos, engulo em seco e me afasto.

— Felix e Yerin, pra vocês descerem. - Bang Chan toca o ombro do irmão.

(...)

O pai de Felix dava um discurso sobre humildade e eu me perguntava o que eles entendiam sobre isso.

O discurso acaba e meu pai é o próximo, é o mesmo esquema, agradecer, se gabar e no final dar uma de bonzinho.

Solto todo o ar que prendia, quando meu pai termina.
Somos impedidos de descer do palco que tinha ali, por um fotógrafo.
Eu quase voei nele.
— Se juntem mais vocês dois. - Ele fala pra mim com o Felix.

Felix passa o braço pela minha cintura me trazendo para perto, eu seguro a sua mão que estava livre. — Perfeito.

O flash incomoda meus olhos, mas ainda bem que não sai de olhos fechados na foto.

A tortura termina e finalmente podemos ir embora.

(...)

Arfo em prazer quando tiro meus saltos.
— Finalmente. - Fecho os olhos me deitando na cama.

— Finalmente livres. - Felix se deita ao meu lado.

— Quem te deu permissão? - Me viro ficando apoiada com o cotovelo na cama e a mão em baixo do meu rosto.

Ele olha pra mim, ficando na mesma posição.
— Somos namorados.

— Apenas no cinema, agora saia. - Empurro seu corpo, fazendo ele cair da cama. — Sorry. - Falo vendo ele no chão, obviamente com raiva de mim.

Me levanto e corro para o banheiro, quando vejo ele vir atrás de mim.

Tranco a porta e rio alto para ele escutar.
— Você me paga Yerin! - Continuo rindo.

Menina Misteriosa {Felix}Onde histórias criam vida. Descubra agora