2 | aquela da lavanderia

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— SAKURA!

Sakura acordou assustada e bateu a cabeça na tampa do balcão. Xingou enquanto massageava a cabeça e encarou seu cliente com um sorriso envergonhado. O homem de cabelo castanho curto e tatuagem no rosto não conseguiu conter uma risadinha, Sakura reconheceu Kankurou e sentiu seu rosto esquentar de vergonha.

— Me desculpe, eu não pensei que você fosse bater sua cabeça desse jeito. Está tudo bem?

Kankurou apoiou os cotovelos no balcão e se inclinou um pouco mais na sua direção, a encarando com preocupação. Sakura automaticamente se viu recuando com um pequeno e sutil passo para trás, já estava se sentindo feia o suficiente e não precisava que ninguém ficasse olhando mais de perto. Ela abriu um sorriso amistoso, afinal, gostava de Kankurou e ele era um cliente fiel desde o ensino médio.

— Não é nada demais, é só que eu virei a noite estudando. O vestibular está perto e ainda faltam muitas matérias pra eu estudar, então estou focada nisso esses dias.

— O vestibular ainda é daqui um mês, e até onde eu sei você não deveria estar tão preocupada — Kankurou falou — Gaara diz que você era a melhor do colégio no ensino médio, não acho que isso tenha mudado. 

Kankurou estava começando a acreditar seriamente que Sakura estava enlouquecendo de vez. Ele era 1 ano mais velho e por isso não tinham estudado diretamente juntos, mas ele se lembrava dela na época de escola, assim como todos os alunos a conheciam por causa de suas notas. Se ele tivesse metade daquela inteligência, não estaria nem um pouco preocupado com a prova da Universidade de Konoha, talvez fosse por isso que ele não tivesse passado... Não importava, seu foco não era a graduação afinal. Como se pudesse ler a sua mente e tentando desviar o assunto de si mesma, Sakura apontou para o novo par de baquetas na mão do moreno.

— É o terceiro par em um mês, o que aconteceu com as outras?

Kankurou sorriu sem graça.

— Sabe como é, agora que eu me mudei de Suna, estou temporariamente morando com a Temari e ela não compreende que eu tenho a necessidade de treinar se quiser me sair bem no concurso do Bee.

— Oh, você também vai participar?

— Mas é claro! — Ele sorriu, — estou quase finalizando meu vídeo de inscrição, faltam só alguns ajustes e estará perfeito.

— Boa sorte, mas você não explicou sobre as baquetas.

— Ah, eu estava treinando ontem à noite e a Temari disse que eu estava fazendo muito barulho, então quebrou elas. Agora, me diz você, como é que uma bateria pode ser tocada sem fazer barulho? É óbvio que eu estava sendo barulhento!  

Sakura riu.

— Talvez você devesse procurar outro lugar para praticar.

— Estou trabalhando nisso, na verdade — Kankurou cruzou os braços sobre o peito e se inclinou sobre o balcão com um ar conspiratório, — suspeito que ela esteja tão nervosa esses tempos por causa daquele tal de Shikamaru. 

— Shikamaru? — Sakura franziu o cenho, — ele e Temari estão juntos?

Kankurou deu de ombros.

— Eu acho que sim, quer dizer, nós não conversamos sobre esse tipo de coisa, mas já vi ele deixar ela no apartamento tarde da noite e sempre que comento sobre ele ela fica toda arisca. Enfim, se alguém te perguntar, eu nunca disse nada.

Sakura abriu um sorriso e assentiu, moveu sua mão sobre a boca fechando um zíper imaginário e depois recebeu o pagamento de Kankurou enquanto ele tamborilava no balcão ritmadamente. Outros clientes passeavam pela loja, mas ninguém parecia prestar atenção nos dois. Algumas pessoas paravam em frente ao anúncio que ela tinha colado na entrada ou tiravam fotos, mas até então, ninguém a perguntou sobre a vaga de guitarrista. Pensando nisso, ela chamou Kankurou quando ele se virou para ir embora.

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