Na tarde do dia seguinte,depois que ele deixou o trabalho,apanhou a Estela e foi com Paulo ver a casa.Era um sobrado muito bem construído ,em rua residencial e agradável,com jardim,garagem,duas slas e demais acomodações.Seus cômodos eram grandes e apesar de não ser nova,estava muito bem conservada,Estela adorou. - A pintura fica por minha conta - disse Paulo. - Ela está tão conservada! Acha que precisa pintar? - perguntou Estela. -Precisa - respondeu Paulo. - A família que residia aqui era muito boa,mas mesmo assim é bom pintar.Além de conservar a casa,a pintura vai limpar as energias que ficaram nela. - Mesmo depois de os inquilinos haverem se mudado? - indagou Estela,admirada. - Pense bem.Durante alguns anos essa família viveu aqui.Sentiu,pensou,sofreu ou não,mas passou por emoções diversas.As paredes desta casa estão impregnadas dos sentimentos deles.A pintura apaga tudo isso.Limpa as energias que ficaram,sejam quais forem. - Ela vai ficar impregnada das nossas energias? - Isso mesmo.O lugar onde nós vivemos fica cheio das nossas energias.Por essa razão,o ambiente do nosso lar depende só de nós.Se tivermos o cuidado de pensar só coisas boas,criaremos um ambiente agradável e gostoso.Nunca foi a algumacasa onde se sentiu bem e com vontade de ficar? - Senti isso ontem em sua casa - considerou Clóvis. - Quando cheguei estava magoado,triste,nervoso com a atitude de papai.Encontrei um ambiente tão bom,tão sereno,tão cheio de paz que esqueci toda preocupação.Dormi como um anjo. Paulo sorriu satisfeito: - É isso.Nosso ambiente somos nós quem criamos.Se tivermos o cuidado de levar para casa só pensamentos bons,nosso lar será sempre um lugar de rafazimento e harmonia.Amanhã mesmo vou mandar os pintores.Eles vão fazer a decoração,vocês é que devem escolher. Entuasiasmados,Estela e Clóvis começaram logo a planejar como iriam mobiliar e decorar a casa. conselho de Paulo,fizeram uma relação dos móveis que comprariam primeiro e que seriam essenciais para que pudessem se casar.Estela ficou de ir no dia seguinte verificar os preços e ver o que havia no mercado.Precisavam saber o quanto de dinheiro iriam precisar.Estavam felizes e seu contentamento era contagiante. Paulo olhava-os pensaivos.Inveja-os.A luz que via nos olhos de Estela,ele gostaria de ver nos olhos de Juliana.Naquele relacionamento,ele não saíra imune.Há algum tempo descobrira que a amava.Contudo,ela parecia continuar sendo a mesma de sempre.Nunca demonstrava interesse maior por ele.Era carinhosa,atenciosa ,companheira. Fora apresença de Armando que o fizera perceber que estava apixonado por ela.Quando Armando apareceu,percebeu logo que ele estava muito interessado nela.Sabia que ele não acreditava em nada do que eles faziam,que comparecia ás reuniões só para ficar ao lado dela. Vendo Juliana tratá-lo com deferência,perguntava-se se ela estaria apaixonada por ele.Armando ia ao centro de estudos de preferência durante o dia .Ele sabia que Paulo trabalhava e não estaria lá.Seria proposital?Teria intenções de conquistá-la? A esse pensamento,Paulo sentia-se muito angustiado.A presença de Juliana tornara-se parte importante de sua vida.Amava seu rosto,seu sorriso franco,sua beleza serena,sua lucidez,sua maneira e ver as coisas,admirava seu espírito alegre,sua voz macia e agradável.Ele sofria só em pensar que ela um dia poderia paixonar-se por outro e deixá-lo. Armando era esse perigo.Bonito,jovem,inteligente,médico,rico,era tudo que uma mulher poderia desejar.Se ela o amasse,não poderia fazer nada.Ela tinha todo o direito de ser feliz.Jamais seria um obstáculo á sua felicidade.Contudo ,viver sem ela seria penoso.Era como apagar o sol de sua vida e ficar na escuridão. Estava sendo difícil para ele reisistir ao afeto que sentia.Desejava abraçá-la,beijá-la,dizer-lhe o quanto a amava.Contudo,pensava que não tinha esse direito.Eles haviam eito um trato.Não poderia desrespeitá-la.Se ela lhe dissesse o quanto a amava,ela por certo se sentiria constrangida.Não podendo corresponder,sua presença ali acabaria por tornar-se difícil para ela.Como era generosa,talvez até aceitasse seu amor,para torná-lo feliz em agradecimento pelo apoio que ele sempre lhe dera. Ele tinha horror a isso.Nunca aceitaria sua piedade,nem sua gratidão.Tudo quanto ele fizera fora por idela á causa que ambos haviam abraçado.Jamais cobraria nada.Não queria que ela julgasse obrigada aa ceitar seu amor por causa disso.Continuaria dissimulando.Ela nunca haveria de perceber seus verdadeiros sentimentos,por mais que lhe difícil.
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Pelas portas do coração
EspiritualEnquanto a cabeça racionaliza,o espírito sente. A razão segue as conveniências do mundo. O espírito busca a essência daquilo que é. Quando a sensibilidade se abre,energias tumultuadas e emoções novas surgem trazendo insegurança,e é preciso estudar a...