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9 | encontros e desencontros

A reunião do Conselho tinha sido mais longa do que Sasuke havia planejado, de forma que ele precisou permanecer na faculdade por quase todo o restante da tarde, se quer tinha visto os Hyuga, apenas havia mandado uma mensagem para Neji avisando que não poderia lhes dar uma carona na volta e recebido um "sem problemas" como resposta. Sasuke saiu da faculdade se sentindo cansado e dolorido, mas ainda tinha um compromisso inadiável, então andou com passadas largas até seu carro, jogando a mochila no banco de trás e saindo rapidamente em direção ao centro da cidade, sem notar Karin o observando pelo jardim com uma expressão decepcionada.

Durante o restante da aula Sasuke pensou no que tinha feito mais cedo, claro que não se arrependia de tê-la ajudado, Karin teria levado um belo tombo na escada naquela hora se ele não tivesse sido rápido o suficiente, mas começava a ficar cada vez mais incomodado com o fato de a ter levado para um café e  obrigado-a a comer. Ao contrario do que a maioria imaginava, ele não era tão alheio assim as coisas que aconteciam ao seu redor - só preferia ignorá-las - e tinha plena consciência de que Karin tinha uma queda por ele. Ela claramente tinha interpretado mal a coisa toda. Sua suspeita se confirmou quando, horas mais tarde, na reunião do Conselho Estudantil, ela ficou completamente vermelha e sem graça ao vê-lo, além de que começou a lhe direcionar mais atenção do que normalmente fazia, sempre interrompendo alguém para pedir a opinião de Sasuke sobre o assunto e concordo com tudo que ele dizia. Era revoltante.

Sasuke a ignorou completamente, decidido a não correr o risco de fazer mais nada que pudesse ser interpretado do jeito errado e notou que ela pareceu chateada. Mas ele tinha problemas bem maiores e urgentes no momento e Karin era grande o suficiente para saber lidar com uma rejeição, decidiu quando entrou no carro e atravessou o estacionamento sempre cheio.

Quarenta minutos depois, a paisagem verde e isolada da faculdade deu lugar aos prédios do centro e a cacofonia de carros e pessoas. A cede da empresa Uchiha ficava numa avenida comercial larga e movimentada, junto de vários outros grandes prédios e escritórios renomados. Sasuke deixou o carro na passagem dianteira da empresa, bem na entrada onde sempre havia um secretario pronto para guardá-lo, cumprimentou o homem sem muito entusiasmo e atravessou as portas de vidro com pressa conferindo as horas no relógio de pulso. Estava terrivelmente atrasado. Só esperava que Itachi tivesse conseguido conduzir as coisas até aquele ponto. Todos os funcionários no saguão do prédio paravam para cumprimentá-lo e Sasuke respondia a todos de maneira firme, mas curta.

No décimo segundo andar, assim que virou o corredor em direção a sala da diretoria quase derrubou Kurenai, a secretaria dele e de Itachi. Uma mulher morena muito bonita de olhos castanho avermelhados, como folhas de bordo canadense e cabelos repicados, era extremamente competente em seu trabalho.

_Sr. Uchiha! - Sua surpresa durou só um segundo. Sasuke gostava disso nela, Kurenai era sempre muito profissional e bem humorada de um jeito leve, às vezes tecendo um ou outro comentário sarcástico e debochado que acabava arrancando um sorriso dele e uma gargalhada do irmão. A proeminência em sua barriga agora começava a se destacar através do vestido social vermelho.

_Kurenai. - Sasuke apontou para as portas duplas depois da ampla sala de recepção, onde ficava a mesa dela. - Itachi ainda...

A secretaria balançou a cabeça. - Não precisa se preocupar, a reunião acabou há poucos minutos. Eles já foram embora. Eu estava indo buscar um pouco de chá para o seu irmão, acho que vou acrescentar um café forte pra você.

Sasuke franziu o cenho tentando não deixar muito da sua decepção transparecer, mas Kurenai, perspicaz como sempre, notou e sorriu gentilmente.

_Deu tudo certo, Sasuke. Mas não acho que você quer ouvir os detalhes de mim. Vá falar com seu irmão. Você ainda vai poder participar de mais um monte de reuniões chatas, devia ficar feliz por ter conseguido se livrar dessa. Banqueiros são homens particularmente entediantes, se quer saber.