7 | Naruto Uzumaki tá sempre certo

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AVISO IMPORTANTE: Este capítulo pode conter gatilho de suicídio/depressão. Se você sofre de algum desses problemas, ou se sente desconfortável em ler cenas que tenham esse tipo de conteúdo, por favor não leia este capítulo. Minha intenção não é deixar ninguém mal, nem escrever algo que sirva como gatilho para nenhum tipo de crise em ninguém. Depressão é uma doença séria que afeta milhões de pessoas no mundo todo e necessita de tratamento.

A família Hyuga era tradicionalmente envolvida com a política desde sempre, ao que parecia. Além disso, também era donos de um dos maiores e mais influentes conglomerados do país, o que os tornavam praticamente celebridades. Hinata reconhecia que seu pai tinha um grande mérito em ter conseguido se eleger como governador e junto do irmão comandar um Império comercial ao mesmo tempo, principalmente depois da morte da esposa com o nascimento de Hanabi, irmã caçula de Hinata, e poucos anos mais tarde a morte de Hizashi.

Ela entendia que os acontecimentos fizeram de seu pai, que já era bastante rígido, ser ainda pior com a educação dela, da irmã e agora a de Neji. Ele queria que os três herdeiros Hyuga fossem capazes de carregar o nome da família e elevar ainda mais o perfeito status da família. Mas, às vezes, era tão difícil que ela só queria desistir. Sofria de depressão na infância e tinha fortes crises de ansiedade por causa de toda essa situação, mas tudo mudou quando ela tinha por volta de dez anos de idade. No dia em que quase se matou.

Hinata jamais esqueceria nenhum detalhe daquele dia.

Tinha participado da sua primeira competição acadêmica e conseguido desbancar outros 200 competidores de anos mais avançados e conseguido a surpreendente medalha de prata no campeonato regional. Apesar do seu pai não ter ido para assisti-la competir, Hinata tinha recebido muitos parabéns de professores e colegas, até mesmo do secretário do seu pai e seu motorista. Ela estava ansiosa para contar a Hiashi, para ver a expressão de orgulho nos olhos do pai por ela, pela primeira vez. Mas quando atravessou a mansão Hyuga correndo até o escritório do pai segurando sua preciosa medalha contra o peito, tudo o que Hiashi disse foi: "o único que ganha é o primeiro lugar. Não têm o que se orgulhar com uma medalha de prata, isso só significa que você continua perdendo".

Naquele dia alguma coisa tinha se quebrado dentro dela. A aula de piano começou uma hora depois e depois de trinta minutos errando repetidamente o mesmo exercício o professor de Hinata e liberou para uma pausa, na esperança de que ela voltasse a se concentrar na aula depois de um descanso. Foi quando ela subiu até o terraço do prédio e ficou encarando a cidade lá em baixo, as minúsculas pessoas indo e vindo presas em suas vidas, apressadas demais para reparar umas nas outras, o fluxo sempre constante de carros e motoristas impacientes. Por mais que ela viesse de uma família rica e importante ninguém ali sabia quem era ela. Quem ela realmente era. Ninguém se incomodaria se ela não existisse mais. Talvez fosse até um alívio para o próprio pai que ela sumisse de vez.

Inclinou o corpo um pouco conta a beirada do parapeito começando a sentir um leve desequilíbrio na ponta dos pés. Estava suando muito. A imagem do pai repetia em sua mente sem parar. Você continua perdendo. Ela tinha se esforçado, tinha se esforçado de verdade para aquilo, mas ele tinha razão, no fim das contas ela ainda tinha perdido, não deveria ter ficado tão feliz. Deveria ter atirado a medalha no lixo. Lembrou-se de todas as vezes que o pai agiu daquela forma com a irmã e como Hanabi nunca abaixava a cabeça, como ela era tão orgulhosa mesmo diante de um repressão. Lembrou de todas as vezes que a viu chorar e não conseguiu consolar a própria irmã porque ela mesma estava com medo. Tinha abandonado a irmã, não a merecia. Não era talentosa e inteligente como Neji. Era uma vergonha para o primo, a irmã e o próprio pai.

Suas mãos tremiam sem parar, era um dia frio de outono, mas o corpo inteiro de Hinata suava como se fosse verão. Ela estava sem ar. Estava sem ar e queria muito começar a chorar agora porque a ideia de desistir de tudo ficava muito tentadora e ela se sentia uma covarde por isso, mas quem queria enganar? Ela era sim uma covarde!

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