Capítulo 9: Frio pós susto

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Estava tudo tão calmo, sereno, tranquilo, em um chão levemente frio sob ventos fortes; deitado em meio as árvores verdes, onde tinha um cabelo branco, sujo de terra, com roupas rasgadas, e um corte maior em sua perna, mas só estava gravado em sua calça.

Lá despertava, Will, no local do acidente.

Ao se levantar devagar, vagamente retomava a sua verdadeira consciência. Seus olhos piscavam ao tentar focar em outra pessoa, que estava estirada no chão, logo ao seu lado.

Começou a olhar em volta, via pedaços de metal e vidro por toda parte. "Frio...", olhou de volta para a pista, bem acima de onde estava.

Viu uma silhueta de um homem muito estranha e turva, era uma aparência familiar que trazia curiosidade. "O que é isso?", esfregou os olhos ao dar passos mais a frente, quando retomou o olhar para a direção da figura, percebeu que havia desaparecido.

Respirava devagar, sua mente estava quase que em branco, até que de repente, as memórias vieram, o que fez ter entrado em choque.

— Mark! — gritou ao reconhecê-lo.

Levantou rapidamente e soltou alguns espirros com o movimento. O via deitado com a barriga para baixo e tentou acordar balançando-o.

Virou, com um rosto agoniado, para cima, onde percebeu que ainda estava de manhã, com céu ensolarado, e assim, tentou, mais e mais vezes, acordá-lo. "Não adianta".

Se recusava a pensar em quaisquer chances de Mark estar morto, então, verificou se podia escutar seu coração, e conseguiu ouvir.

Ficou aliviado, mas não podia perder tempo, já que, apesar do coração ativo, poderia ter acontecido muita coisa com ele.

Will, então, subiu um pouco mais o morro, até chegar perto do ônibus, que havia sofrido o acidente. Avistou o motorista, que estava ainda acordado, preso no banco do ônibus, com o sinto que o deixava de cabeça para baixo.

Tentou entrar no ônibus para socorrer o motorista, mas tudo ao redor tremia muito, mesmo com um único passo para dentro. Era questão de tempo para que o ônibus saísse de sua posição.

— Não chega perto! — gritou o motorista.

Will hesitou em dar outro passo, depois de escutá-lo.

— Se continuar, esse ônibus vai sair do lugar. Você precisa sair daqui! — continuou.

— Mas o senhor está sagrando, você precisa...

— Eu vou ficar bem! Eu já acionei a ajuda antes de apagar, e o sinal já chegou lá — disse o motorista, enquanto apontava para um botão embaixo do painel.

O via com a cabeça suja de sangue, queria muito ajudá-lo, mas ficava ainda mais nervoso quando o ônibus tremia.

— Se você que me ajudar, vá lá em cima na rua e ajude-os a nos encontrar. Por favor!

Saiu com cautela, não perdeu tempo para discutir com o motorista. Estava extremamente nervoso, olhava para trás enquanto subia, verificava, mais e mais vezes, como os dois estavam; via Mark deitado, logo mais abaixo, do ônibus instável. Uma cena com potencial ainda mais perigoso vinha em sua mente. "Não quero pensar em como seria se não fossemos os únicos".

Ao terminar de subir, Will viu as densas marcas de pneu sobre o asfalto, e aquilo lhe deu arrepios. Depois de andar por alguns segundos, já pode ouvir a sirene dos bombeiros. Não sabia quanto tempo passou inconsciente, então, gostava de imaginar que a ajuda chegou realmente rápido. "Que bom".

Bombeiros desceram de forma veloz e seguiram a indicação da direção de Will. Logo, avistaram o ônibus e começaram a agir.

— Vejo um garoto e homem adulto senhor! — disse um dos bombeiros, que descia o morro.

Pôr do sol (Rascunho do limbo)Onde histórias criam vida. Descubra agora