We were always meant to say goodbye

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Ela nunca fora a namorada ciumenta,nunca.Talvez devesse ser,assim evitaria as lágrimas secas em seu rosto.Ou o copo em suas mãos.Ou a tontura que sentia agora.

—Mais um?—o barman diz contrariado a fazendo rosnar por dentro.

—Mais um.—confirma e tem seu copo cheio novamente.O barulho do vidro sendo preenchido pela bebida transparente parece terapêutico,ela nunca fora de beber,muito menos como agora.

Mas também nunca fora de chorar por homens,de se apaixonar,e de ter seu coração partido em pedaços.

Talvez agora ela fosse.Mais um gole de tequila desceu diretamente por sua garganta,já anestesiada pelos anteriores.Ajeitou o corpo no banco,sabia que parecia tão patética quanto se sentia.Estava em meio a um dos clubes mais badalados de Mônaco com roupas de praia,era cômico e trágico.

A se Diana a visse agora...poderia encher o peito para dizer o quanto estava certa.Talvez a agente sempre esteve certa,seu relacionamento estava fadado ao fracasso desde o começo.

—Ele disse que me amava sabe,e eu acreditei,eu me apaixonei.Quão idiota eu sou?—questionou com a voz embriagada enquanto estendia novamente o copo ao bartender.

O funcionário franziu suas sobrancelhas,cerrando seus olhos escuros a analisando.

—Pera eu te conheço...você é modelo certo? Ele deve ser um burro de perder uma dessas.—a respondeu enchendo seu copo novamente.

—Sim ele é.—confirmou com um sorriso que representava qualquer sentimento menos felicidade.

—Zara.—a voz roca chegou a seus ouvidos,apesar da música alta,das pessoas conversando,era como se a perseguisse.A modelo não mexia um músculo,o funcionários se perdeu entre suas tarefas assim que a figura de Daniel surgiu.—Por favor vamos pra casa.—pediu.

A modelo travou uma batalha com suas lágrimas antes de girar em sua direção.Mordeu os lábios querendo conter todos gritos inapropriados que queria destravar de sua garganta.

—Eu não tenho mais casa aqui Daniel,não com você...—travou engasgando em suas lamentações.—Não aquela.

Uma linha surgiu entre a testa do australiano,seus olhos estavam tristes,caídos e preocupados com o estado da modelo.Ela estava quebrando bem a sua frente,e era sua culpa.

—Zara por favor,deixa eu te ajudar ok?—implorou segurando os ombros ossudos da brasileira,que cambaleava sob seus sapatos.

—Não,não encosta em mim!—um fio de voz ordenou.

—Tudo bem mas vamos...por favor Zara,eu não posso te deixar assim.

A modelo bufou ironicamente,a culpa era dele.Daniel quem a deixara assim e agora queria apenas dizer essas coisas? Ele não tinha o direito,nenhum direito.

—Me deixa em paz.—pediu enquanto sentia as gotas salgadas deslizarem por suas bochechas coradas,cerrou suas mãos e deferiu um golpe no peito do australiano.Ela queria machucá-lo,como ele havia feito com ela,mas sabia que nada que fizesse doeria como o inferno que ela sentia agora.

Fora impedida com facilidade,Daniel agarrou seus pulsos com uma expressão indecifrável em seu rosto.Suas sobrancelhas escuras se juntavam formando as rugas em sua testa,e tinha os olhos escuros marejados como os dela.

—Vamos,por favor.—suplicou pela última vez,e o cansaço a venceu.Seu corpo embriagado se apoiou no dele,e assim foram juntos até seu carro.

As cenas eram confusas na cabeça da modelo.Se lembra de se jogar no banco traseiro,se lembra de chegar em casa e quando percebeu estava debaixo do chuveiro.Daniel a encarava da porta,apoiando seu corpo no batente e com as palavras entaladas em sua garganta.

Golden•Daniel Ricciardo Onde histórias criam vida. Descubra agora