— Flashback
- >>Ano 2<<—
— Você volta pra Hogwarts daqui dois dias, não é?
— Sim.
A menina disse e mexeu a cabeça mesmo sabendo que a mulher não veria e a tia suspirou em alívio. Ela estava passando o Natal na casa dos tios e esperava Lorenzo voltar com as compras para fazerem a ceia. Delilah estava com doze anos de idade e estava confusa sobre os acontecimentos de sua vida.
— Tia, a senhora acha que... meus pais foram mortos de propósito? — A menina brincou com os próprios dedos e encarou a mulher mais velha, de longe.
Florence parou de lavar a louça e virou a cabeça para olhar para a menina. — É claro que não. — Ela fizesse irritada para a sobrinha. — Não fale bobagens. Já lhe disse que o Lord não faria isso com você.
Delilah suspirou. — Eu ouvi a senhora e o tio Lorenzo falarem sobre Voldemort e...— Ela falou baixo.
A mulher fechou a cara no mesmo instante e sequer deixou a ruiva terminar. Florence jogou a panela que estava em sua mão, dentro da pia e enxugou as mãos em um pano antes de se aproximar de Delilah e a puxar pelo braço.
— Como ousa falar o nome dele, sua pirralha?! — Ela gritou, fazendo a criança se encolher.
— E-eu...
— Cale a boca!! — Ela gritou novamente e arrastou Delilah até uma cadeira próxima na sala onde estavam. — Você vai aprender a respeitá-lo.
— M-me perdoe, eu... — A mulher apontou a varinha para a menina.
— Crucio!
O corpo de Delilah se contorceu na cadeira. A menina sentiu os olhos encherem de lágrimas e apertou a cadeira onde estava com força. A coluna da criança queimou e teve a sensação de que suas costelas estavam sendo espremidas. O suor frio começou a escorrer pelos poros da garota pálida e o ar entrava com dificuldade em seus pulmões. Delilah soltou um grito de dor e a tia se aproximou dela com uma expressão satisfeita, por ver a menina daquela forma.
— Vai voltar a chamá-lo pelo nome outra vez?! — A ruiva não disse nada. — Vai?! — A mulher bradou e bateu nos braços da cadeira com força.
— N-não. — Ela falou com dificuldade.
— Como deve chamá-lo? — A mulher ouviu a criança soltar outro grito de dor.
— M-mestre.
— Ótimo. — A mulher abaixou sua varinha e a dor no corpo de Delilah parou imediatamente.
Slytherin tentou normalizar sua respiração enquanto chorou baixinho e se encolheu na cadeira.
— Pare de chorar. Sabe que seu tio não gosta que eu te corrija sem ele estar presente e ele está chegando. — Ela falou irritada e Delilah enxugou suas lágrimas, segurando as que se formaram e queriam cair.
Florence saiu da sala de estar batendo a porta e Delilah voltou a chorar, indo até o seu quarto.
As torturas eram frequentes naquela casa. Florence detestava a garota, que era sobrinha de sangue apenas de Lorenzo. A mulher não podia ter filhos e era amargurada quanto à crianças. Ela não queria ter que criar a filha de outra pessoa e ficou ainda mais irritada quando soube que a herança de Delilah não estava acessível para ela e sim para Severus Snape.
Lorenzo era mais calmo que a esposa, mas tinha os seus próprios traumas também. Ele quis acolher a sobrinha porque sabia que Voldemort não tinha escolhido a família dela sem ter o conhecimento de quem eram. Delilah acreditava fielmente que Voldemort havia a escolhido. Que de alguma forma ele permitiu que ela vivesse mesmo com a maldição imperdoável.
A menina era carente de uma família e amor. A pequena criança se amarrou à ideia de que Voldemort era alguém que se importava e sabia que ele havia tentado matar Harry Potter. O que causou a certa antipatia que ela tinha sobre o garoto desde o primeiro dia de aula.
— Ei, lah. — A ruiva enxugou as lágrimas rapidamente e sorriu para o tio.
— Olá, tio. — O mais velho se aproximou da sobrinha e se sentou na beirada da cama.
— Como está?
— B-bem. — Ela tossiu um pouco.
— Ansiosa para voltar para Hogwarts? — A garota apenas assentiu com a cabeça.
É claro que estava. Em apenas dias na casa dos tios ela já havia sido torturada quatro vezes pela mulher.
— Tio, o que são Comensais da morte? — Ela perguntou curiosa.
O mais velho sorriu. — São bruxos da Trevas, querida. — Ele explicou. — Onde ouviu sobre isso?
— Ouvi você e tia Florence conversarem há alguns dias. Me desculpe.
— Não tem problema. Nós somos comensais. Uma pena você voltar para a escola em dois dias. Nossos amigos Lucius e sua esposa Narcisa virão para cá.
— O Lord... mestre, — Ela se corrigiu. — É um comensal?
O mais velho assentiu. — Ele é o líder de todos nós.
A ruiva sorriu. — Eu quero ser uma comensal também.
— Você será, um dia. Assim como seu avô.
— Eu queria que o Mestre voltasse... — Ela falou cabisbaixa.
— Um dia ele voltará, pequena. E com a sua ajuda.
A menina sorriu.
— Agora vamos. — Ele se levantou da cama. — Precisamos preparar uma ceia de Natal.
Delilah se levantou e foi atrás do tio até a cozinha. Ela estava feliz por ter ouvido que o Lord voltaria e que ela seria uma pessoa que o ajudaria nisso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝕻𝖚𝖗𝖊 𝖇𝖑𝖔𝖔𝖉 - VERSÃO SONSERINA
Hayran KurguDelilah Slytherin foi deixada em Hogwarts ainda quando bebê, depois de sobreviver ao feitiço da morte, diferente de seus pais. Dumbledore, um antigo colega do avô da menina, Salazar Slytherin, acolheu a garota depois que o professor Severus Snape en...