O Indivíduo chegava cada vez mais perto.
Sentado na cadeira, fingiu olhar ao redor, mas estava com ele ainda na sua visão periférica. A cada passo que deu, gerou um calafrio ainda maior, sentiu uma aura de perigo, isso o alertava a ponto de o fazer arrepiar cada vez mais.
Continuou a tentar ficar calmo enquanto observava.
Atravessava o pátio enorme, sua aparência era mais clara com a distância que diminuía gradativamente, tinha cabelo amarelo-claro com uma franja cinza, era forte e aparentava estar ótima forma, mas a sua pele se assemelhava como a de um homem mais velho. "É só o pai de alguém", pensou, ao apostar tudo nessa alternativa. Dessa maneira, o sentimento de alerta o consumia por dentro, de forma tão familiar e aterrorizante.
"Não... não é... não é não", gritou a voz como se o respondesse. Algo falava com ele, mas não o alcançava, mesmo com um som tão gutural.
Sua pupila contraia cada vez mais conforme a aproximação e mais nervoso ficava, até que sem querer, fez contato direto com o desconhecido. "Cadê o Will?", tentava buscar conforto em sua mente, entretanto, era inútil, foi encurralado por todas as direções por um sentimento que nunca havia sentido. Assim, prosseguiu com o olhar direto. "É apenas um homem... apenas... um".
Com o corpo travado na mesma postura, forçou seu rosto para manter a expressão firme, enquanto sua mente sofria com o turbilhão.
— Oi! Tudo bem? As aulas de hoje já acabaram? — perguntou o indivíduo, de forma amigável.
Assim, disparou duas perguntas que o tinham feito engolir saliva.
— O-oi, as aulas não acabaram... E-eu fui só... liberado mais cedo — respondeu vacilante.
— Ah, entendi!
Colocou a mão atrás da cabeça enquanto esboçava uma expressão de alívio e soltou um singelo sorriso. Usava uma camisa estampada com figuras de anime junto a uma calça comprida e com sapatos chiques, combinações muito contraditórias.
— Posso me sentar junto a você? — perguntou suavemente.
— Pode sim.
Calmamente puxou uma cadeira próxima e a deixou ao lado para se juntar. Até agora nada havia de estranho. O outro, que estava em alerta momentos antes, começou a questionar se era apenas equívoco.
— Sabe, eu estudava aqui antigamente... vim ver como as coisas andam por aqui — comentou o indivíduo, ao observar ao redor.
"Ele realmente é só alguém velho", pensou, aliviado, como resposta.
"Não...não", a voz escondida nas profundezas de sua consciência berrava que ainda havia perigo.
— Pelo visto mudou muita coisa, mas, perto das férias, ainda continua agitado — continuou depois de ver outros jovens correr.
Mais uma vez a sua personalidade se provava o oposto pela qual esperava, parecia feliz e sorridente, apenas revivia memórias antigas e compartilhou uma delas de forma humilde.
— Afinal, qual é o seu nome?
— Meu nome é Mark!
— Mark?... Meu nome é Réviz.
Olhou-o como todo, seus olhos estavam agora determinados.
— Prazer em conhecê-lo, Mark! — continuou.
A mão direita se ergueu para perto como cumprimento, logo em seguida, as mãos dos dois se encontraram.
Sentiram um aperto. Uma faísca saiu das mãos, e energia como em uma descarga fluiu por um instante.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Pôr do sol (Rascunho do limbo)
ActionEm um mundo misterioso separado através de uma antiga e esquecida guerra entre o leste e oeste por quatro guerreiros puros, a energia da criação, que podia dar habilidades que fizeram parte da concepção do universo, não estava mais dormente nos sere...