Para sempre, meu amor. Uma história de Jacob e Renesmee

Posso senti-los.

Já havia amanhecido quando cheguei em frente à minha casa e pude escutar Jacob no telefone – eu já procurei pela cidade inteira, na praia, na reserva, na casa de cada conhecido, nos hospitais, já fui na polícia, estou indo a Port Angeles agora. Só um momento acho que é ela. – Disse ele ao ir até a entrada da casa, eu havia trocado de roupa não podia chegar toda ensanguentada, ficamos cara a cara quando ele abriu a porta.

- Renesmee? – disse ele sem entender o que estava vendo. – ele está aqui depois falo com vocês. –

Escutei meu pai falando que estava indo para lá. – Jake eu preciso tomar um banho e dormir assim que acordar eu vou lá diz pra ele. – falei ao entrar e ir até o banheiro liguei o chuveiro tranquei a porta e tirei a roupa, quando vi o corte no meu peito ainda cicatrizando, eu sentia uma enorme dor, mas não era física, nem por conta do corte, lágrimas começaram a correr pelo meu rosto entrei no chuveiro e podia ver o sangue que estava colado em meu corpo escorrendo até o ralo, mas nada daquilo era importante.

A única coisa que eu conseguia lembrar e ouvir eram as vozes, era como se eu tivesse deitada de novo naquele antigo cemitério sentindo a terra em minhas costas, vendo todas aquelas pessoas ao meu redor, e por mais forte que o vento soprasse as velas seguiam acessas.

Comecei a sentir uma grande dor no peito eu podia ver o ferimento no peito sangrar, ele estava aberto de novo, cai de joelhos no box em baixo da água minha cabeça estava jogava para trás fazendo meu olhos observar o teto, mas o que eu enxergava era a lua iluminando o cemitério por trás de pequenas nuvens, meus olhos estavam ficando transparentes como os dos bruxos, eu não conseguia me movimentar nem falar, senti minha barriga sendo aberta, mas não havia nem um corte ou movimento, era somente sensações, mas era tão real eu podia sentir uma lamina passando acima da minha virilha, e pela primeira vez senti os gêmeos eles se contorciam, lutavam contra algo, podia sentir a dor deles, lagrimas de sangue corriam em meu rosto e as vozes não paravam de cantarolar, nem o vento de soprar, seus batimentos estavam diminuindo eu os sentia me pedindo ajuda e não conseguia fazer nada, de repente já não os sentia mais e tudo sessou o vento, as vozes e quando finalmente minha visão voltou eu estava ajoelhada no box fisicamente normal do mesmo jeito que estava assim que entrei.

Não sabia como, mas tinha acabado de vivenciar o que aconteceu, sendo que quando acordei no cemitério não sentia, nem lembrava de nada agora eu podia sentir tudo.

- Renesmee amor, abre a porta preciso saber se está bem? – Dizia Jacob.

- está tudo bem, já vou sair. – falei ao desligar o chuveiro e enrolar-me em uma toalha branca.

....

Estava no quarto já vestida e deitada.

- o que aconteceu, por que sumiu? Achei que estivesse fugindo –

- por que pensou isso? –

- você levou dinheiro, documentos, o que eu devia pensar, não deu uma notícia nem para sua família, desligou o telefone. –

- eu só estava assustada, precisava pensar, sabe que não posso fazer isso perto da minha família, é quase impossível respirar sem eles estarem me observando. –

- tudo bem? E você conseguiu? –

- consegui sim. Prometo não sumir assim de novo, só não vi a hora passar comecei a dirigir por ai, quando acabei percebendo já estava amanhecendo. –

- tudo bem pode descansar, você está com uma cara péssima. – disse ele me acariciando.

Eu apaguei, mesmo o sono estando pesado, eu ainda escutava as vozes no fundo daquele breu, e de repente eu senti os dois, não como um sentimento físico, mas senti seus pequenos corações batendo.

Abri os olhos imediatamente e meu único pensamento foi - posso senti-los. -