Capítulo I

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➻Capitulo 1

Querido diário,

Hoje é o dia das voltas as aulas.

E como sempre voltei para conversar com você, mesmo que seja a mesma coisa de sempre.

Enfim, hoje é um grande dia. E com grande dia não quero dizer "o mais feliz!", quer dizer, talvez.

O último ano do ensino médio.

De fato, o melhor dia será quando tudo terminar.

Não posso negar que tenho medo do que será do fim desse ano escolar para frente, só de me imaginar trabalhando me desce um frio na espinha. A vida me assusta.

Com minha mochila vermelha com bolinhas brancas espalhadas estava eu cansada e sem disposição, como sempre, prestes a entrar na escola.

O lado bom de ir sozinha para a escola é que não tem ninguém falando no seu lado que nem matraca. Com isso, costumo pensar em várias coisas, planejar meu dia e as vezes opto por pensar em nada.

E é claro que eu vou sozinha para escola. Meu pai trabalha cedo demais para me levar, e minha irmã acorda mais tarde para ir pra faculdade e é óbvio que ela não acordaria cedo só para me levar.

Como eu disse, nem faço questão de ir com alguém. Minha única companhia é Mary, minha amiga desde o ano retrasado.

É até engraçado que eu, Chloe Watson, foi capaz de fazer uma amizade, apesar de ela ter puxado assunto comigo. Às vezes é até complicado conversar com alguém como ela, já que a personalidade dela não tem nada a ver comigo.

O fato é que amo ser reservada desse jeito, sempre na minha com minhas coisas em dia.

Eu costumo pensar que se eu tenho minha irmã e meu pai, e até Mary, eu não preciso de mais ninguém.

Isso é até curioso vindo de mim, a garota que na infância sofreu dois anos bullying por ser gorda, nem parece que eu chorei horrores naquela época.

Ainda bem que fui capaz de superar aquilo.

Aliás eu emagreci, não por eles, mas por mim.

É o que menos entendo, se você é gorda sofre, se é magra demais também sofre, as pessoas criticam tudo e nem ao menos percebem que críticas mexe com o psicológico de alguém.

Quando me lembro até me desce um arrepio de sentir a sensação de sofrer naquela época.

Foi no sexto ano até o oitavo, a garota mais popular da escola começou a me zoar e isso foi só um pé para todos fazerem o mesmo.

E só terminou graças a sua mudança para Alemanha, não recebi mais notícias dela desde a última vez que nos vimos, que foi uma ótima despedida com ovadas na minha cara.

Ela sempre dizia: "ninguém gosta de você, o único sentimento que alguém poderia ter por você é pena!".

Era e até hoje é uma coisa pesada para se falar para uma criança de onze anos, ainda mais que essas palavras vieram de outra de onze anos.

Na verdade, a única pessoa que me ajudou naquela época foi Priya, minha irmã, que soube através de fofocas pelo bairro, ela sempre tentou me deixar para cima, e tenho muito que agradecê-la por isso. Meu pai só não soube porque eu não deixei, nunca quis o preocupar com essas coisas e Priya me entendia.

Quer dizer, existe outra pessoa mas não sei ao certo o que foi que aconteceu.

Adam Carson McClain, o misterioso caso do garoto que mesmo sendo popular e famigerado "rebelde" já chegou a me ajudar em certos momentos.

Tanto é que quando Victoria acertou os ovos em mim, Adam logo apareceu me dando um pano para me limpar e se retirou sem falar uma palavra.

E naquela época ele fazia isso com frequência e da mesma forma, sem trocar nenhuma palavra comigo.

Nunca entendi a verdadeira intenção dele, ele sempre teve a escola aos pés, sem contar que de vista não parece ser do tipo de pessoa que ajuda as outras.

Eu sei, estou errada por julgar ele dessa forma, mas até hoje isso não entra na minha cabeça.

Com a mudança da Victoria para Alemanha, as zoações alheias foram parando aos poucos e hoje sou uma das pessoas mais excluídas da escola. Nunca tive a oportunidade de agradecer Adam por ter me ajudado naqueles tempos.

Hoje em dia ele é igual antes, indiferente de mim e qualquer outra pessoa sem ser seus amigos.

De qualquer forma isso é passado e quem vive de passado é museu.

Sofrendo bullying ou não, minha vida foi sempre sem graça aos olhos dos outros, mas aos meus era ótima.

Ficar no meu mundinho com meus bebês, vulgo livros, é uma ótima sensação, especialmente nas noites de fins de semana que enquanto muitos estão em festas, lá estou eu, lendo um romance ou ação, aventura ou suspense. Claro que não sou a única do planeta terra que faz isso, não me torna diferentes das outras pessoas.

O fato é que desse ano não espero muita coisa, sabe?

Acho que vou ser a única que vai ter um último ano do ensino médio "normal", e na verdade nem me preocupo com isso.

Enquanto para muitos vai ser a despedida de uma etapa da vida, para mim vai ser o fim de um novo começo.

Então pessoas, eu estarei atualizando, escrevendo e analisando os capítulos com calma, ok? Não quero entregar uma coisa chata

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Então pessoas, eu estarei atualizando, escrevendo e analisando os capítulos com calma, ok? Não quero entregar uma coisa chata. Também vou no futuro, modificar algumas coisas.
Então tenham paciência comigo:)

Desde já agradeço quem vai acompanhar! ;)

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