12 | convite inesperado

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Hinata sentia-se péssima. Seu corpo doía em lugares que ela nem sabia ser possível. Desligar o despertador tinha sido um verdadeiro sacrífico e mesmo depois de o ter feito, dispensou o café da manhã, minutos mais tarde quando uma das empregadas veio chamá-la. O treinamento com Guy sensei provara-se uma verdadeira saga ninja, isso porque ela tinha passado toda aquela semana lutando com as crianças. Não queria nem pensar no que teria que enfrentar na semana seguinte quando passaria a treinar com os alunos da sua idade, conforme orientações de Tenten.

O pensamento a fez sorrir, Tenten tinha sido extremamente gentil e muito solicita com ela todas as vezes em que se encontraram, ao contrário da reação que ela tinha com Neji, a antipatia cultivada pelo seu primo não havia se estendido a ela.

Seu telefone começou a vibrar no criado mudo. Hinata inclinou o corpo lutando contra a dor e o agarrou piscando alguns vezes até identificar o nome no visor: Tenten Mitsashi.

Pensando no diabo... Abriu a série de mensagens enviadas pela morena. Hinata não se lembrava de ter passado seu número para a morena, mas sabia que ele estava gravado nos seus registros da Academia e seria muito simples para Tenten pegá-lo ali. A medida que lia o cenho de Hinata franzia cada vez mais.

Basicamente Tenten começava com uma apresentação um pouco tímida e logo avançava para um convite de piquenique com alguns amigos.

Era a segunda vez na vida que alguém a convidava para uma reunião de amigos, sem ser pelo motivo dela ser filha de Hiashi Hyuga, para falar do pai ou agradá-lo. O primeiro tinha sido Naruto e a lembrança dela vestida de dreads andando ao lado do loiro pelo centro da cidade aqueceu seu coração e fez um sorriso bobo nascer em seu rosto. Tomada pela mesma emoção daquele dia, escreveu de volta para Tenten confirmando sua presença e finalmente deixou a cama. A morena respondeu rápido, feliz por Hinata ter aceitado e prometendo diversão, enviou a localização do parque onde iriam se encontrar com alguns amigos e avisou que fariam uma trilha leve até o local do piquenique.

A dor no corpo não a impediu dessa vez e Hinata tomou um banho rápido e quente, vestiu roupas próprias para exercício físico e quentes o suficiente para o clima do interior e saiu. Quase trombou no primo quando correu para fora do quarto. Neji, que vestia um terno cor creme e uma gravata marrom escura, impecável como sempre, a encarou de cima a baixo.

_O que você está fazendo?

Hinata sentiu o rosto queimar, mas manteve a cabeça erguida, pensando na forma confiante com a qual Tenten sempre agia ao se dirigir a ele.

_Eu vou fazer uma trilha e um piquenique com alguns amigos essa manhã.

Neji levantou as sobrancelhas, mas Hinata não soube dizer se sua expressão era de surpresa ou de descrença. Talvez um pouco dos dois. - Amigos? Que amigos? Você não falou sobre nada disso comigo ontem...

_Eu acabei de receber o convite, Neji. - "Além do mais isso não é da sua conta", queria ter completado, mas estava nervosa e com medo do que o primo poderia fazer, afinal, ele tinha recebido ordens expressas de Hiashi para estar sempre de olho em Hinata. - Tenten disse que é uma trilha muito tranquila e nós só vamos aproveitar o dia de Sol.

A menção do nome da Mitsashi teve um efeito imediato, qualquer que fosse a opinião de Neji sobre aquilo, ele pareceu ter deixado de lado na hora.

_Pois bem. - Ele deu meia volta e começou a se afastar indo de novo para seu quarto enquanto tirava o blazer e afrouxava a gravata.

Hinata fechou as mãos em punhos ao lado do corpo, queria questioná-lo, mas não poderia, nem sabia fazê-lo. Então simplesmente retomou seu caminho até as escadas onde a sempre impaciente Aika a esperava com o café. Comeu bem pouco, pedindo que a cozinheira preparasse alguma coisa rápida e leve para um passeio e foi para a sala de espera aguardar. Menos de vinte minutos depois Neji surgiu no cômodo tirando de Hinata a atenção que ela tinha num livro. O terno se fora e agora ele usava roupas leves e tênis de caminhada, tinha prendido os cabelos de novo e nas mãos segurava uma cesta de vime grande onde uma garrafa de vinho se pendurava para fora.

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