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    Eu estava olhando para minha mãe que esperava uma explicação havia trinta minutos

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    Eu estava olhando para minha mãe que esperava uma explicação havia trinta minutos.

       — Só irei perguntar mais uma vez, Hillary. Onde. Você. Passou. a. Noite?
— perguntou lentamente com um olhar letal.

     Eu já estava morrendo de medo e me perguntando como ela soube que eu não estava lá na noite passada. Ela dormiu aqui?
  
     Vi que ela já estava prestes a me enforcar se eu não começasse a explicar logo e então comecei a falar.

    — Bom, eu tive que fazer um trabalho com uma amiga na casa dela e quando percebi já estava muito tarde e o carro dela estava quebrado, então como ela não podia me dar uma carona ela pediu para que eu dormisse lá e foi isso que eu fiz.
— disse em um fôlego só e tentando soar o mais convincente possível.

     Ela arqueia a sobrancelha e logo vi que ela faria muitas outras perguntas.

    — Quem é essa amiga que você tanto fala? — perguntou e engoli em seco. Merda!

    — É a Jane. Nós temos aula de Artes juntas. — ela pareceu desconfiada mas desistiu de perguntar mais sobre Jane.

    — Depois você me apresenta essa menina. Agora eu quero que me diga o porquê de você ter chegado até aqui no carro daquele garoto. — seu tom era rígido.

   Eu já estava suando frio e prestes a falar mais uma mentira quando ouvi uma voz conhecida me calar.

    — Eu ofereci uma carona a ela, mesmo ela negando. Algum problema, senhora? — Grayson frisou a palavra deixando minha mãe mais enfurecida.

     Por quê ele sempre tem que aparecer nos piores momentos?

    Minha mãe agora encarava Grayson com um olhar mortal enquanto ele estava ao meu lado com as mãos no bolso e com uma expressão de indiferença.

  — Por quê você aceitou, Hillary? Eu já falei que não quero você metida com esses marginais. Eu te proíbo de falar com qualquer um deles novamente! — ok, agora ela ultrapassou os limites.

     Respirei fundo e quando Grayson, inexpressivo, abriu a boca para falar algo eu explodi.

     — Você não tem noção do que você está falando mãe? — sibilo e ela arregala os olhos diante do meu tom. — Eu já estou cansada de você me pressionando o tempo todo. Eu nunca sou boa o suficiente pra você, não é? Eu nunca faço nada certo. Pra você eu sempre tenho que ser perfeita aos olhos de todos. Eu sempre tenho que ficar calada enquanto você me controla o tempo todo! E isso dói! Eu sempre fiz de tudo pra agradar a senhora, mas eu nunca era o suficiente pra você! — minha mãe tentava me interromper mas eu não deixava, ela precisava escutar tudo o que estava entalado na minha garganta havia anos. — Eu te amo muito, mãe! Mas você tem que entender que eu já tenho dezoito anos e tenho o direito de fazer minhas próprias escolhas e você não pode mais me controlar... Eu sei as amizades que eu quero ter, as pessoas que eu quero por perto! Você não precisa escolher até isso por mim!
na última frase eu já estava prestes a cair aos prantos com o olhar que ela me lançava. De decepção. Eu era aquilo pra ela, uma decepção!

      Ela alternou o olhar de Grayson para mim disse.

     — Esses demônios, estão enchendo sua cabeça de minhoca, Hillary. Eu eu só faço tudo isso por seu bem! E eu não controlo sua vida, eu só quero ter a certeza de um futuro digno para minha única filha, mesmo ela sendo uma ingrata! — ela proferiu as últimas palavras em um tom ríspido o que dessa vez atingiu o meu limite. Comecei a chorar baixinho e senti uma mão acariciando meu ombro.

Grayson!

   — Não ouse tocar nela, seu endemoninhado! — disse minha mãe disse em um tom alto indo em nossa direção. Minha cabaça já estava doendo.

    Eu precisava colocar um fim naquela conversa.

    Me afastei do toque de Grayson e me sentei na cama.

    — Mãe, já chega! Por favor. Eu preciso me arrumar pois tenho aula daqui a pouco...

    — Você está me expulsando, sua insolente? — Indagou com uma expressão perplexa. É, pelo visto a ideia de usar um tom calmo não adiantou muito.

    — Claro que não! Eu só quero te um pouco de paz... e me arrumar! E eu preciso ficar sozinha. Por favor!?

    — Ok, eu vou. Mas não pense que essa conversa acabou. — declarou e caminhou até a porta e a parei com a minha voz quando ela já estava do lado de fora do quarto.

    — Na verdade já sim. Eu vou ter as amizades que eu quiser e você não pode mais interferir nisso! — usei um tom convicto mesmo estando com medo de sua nova reação, ela não teve tempo nem de retrucar pois Grayson empurrou a porta com o pé.

    — Essa mulher é insuportável!
— afirmou e franzi a testa em reprovação. Ela não era ruim, só queria o meu bem!

     — Não fala assim dela. Ela não é insuportável, só é exigente de mais.
— retruquei e ele ficou seu olhar em mim.

    — Você... está bem? — perguntou com a voz exitante e assenti.

    — Estou. Só um pouquinho cansada, mas estou bem – ou pelo menos vou ficar.

     — Você me deve uma agora. — disse tentando aliviar a tensão que preenchia todo o quarto.

     — Não devo, não! Eu não pedi que você fizesse algo, então não te devo nada. — retruquei.

Ele riu.

     — Eu salvei sua pele, você pedindo ou não, então você me deve uma!

     Bufei com sua insistência me levantando da cama, cambaleante pela tontura que me atingiu.

     Me equilibro na cômoda e Grayson vem até mim preocupado.

     — Caralho! Você está bem? — assenti ainda com a mão na cabeça. — Porra, Hillary, você já comeu alguma coisa?

     — Não! Quando eu cheguei no campus ainda sem comer nada eu encontrei minha mãe aqui no quarto e estou sem comer nada até agora. Mas não se preocupe, eu vou tomar um café reforçado antes de ir pra aula. — ele ainda me olhava preocupado e eu me perguntava o porquê dessa preocupação repentina.

    — Eu estou bem, ok? Foi só um mal esse estar rápido me avisando pra comer algo logo, não é como se eu fosse morrer — tentei aliviar um pouco o clima em tom brincalhão mas sua expressão continuou séria.

     — Sendo assim, eu já vou indo. Eu só passei aqui pra perguntar se você vai a festa da fraternidade comigo. — ele me olhou com algo diferente nos olhos... talvez esperança?

     Dei uma risada de escárnio.

     — Desculpa, mas eu não quero nem sequer ouvir falar de qualquer fraternidade ou festa por um bom tempo.

     Ele franziu o cenho... parecia pensar se deveria ou não dizer algo.

     — Então, amanhã esteja pronta às 20hrs... vou te levar em um lugar!

     Não tive tempo de recusar ou perguntar que lugar, pois ele já havia saído pela porta praticamente correndo pra não responder.

   

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Um beijão na boca e até o próximo capítulo 💋✨

O DESPERTAR (Livro 1) || PARADAOnde histórias criam vida. Descubra agora