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14 | dever familiar

N/A: Esse capítulo só foi possível graças a @MelUchihaHaruno, mil vezes obrigada pela sua ajuda incrível! :3

Tenten esperou até eles atravessarem a ponte para falar, com receio de que os olhos da mãe queimando suas costas pudesse tirar ideias de onde não deveria. Mas quando se virou não esperava dar de cara com Neji tão perto de si. Sentiu as mãos fortes do garoto rapidamente na sua cintura quando se trombou nele e quase caiu. Tenten gritou baixinho um segundo recuando para longe e sentindo o rosto arder.

_O-o que você pensa que está fazendo?

A expressão do Hyuga não mudou quando ele cruzou os braços sobre o peito. A olhava com a mesma expressão o dia inteiro, tédio com uma quantidade pequena e muito bem calculada de interesse. Era enervante principalmente quando aquilo fazia com que ela ficasse sempre tão consciente da presença dele.

_Eu não fiz nada. - Ele respondeu firme. - Foi você quem trombou em mim de repente, preferia que eu tivesse te deixado cair?

Tenten começou a contar internamente, não podia perder a paciência com alguma coisa tão ridícula como essa, afinal, Neji realmente não tinha feito nada que justificasse uma reação exagerada e fazer caso daquilo só serviria para mostrar o quanto a presença dele, ou qualquer gesto, a incomodava. Se lembrou de Ino lhe contando sobre isso certa vez, quando começou a se relacionar com Gaara e como ele gostava de perceber as infinitas formas como a presença dele a afetava. Apostava que Neji gostaria de saber como a deixava nervosa.

_Esqueça sobre isso. - A Mitsashi murmurou voltando a caminhar. - Vamos logo, o dokudami cresce num poço depois de uma trilha perigosa e minha mãe não vai gostar se nos atrasarmos para o chá.

Algo passou pela expressão de Neji naquele momento, mas Tenten não soube dizer o quê. Um instante depois o moreno a seguia novamente parecendo perdido em pensamentos. A trilha até o poço era através de uma área muito rochosa e úmida, mas Tenten conhecia o caminho como a palma da sua mão e Neji não demonstrou a menor dificuldade em segui-la, de forma que rapidamente os dois estavam colhendo as plantas em silêncio.

_Por que você a chamou aqui e não nós dois?

A pergunta foi tão súbita que Tenten precisou parar o que estava fazendo para encará-lo. Neji continuava colhendo as flores com movimentos mecânicos, mas quando notou o silêncio prolongado que se seguiu, a encarou.

_Do que você está falando?

Ele revirou os olhos. - Você sabe. Estou falando de ter convidado minha prima para vir aqui.

Tenten abriu a boca para perguntar de novo, mas percebeu que soaria muito estúpida repetindo a mesma coisa e a expressão de Neji agora parecia grave, quase como se ele estivesse com raiva.

Com raiva de quê? - Tenten se perguntou.

_O que eu deveria responder? Não existe nenhum motivo para se convidar alguém para um passeio a não ser querer a presença dessa pessoa, horas! - Então, de repente, a ideia ridícula de que talvez Neji estivesse agindo daquele jeito por estar com ciúmes de Hinata a atingiu, mas a reação dele não condizia com suas ideias.

Toda a calma desapareceu do rosto de Neji dando lugar a uma expressão fria e meio assustadora, ele largou as folhas que já tinha colhido e diminuiu a distância entre os dois em poucos passos. Parecia-se exatamente com um tigre prestes a dar o bote, e, para a infelicidade de Tenten, a forma acelerada com que ouvia o sangue pulsando através da sua cabeça indicavam que ela era a presa.

Ela recuou até sentir as costas baterem com força contra uma árvore, então Neji a encurralou.

_Exatamente, Tenten. - O corpo de Tenten estremeceu ao sentir o hálito dele contra seu rosto. Os olhos perolados de Neji a fitavam como se só existissem eles dois no mundo e nada mais, e ela odiou a forma como seu corpo se inclinou levemente na direção ele, a traindo. - Seja o que for que você tenha planejado, saiba que eu não vou deixar a Hinata sozinha, você pode até enganá-la com essa história bonitinha sobre morar num templo e lutar, mas eu não sou ingênuo como ela e não sou deixar você se aproveitar de-