Capítulo 5: Só pra garantir

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Mais cedo em algum lugar do 1° Setor.

Um dia ensolarado nascia pela cidade. Existia um homem dentro de uma praça, que observava as pessoas, com calma, atento ao movimentar dos carros e das lojas que abriam por perto. Muito tranquilo, como quase todo o dia naquela cidade. O fator que poderia mudar aquela situação, seria a gangue que fazia seus "shows", durante a madrugada, onde pichavam e quebravam algo pela praça, toda semana.

— Se não fizeram nada aqui, parece que ainda não deram um sinal de resposta — disse o homem, ao olhar em volta.

Tinha uma vestimenta simples, com exceção da sua máscara no rosto, que chamava tanta atenção das pessoas em volta — ele não parecia ligar para isso. "Voltarei para lá", pensou, ao se virar de costas para a praça.

Depois de observar bem em volta, começou a caminhar calmamente para fora da praça. Uma longa caminhada percorria, não estava nem um pouco cansado, precisou adentrar para as áreas em torno da cidade, onde passavam as estradas, mas continuava, mesmo se depois de andar tão longe.

"Preciso falar disso para ele. Com certeza dará na mesma, mas sinto que ainda deveria insistir", pensava, depois desviar o caminho, em direção para fora da cidade.

Fora da cidade existia muita vegetação, era fácil qualquer um se perder sem um mapa, mas mesmo assim, continuava atravessar sem se preocupar. Seguia uma das estradas de terra ali em torno, até que a mesma, deu de encontro, depois de muito chão percorrido, a um portão enorme com muros bem altos em sua volta — o lugar podia ser facilmente ser confundido com uma prisão.

Uma telinha surgiu em sua frente, como um holograma. Nessa tela, tinha uma moça vestida de preto, que usava uma boina roxa e tinha cabelo preto e longo, que não se enxergava o final pela tela.

— Olá, pôr a caso, você tem hora marc... — dizia a mulher, até levantar o rosto e olhar diretamente a câmera — O QUÊ! Agora que você aparece? ACHA que pode sair...

O homem nem sequer olhava para a moça, que falava da telinha em sua frente, só ergueu o seu dedo indicador em direção a tela, onde encostou no portão, assim, veio de seus olhos uma energia que fluiu até a ponta do dedo, que emitia um forte brilho amarelo. Na mesma hora, a telinha apenas se dissipou, antes de deixar a chance da mulher terminar.

— Pensei que o Sierra ia me atender, mas se for você, iria ficar aqui para esperar no portão até 32 de fevereiro — comentou friamente.

Depois de tocar o portão, o fez começar a abrir na mesma hora, e então, entrou calmo.

Era um lugar vazio, próximo à entrada, um deserto, um completo oposto ao que tinha atrás do portão, mas bem mais, a frente tinha uma enorme instalação, com prédios grandes. Uma base militar "escondida" em meio a vegetação densa; uma ODST — Organização de Desenvolvimento e Segurança Tática.

Tinha muitas pessoas por ali, umas com fardas e outras com jalecos em algumas salas. Continuou a caminhar por ali, até que, viu uma mulher que corria em sua direção.

A mesma moça que havia o atendido, aproximou ofegante e furiosa.

— Você acha que é tão simples desligar na minha cara assim? — gritou a moça.

Todos em volta começaram a olhar para os dois, mas todos já entendiam a situação, alguns soltaram frases como, "Mais um sermão, mais um dia".

— Você é muito valioso para a gente, já foi um trabalhão conseguir deixar você sair para essas "caminhadas", e agora, você praticamente está dorme fora? Qual é a sua defesa? — continuou com um olhar intimidador.

Não se preocupou nem um pouco com o alerta da mulher em sua frente, apenas fechou os olhos, e soltou com um leve suspiro.

— Olha Xerta, eu sei que o que faço é arriscado, mas você tem que entender que...

Pôr do sol (Rascunho do limbo)Onde histórias criam vida. Descubra agora