Clóvis entrou em casa disposto a conversar com pai.Paulo o levara á loja de seu amigo e apresentara como canditado ao emprego de vendedor.Era uma loja grande e bonita,e ele sentiu-se fasciando.Conversaram ,ele foi sincero.Disse que nunca havia trabalhado,mas demostrou o quanto conhecia de carros e foi contratado para começar já no dia seguinte. Ao deixar a loja,ele não escondia o entusiasmo. - Acho que vai dar certo! Se eu pudesse,começaria hoje.Se tudo der certo,poderei me casar .Graças a você! Nunca me esquecerei o que tem feito por nós. Paulo sorriu: - Calma.Voc~e vai conseguir,mas terá que se esforçar para vender os carros.Seu salário fixo só vai dar para alguma despesa pessoal.O forte serão as comissões.Quanto mais vender,mais receberá. Clóvis deu de ombros: - Há muita gente de dinheiro nesta cidade.Vender aqueles carros vai ser fácil.Se eu pudesse,compraria todos já. - Não exagere. - O pior vai ser enfrentar o "doutor".Ele vai tentar impedir. - Conte-lhe a verade.Diga que Estela espera um filho e que você precisa se casar.Ele acabará concordando. - Não sei...Ele é tão antiquado! Vai fazer um barulho dos diabos!O pior é que vai qerer falar com o pai de Estela. - A responsabilidade é sua.Você é que tem de fazer isso. - Tudo que quero fazer,ele não deixa.Eu é que tenho de fazer o que ele quer. - Você já é um homemmaior de idade.Precisa ssumir sua vida.Não pode deixar que seu pai interfira. - Ele acha que eu não tenho capacidade para nada.Vive dizendo que,se eu não acabar a faculdade,vou morrer de fome. - É a forma dele de pensar.Não a sua. - É que eu não gosto de estudar.Tenho horror.Ele não aceita isso. - Você não gosta de estudar o que estão lhe impondo.Eu já vi você muito interesssado estudando. - Eu? - surpreendeu-se ele. - Sim.Naquela revista de motores e máquinas. - Ah! Isso não é estudar.Eu faço por prazer.Adoro saber como é que os motores funcionam. - Aí que está.Estudar o que nos interessa é muito prazeroso. Por esse motivo,basta escolher uma profissão adequada e você vai progredir com facilidade. - Nunca encontrei niguém como você.Acho que está certo.Não sou preguiçoso nem burro.Vou deixar aquela faculdade de uma vez.Não tenho jeito para ficar discutindo aquelas baboseiras. - Você não gosta,mas pode ser bom para outras pessoas.O problema é que cada um vive melhor e obtém mais resultados seguindo a vocação que tem.Não adianta forçar sua natureza. - Gostaria que papai pensasse como você.Ele vai espernear quando souber. - Não tenha receio.Posicione-se com sinceridade.Fale o que sente.Diga-lhe o que deseja fazer. - Não vai ser fácil para mim enfretar o "velho". - Se quer conseguir o que quer,precisa isso.Pretende passar o resto da vida pendurado nele? - Tem razão.Hoje mesmo vou resolver o assunto. Encontrou a mãe na sala de jantar cuidando dos arranjos da mesa como sempre.Vendo-o,ea foi logo dizendo: - Ainda bem que chegou.Seu pai já etá a caminho e o jantar,pronto. Ele foi para o quarto.Estendido na cama,pesnou na minha maneira de falar com o pai.Não queria contar-lhe que Estela estava grávida.Do jeito que ele era,poderia complicar tudo.Paulo tinha razão.Ele estava com vinte quatro anos e precisava posicionsar-se.Contudo,iria fazer isso do seu jeito.Não diria nada á família.Comeãria a trabalhar no dia seguinte e trancaria a faculdade .Depois de alguns dias no emprego,procuraria os pais de Estela e a pediria em casamento.Só depois é que contaria tudo ao pai.Aí ele não poderia fazer mais nada. Agora começava a ver claramente.Como criana não tivera alternativa senão aceitar o que seu pai decidia.Mas agora essa dependência pesava.Ele sentia necessidade de tonrnar-se capaz de cuidar da própria vida.Não tinha experiência,mas tinha certeza de que aprenderia.Inteligência não lhe faltava.Vontade de trabalhar também não. Na manhã seguinte,para supresa de Norma,levantou-se mais cedo sem que ela precisasse chamar e sentou-se á mesa do café,bem vestido penteado. - Estou gostando de ver - disse ela,vcom um sorriso de satisfação. - Hoje levantou cedo,arrumou-se bem,está acontecendo alguma coisa? - Nada.De agora em diante vai ser assim. Dagoberto,que tomvava seu café em silênico,olhou-o e não disse nada.Norma suspirou.Pelo menos Clóvis poderia tomar jeito! Ela sentia-se só.Dagoberto rompera com Juliana,e ela nunca mais os visitara.Estava proibida de ver a filha.Ele dizia que só a receberia de volta se ela desistisse daquelas besteiras e lhe pedisse perdão pela sua desobediência.Apesar de sentir saudades,Norma não se atrevia a desobedecê-lo.Afinal,ele tinha razão.Juliana o enfrentara e não quisera ouvir suas ponderaçõesVera também espaçara as visitas e quase não aparecia.Norma reclamava,mas ela dava desculpas,dizia-se ocupada e quase não a visitava.Suas filhas eram ingratas e isso a entristecia muito. Sempre se esforçara para educá-las da melhor forma,não poupara esforços e sacrifíos para orientá-las,e agora elas a haviam abandonado.
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Pelas portas do coração
EspiritualEnquanto a cabeça racionaliza,o espírito sente. A razão segue as conveniências do mundo. O espírito busca a essência daquilo que é. Quando a sensibilidade se abre,energias tumultuadas e emoções novas surgem trazendo insegurança,e é preciso estudar a...