ifood ; calango

1.6

~𝙨𝙞𝙭𝙩𝙚𝙚𝙣
𝚖𝚊𝚕𝚞 𝚙𝚘𝚟

— amiga? — chamava a lavínia pela quarta vez enquanto ela estava pendurada no celular falando com aquele crush dela.

— oi? — ela dizia sem tirar os olhos do celular e eu dava um tapa de lado no ombro dela. — ai caralho! doeu!

— eu sei! eu vou pegar mais cerveja pra gente, não sai daqui. — eu ri da cara de dor que ela fez e sai andando no meio do pessoal.

eu já estava um pouco alterada mas com toda certeza ela estava mais.
cheguei na sacada e abri o freezer do canto, pegando duas garrafas de bebida.

assim que fechei a porta vi um grupo de três garotos que se destacavam mais que as outras pessoas já que não estavam nem dançando, nem bêbados. apenas de boa sentados numa mesinha qualquer.

eu fiquei observando um pouco de longe e os meus pensamentos só conseguiam se expressar como

"gente, como que em uma festa dessa cheia de mina gata esses caras querem ficar sentados papeando?"

eu observei mais um pouco até que o garoto alto de boné para trás dessa mesa olhou na minha direção. mas eu não desviei o olhar, por mais que eu estivesse com vergonha de ter encarado demais
eu percebi que conhecia ele de algum lugar.

░░░░░░

𝚝𝚑𝚒𝚊𝚐𝚘 𝚙𝚘𝚟

— é mesmo mano, esse dia foi bão demais! — zero dizia rindo de uma história antiga que estávamos contando.

— ai, calangão, não olha agora mas tem uma branquinha de cabelo preto ali do lado do freezer te olhando pra caralho. — mount disse olhando pra garota e olhando pra mim depois.

eu fiquei olhando pra garota um tempo até finalmente reconhecer ela.

𝚕𝚊𝚟𝚒 𝚙𝚘𝚟

uma menina aleatória tinha encostado do meu lado e começado a contar uma história qualquer sobre a vida dela, eu não tava dando tanta atenção assim, mas mesmo assim prestei um pouco.

eu estava entediada, o thiago tinha me deixado no vácuo e a malu tava demorando demais pra voltar.

se passaram mais alguns minutos e eu continuei ouvindo aquele papo chato daquela garota, faltava só ela chorar no meu colo.

— lavínia, vem cá agora! — a maria aparecia em um passe de mágica, mais afobada do que tudo do meu lado e segurava minha mão.

— calma menina, que que foi? — ela parava de me puxar e me encarava com um sorriso no rosto.

— tu não vai acreditar em quem tá aqui. — ela falou e eu continuei sem entender muita coisa. — se a gente ficar parada aqui você não vai saber.

ela voltou a me puxar forte pela casa da amanda e eu xingava ela mentalmente de todos os palavrões possíveis já que eu odeio ficar curiosa. odeio também que me puxem por ai.

eu esbarrei em várias pessoas, derrubei um monte de copos no meio do caminho graças aos santos puxões da Maria Luíza mas pelo menos chegamos até a área vivas.

— ali, ALI! — malu apontava pra uma certa mesa com pessoas que eu não reconheci de primeira, não sei se por causa da distância ou por causa da visão meia turva.

— o que tem aqueles meninos, malu? — eu a olhava confusa e ela saia andando na minha frente, eu obviamente à acompanhava.

— thiago?