Os três entraram e percorreram toda a casa sem encontraram nada. O detetive chamou-os na sala e disse com voz autoritária: - Para onde a levaram? Eles não disseram nada ,e ele prosseguiu: - Eu a vi aqui ontem pela manhã. Não adianta mentir. É melhor contar logo a verdade.Vocês estão em uma situação perigosa. Podem ser presos, responsábilizados pelo sequestro de uma menor.Sabem o que significa? - Sei,sim senhor.Mas garanto que Juliana não foi sequestrada.Ela veio de livre vontade - esclareceu José. - Para saber se isso é verdade,precisamos encontrá-la.Só ela pode nos dizer o que aconteceu realmente.Enquanto ela não aparecer,vocês serão responsabilizados por ajudarem a mantê-la aqui prisioneira. - Ela nunca foi prisioneira! - protestou Antônia. - Juliana veio por que quis e tinha bons motivos. - Isso não importa agora. Precisamos achá-la. Insistiram,ameaçaram ,mas não conseguiram nada deles. - Vamos colocar a polícia toda atrás do seu patrão e dela. Vão se arrepender de encobri-los! Minha filha está doente e precisa de tratamento especializado. Vou processá-los por todos os danos que ela tiver. Paulo os havia instruído quanto aos que deveriam dizer,por eese motivo,Antônia disse com delicadeza: - Não faça isso ,doutor. Sua filha não merece. Ela nunca esteve doente.Pelo menos o amor nunca foi considerado uma doença. - O amor? - disse Dagoberto,boquiaberto. - Claro. Por que acha que sua filha saiu de casa? Ela amava o doutor Paulo. Temia que o senhor não a deixasse casar antes de formar-se.Por tudo isso,ees resolveram fugir para se casar. Clóvis,que se sentara e ouvia tudo calmamente ,deu um pulo e não se conteve: - Casar?! - Como assim? - inquiriu o detetive,começando a achar que haviam feito muito barulho por uma coisa tão simples,que acontecia com frequência. - É mentira - reagiu Dagoberto. - Juiana nunca namorou ninguém.Não acredito nessa história. - Acreditaria se os visse juntos! - disse Antônia. - Eles se amam e vão se casar. Dagoberto nervoso,preocupou-se.Teriam eles dormidos juntos? Aproximou-se de Antônia e mudou competamente de atitude. Ele precisava saber. - Diga-me,por favor.Durante esse tempo todo que ela esteve aqui,eles.. eles.. Bem... Ficavam muito juntos? - conseguiu por fim,dizer. Antônia suspirou: - Ah! Precisava ver! Não se argavam.Só aos beijos e abraços.Uma beleza. Dagoberto deixou-se cair em uma potrona,segurando a cabeça entre as mãos. Admirado,Clóvis não sabia o que dizer. Paulo teria abusado d sua boa-fé? Teria se aproveitado de Juliana? Se isso fosse verdade,ee era o único culpado.Por que se metera naquela história? O detetive sentara-se,por sua vez,e olhava-os em silêncio.Esse casos de famíia,sabia como iam acabar.José aproximou-se de Dagoberto,tentando encorajá-lo. - Doutor não fique assim. O doutor Paulo é um moço de bem. Eles vão se casar. Tudo vai acabar bem. O senhor verá. - Seu patrão abusou da nossa confiança.Se fosse um homem de bem,jamais teria arrastado a ingenuidade de Juliana a uma situação dessas. Ela é uma menina inocente.Ee a enganou. - Não senhor.Ela está apaixonada.Ees estão muito felizes - disse Antônia. - Por que não estão aqui? Certamente aluém os avisou da nossa chegada.Mas quem? - disse Dagoberto,dirigindo-se ao detetive. - Ninguém sabia que viríamos.O sigilo é a alma do negócio.Eu não disse nada a não ser para meu superior.- esclareceu ele. Dagoberto olhou para Clóvis. - Eu não sabia de nada - disse ele,antes que o pai o acusasse. - Só fiquei sabendo dessa história hoje. - Eles sabiam da nossa chegada.Por isso fugiram - disse Dagoberto. - Agora que esclareceram o assunto,já podem contar. Onde eles estão? - disse o detetive com voz maneirosa,dirigindo-se aos caseiros. - Ees não sabiam que vinham.Como poderiam? Saíram cedo e não nos disseram para onde - disse José. - Esperaremos pela volta - disse o detetive. - Não vão voltar logo. Ficarão fora alguns dias. Dagoberto enrusbeceu de vergonha,sua filha viajando junto com um homem sem serem casados! Ela deveria estar louca! - Precisamos encontrá-los - decidiu ee. - Esta situação não pode continuar.Esse doutorzinho vai ter que responder por seus atos. Vou dar queixa dele á polícia. - Se eu fosse o senhor não faria isso - disse Antônia. - Vai expor sua filha a um vexame inútil.Creia,o doutor Paulo a ama e vai casar-se com ela. - Depois de tudo isso,ai dele se não o fizer!
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Pelas portas do coração
EspiritualEnquanto a cabeça racionaliza,o espírito sente. A razão segue as conveniências do mundo. O espírito busca a essência daquilo que é. Quando a sensibilidade se abre,energias tumultuadas e emoções novas surgem trazendo insegurança,e é preciso estudar a...