Molly

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Eu cheguei atrasada na faculdade e ainda fui mal na prova por ter passando a noite toda pintando um quadro ao invés de estudar.Eu gosto de pintar e sou apaixonada por artes, mas para o meu pai tudo isso não passa de um besteira da minha cabeça.Eu acho que isso justifica porque eu não estou fazendo a faculdade que quero e onde quero.Ele mesmo fora do exército agi como um general.

 Encontrei com Samantha e conversamos bem pouco pela manhã.Ela meio que preferiu sair com os "amigos" populares dela.Eles estão organizando uma festa para sábado. Eu e a faculdade toda se pergunta porque garotas como a Samantha ainda fala comigo.Me acham sem sal.Eu realmente não me importo, pois tudo que mais quero é terminar isso.

 As aulas foram tranquilas depois da prova.Eu tive que conversar com um professor técnico para explicar a minha ausência na sua última aula.

 Para a minha surpresa Dominic me buscou depois da faculdade e me levou para tomar sorvete.Isso alegrou o meu dia.Ficamos lembrando de quando éramos pequenos e fugiamos para Praia ou para tomar sorvete escondido do meu pai. Passar a tarde com meu irmão foi a muito bom.Eu o amava demais e não tinha vergonha de demonstrar isso. Dominic continua o mesmo galinha de sempre e  hilario.Me faz ri horrores. 

Ao chegarmos em casa encontramos mamãe chorando depois de ter tido uma briga com nosso pai.Ele jamais levantaria a mão para ela, porém só em falar já a magoava.Mamãe é uma mulher doce e sensível e meu pai a trata tão friamente.Acho que ele é um ogro com todos a sua volta. Dominic odeia a forma que ele trata a nossa mãe.Ele odeia vê-la assim.Agora entendo porque ele não gosta de ficar em casa.

 Eu fico sentada no Jardim com a minha mãe por enquanto que faço ela ver que estou ao seu lado e que sinto muito por ela se sentir assim. 

Dominic pega a moto e sai em alta velocidade.Ele ainda está bravo. 

Passo o resto da tarde com minha mãe e então subo para o meu quarto para tentar estudar. Fico deitada no chão desenhando e quando escuto alguém se aproximando do meu quarto corro para esconder os meus desenhos. 

-Molly-meu pai chama por mim. 

-sim senhor-abro a porta do meu quarto.

 Ele está parado com as mãos no bolso e me encarando. Eu não reconhece esse homem rústico e frio. 

-o jantar já está pronto-ele então me dá as costas. 

Acho que eu preferia que ele ficasse e me perguntasse como foi o meu dia.Mas no fundo eu sei que isso não vai acontecer. No fundo eu sei que ele é um homem dilacerado pela guerra e acabou se perdendo depois que voltou para casa. 

-obrigado-volto para o meu quarto. 

Vou tomar banho.Coloco uma calça de moletom e uma camiseta antes de descer para o jantar. Assim que passo pela porta da sala de jantar parece que acabei de entrar em um velório.Me sento a mesa e tento não ficar tão tensa como todos que estão a mesa.Dominic mal tira os olhos do próprio prato.Eu tenho pena da minha mãe que tenta deixá um clima harmonioso puxando assunto. O jantar termina e eu subo para o meu quarto.Fico deitada na minha cama olhando o teto.Eu gostaria de ter o meu velho mp3 de volta.Pelo menos o tempo ia passar bem mais depressa.

 Quando vejo o meu pai vindo até meu quarto finjo que estou dormindo.Eu não estou afim de conversar e fingir que estou super feliz em não poder sair como uma jovem normal de 18 anos.Eu ainda tenho o mesmo sentimento de prisão de quando naquela convento.O que muda agora é que estou perto de quem amo. 

Ao sair para a sacada eu sorrio ao ver a moto de Dylan estacionada na frente de casa.Cerca de dez minutos ele aparece.Antes de subir na moto ele olha para cima e abri um sorriso.Eu retribuo, mas logo volto para dentro.Dominic apareceu e eu não quero que ele me veja fazendo isso. Volto para a minha cama e acabo pegando no sono. 

Até o meu último suspiroOnde histórias criam vida. Descubra agora