Capítulo 10: "Ré..."

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As duas procuravam pela sala com os olhos frenéticos, até que, encontraram o jovem de cabelos brancos.

Maria correu e deu um abraço em Will. Nirda olhava para os dois com uma cara triste.

O médico e a enfermeira, logo em seguida, voltaram para a sala de internação.

— O-o que aconteceu? Só falaram q-que teve um acidente e que era pra vim aqui n-no hospital — indagava Maria, enquanto tentava engolir o choro.

— Tá tudo bem, Maria, apesar do susto... deu quase tudo certo — comentou Will, ao abraçá-la.

Lágrimas escorriam dos olhos de Maria, tentava os secar com as mãos, incessantemente.

— "Quase"? — perguntou Nirda, enquanto se aproximava de cabeça baixa.

Will respirou fundo, percebeu que mesmo sem contar todos os detalhes, as duas já estavam assim. "Isso que os bombeiros não contaram o estado de Mark", queria muito evitar ter que contar aquilo, tentava evitar o máximo, então, disse:

— O motorista está bem agora! Os bombeiros fizeram um ótimo trabalho com o ônibus, acho que já foram tirar o ônibus de lá, mas também acho que...

— O Mark... o que aconteceu, com o Mark? — dizia Maria pausadamente.

Nirda fechou os olhos, esperava apreensiva, a notícia que iria escutar.

Ao ver isso, Will agachou e colocou a mão sobre a cabeça da menina, depois, olhou nos olhos de Maria ao seu lado, e disse lentamente:

— Mark... ele... está num estado estranho, segundo o médico. Entrou em coma, mas não existe qualquer razão justa para isso. Não se machucou, seu coração está normal e respiração também, mas a pressão dele abaixou um pouco.

— O médico te disse tudo isso? — perguntou Maria.

Nirda ergueu sua cabeça novamente e abriu os olhos, sua preocupação se esvaiu um pouco de seus pensamentos, onde agora tinha um pouco de esperança.

— Não, só disse que ele ficou estranho. Eu notei isso nos exames inicias que realizaram quando os bombeiros ainda estavam aqui.

Os três permaneceram em silêncio. Apesar de ter outras pessoas ali na sala de espera, era notório o clima de tristeza próxima à entrada.

— Ele vai ficar internado, mas o médico e a enfermeira, provavelmente irão permitir que alguém o acompanhe — continuou.

— E eu posso ficar aqui? — disse Nirda, esperançosa ao cutucar Maria.

Maria respirou fundo e secou os olhos com as mãos, mais uma vez, as lágrimas que haviam escorrido, engoliu um pouco de saliva, então, a tristeza e a angústia controlou.

— E-Eu não posso ficar aqui muito tempo...

— Eu sei, Maria, todos nós sabemos, mas eu já vou ficar aqui queira ou não, afinal, até agora eu não entrei em pânico, então tá tudo ok, não é? — dizia Will, com um sorriso no rosto, enquanto controlava as mãos que tremiam.

Maria soltou um sorriso singelo, e o seu clima de tristeza sumiu de vez ao notar o esforço dos dois.

Nirda estava impaciente.

— E eu! Vocês não me responderam! — gritou Nirda.

Todos ali da sala voltaram seus olhares para os três, porém, quando a atenção havia dispersado, assim, continuou:

— Eu também quero ficar aqui, eu também quero ficar com o Mark, eu também quero ficar com o Will — sussurrou a Nirda, com vergonha.

— A gente vai decidir isso, Nirda — comentou Will, depois de fazer um leve cafuné na cabeça de Nirda.

Pôr do sol (Rascunho do limbo)Onde histórias criam vida. Descubra agora