Capítulo XXIII: Anjo Tímido

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Aguardávamos outro carro da polícia nos buscar para dar o nosso testemunho a respeito do ocorrido. Enquanto isso estavamos em uma das salas de espera do hospital com dois policiais nos escoltando.
Todos olhavam para mim e estavam em silêncio esperando que eu falasse alguma coisa, mas eu estava muito nervosa. Até que Gabriel colocou sua mão sobre as minhas mãos, que estavam juntas e de dedos entrelaçados com o nervosismo, e depois disse:
-Não precisa ficar com medo, Sarah! Você está entre amigos!
Depois Billy falou:
-Você não sabe o quanto estamos felizes por você estar aqui, Sarah!
Jonatan falou:
-Já amávamos você antes! Agora você é a nossa heroína!
E depois a Kate completou:
-Estou tão feliz por ter a oportunidade de te ver, te tocar e te ouvir!
Eles me encorajaram a falar:
-Obrigada gente! Eu também estou muito feliz por poder ter contato com vocês, mas só não estou tão acostumada a ter tanta atenção!
A Dra Andréia comentou:
-Sei como você se sente Sarah! Especialmente com a atenção que você vai receber quando sairmos do hospital... Os jornalistas estarão nos esperando.
Em seguida ela pegou o controle da TV e a ligou. Para meu espanto, minhas asas estavam presentes em todos os canais simultaneamente. Logo em seguida, Jonatan completou:
-Não só na TV....
Mostrou a tela de seu celular. Eu também estava em todas as páginas da internet. Meu nervosismo voltou e a temperatura caiu. Billy resolveu quebrar o gelo e me acalmar:
-Agora tudo faz sentido! A temperatura só cai quando você fica nervosa!! Enquanto você zuava a gente, lá no seu quarto, a temperatura permaneceu normal!
Lembrei da cena e comecei a rir!
Jonatan resmungou:
-Isso não tem graça, Sarah!!
Isso me fez rir mais ainda e em seguida agradeci:
-Obrigada!! Vocês são umas comédias!!
E Billy me provocou:
-Eu achei que as pessoas perdiam massa quando morriam...
Agarrei ele pela camisa e o levantei do chão ameaçando:
-VOCÊ ESTÁ QUERENDO FAZER COMPANHIA PRA MIM NO MUNDO DOS MORTOS!?
Gabriel o alertou:
-É melhor você pedir desculpas! Ela matou um demônio sozinha e só com as mãos!
Billy ouviu o que Gabriel falou e imediatamente pediu desculpas. Todos estavam rindo do Billy, até que um policial entrou na sala avisando:
-O carro de vocês já chegou e está esperando.
Nos  levantamos para enfrentar a multidão de jornalistas lá fora. Gabriel colocou sua blusa por cima de mim e me abraçou para me proteger. Saimos escoltados pelos policiais e, como esperado, muitos flashs de câmeras nos cercavam e os microfones estavam sendo apontados de todas a direções. O barulho dessa multidão era ensurdecedor! Ainda bem que os policiais abriram caminho para entrarmos no carro.
Chegando na delegacia percebi que muitos oficiais ficaram perplexos com a minha presença. Eles nunca tiveram o testemunho de uma vítima de assassinato! Dei os detalhes do que aconteceu no atropelamento e no hospital um pouco antes de morrer.
Em seguida, o Gabriel deu o testemunho dele e depois a Kate.  O policial que estava fazendo o interrogatório perguntou à Kate:
-Como você sabia que Julius era o verdadeiro assassino da Sarah?
Kate respondeu:
-Foi quando o cara que atropelou a Sarah falou desesperado para ela que sobreviveria aos ferimentos do atropelamento e que foi assassinada no hospital. O Julius se tornou suspeito para mim, porque lembrei do interesse exagerado que ele teve em ligar para os pais do Gabriel assim que soube que ele ainda não havia aparecido no hospital... Em uma situação como esta, um investigador seria muito cauteloso... E a expressão que ele demonstrou em seu rosto não parecia de preocupação, era de euforia!
O policial elogiou:
-Bela observação, mas foi isso que quase te matou...
Kate concordou:
-Sim, mas se não fosse eu, poderia ser Billy, Gabriel ou o Jonatan que seriam feitos de reféns... De qualquer forma, um de nós tinha o risco de morrer....
O policial encerrou o interrogatório e pediu para aguardarmos na sala espera da delegacia.
Um tempo depois meus pais chegaram. Eles ficaram completamente histéricos ao me ver! Os dois me abraçaram com muita força, como se dissessem "Não saia de perto de nós nunca mais!". Aquele abraço aconchegante e cheio de lágrimas de alegria durou por, mais ou menos, uns dez minutos. Assim que eles se acalmaram, o policial que fez o interrogatório chamou todos. Na sala, a Dra Andréia estava ao lado do policial e eles se apresentaram:
-Meu nome é Bruno, sou o líder da equipe de investigação criminal da cidade de Mirna Sanches e esta é a nossa policial disfarçada que vocês já conhecem, a oficial Andréia.
O policial fez um sinal para a Dra Andréia e ela lhe entregou uma pasta cheia de documentos. Em seguida ele falou:
-Este aqui são os detalhes da investigação da Dra Andréia a respeito do assassinato da Sarah. Vou deixar que ela conte tudo a vocês pois ela está mais por dentro dos detalhes.
O oficial Bruno saiu da sala e nos deixou aos cuidados da Dra Andréia.

Sua Irmã é Um AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora