Apesar de não haver dormido bem,Dagoberto evantou-se cedo na manhã seguinte.Sentia-se agoniado,triste,peito oprimido.Norma olhava o marido com ar preocupado.Ela também se sentia angustiada.Não queria que Juliana fosse internada,mas sabia que Dagoberto não iria desistir.Sentou-se á mesa do café,ao lado do marido,sem dizer palavra. - Juliana já acordou? - indagou ele. - Ainda não.É muito cedo. - Vá acordá-la.Quanto antes acabarmos com isso,melhor. Norma relutou: - Não seria melhor esperarmos mais um pouco? Ficarei vigilante e não permitirei que ela saia só. Irei levála ao colégio ,farei tudo que precisar. Dagoberto meneou a cabeça. - Não adianta.Ela está doente e precisamos tratá-la.Não podemos perder tempo. Quanto antes,melhor.Se houvéssemos percebido na infãncia,certamente ela não teria ficado do jeito qu ficou.Sei que e difícil,mas é para o bem dela.Vamos ,mande chamá-la. Norma ia responder-lhe,mas desistiu. Chamou a criada e pediu-lhe que acordasse Juliana e lhe pedisse que se vestisse.Votou e sentou-se novamente ao lado do marido. - Não vai tomar seu café? indagou ele. - Agora não. Estou sem fome. Dagoberto olhou para ela,procurando aparentar otimismo: - Não fique assim.Ela só vai ficar láalguns dias e logo estará de volta,curada.Pense nisso. - Dona Norma,Juliana não está no quarto! - exclamou a criada. - Já se levantou? Veja se está no banheiro. A criada abanou a cabeça negativamente. - Não está,não. Já olhei tudo. Acho que ela saiu. - Não pode ser - disse Norma. - Ainda é muito cedo! Aonde iria a esta hora? Dagoberto interveio: - Procure-a,Norma.Não deseja me atrasar.Veja onde essa menina se meteu. Norma procurou por toda a parte,foi ao quarto de Juliana e,assustada,percebeu que suas roupas haviam desaparecido.Olhou no maleiro e a mala também não estava.Correu a chamar o marido: - Dagoberto,venha aqui imediatamente - vendo-o entrar no quarto,continou: - Juliana fugiu de casa! - Fugiu? Não pode ser! Ela não faria isso! Vamos procurar melhor. - Já procurei.Ela levou as roupas e sua mala desapareceu.Veja - abriu o guarda-roupa,que estava vazio. Dagoberto não se conformou: - Você lhe disse que iríamos interná-la! Eu lhe pedi para não lhe contar! Está vendo o que fez? Norma indignou-se: - Você está enganado.Eu não lhe disse nada! Por que me acusa! - Só você sabia o que pretendíamos fazer.Ninguém mais.Se ela fugiu,foi porque descobriu tudo.Só você sabia. - Outras pessoas também sabiam. O doutor Bueno e até o doutor Morelli. Por que eu? - Espero que esteja dizendo a verdade. Seja o que for,eu vou descobrir - respondeu Dagoberto,tentando controlar a raiva.Se Morelli estivesse metido nisso,iria a polícia! Não teria nenhuma contemplação. - Para onde teria ido ? - indagou Norma,preocupada. - Para a casa de alguma amiga.Aonde iria sem dinheiro? - Juliana não é ligada às amigas.Tavez tenha ido pedir ajuda a Vera. - Só espero que ela não tenha metido o Morelli nessa história.Ligue para Vera e veja se sabe de alguma coisa. Enquanto Norma apressava-se em telefonar.Dagoberto começou a revistar tudo e percebeu que ela levara roupas e objetos de uso pessoal,mas deixara o material do colégio.Norma voltou dizendo: - Vera não sabe de nada.Ficou assustada com o que leh contei. - Ela nunca teve muita ainidade com a Vera.Já com o Clóvis... Ele sabia de tudo e acobertava.Vamos acordá-lo.Vai ver que sabe onde ela está. Foram ao quarto de Clóvis e,enquanto Dagoberto abria as janelas,Norma o chamava: - Acorde,Clóvis.Juliana sumiu.
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Pelas portas do coração
SpiritualEnquanto a cabeça racionaliza,o espírito sente. A razão segue as conveniências do mundo. O espírito busca a essência daquilo que é. Quando a sensibilidade se abre,energias tumultuadas e emoções novas surgem trazendo insegurança,e é preciso estudar a...