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Todo o meu corpo doía, mas parece que as dores haviam diminuído. Abro os olhos, perdido. Onde eu estava? Eu morri?
Estava deitado em algo macio e confortável. Estava tão quentinho... Nada comparado ao frio congelante que passei. Mas... e se tiverem me pegado de novo? Me levanto de súbito, me assustando ao ver um homem sentado em uma poltrona, me olhando. Não... de novo não...
Tento correr para a porta, mas ele é mais rápido e entra na minha frente, agarrando meus pulsos com força.
— Me larga! Me larga! — Grito, me debatendo e tentando fugir de seu aperto, mas ele pareceu se irritar, girando meu corpo e me prendendo por trás, tapando minha boca com a mão. Ele ia me matar... ele ia...
— Que barulheira é essa? — Ouço alguém falar, e não demorou para uma mulher sair do banheiro, me olhando sorridente. Ela parecia um anjo, mas mesmo assim eu ainda estava com medo. — Oh, você acordou! Que bom! — Comemorou, mas eu não podia falar por conta do homem que me segurava.
— Ele tentou fugir. Falei que não era uma boa ideia... — O homem falou, me olhando seriamente.
— Yuri, solte ele! Você assusta qualquer um com esse seu gênio! — A mulher ditou, e mesmo a contragosto, ele me soltou, me olhando ameaçadoramente. — Como se chama, querido? — A mulher se aproximou de mim, sorrindo docemente e me indicando a cama para sentar novamente nela.
— Hm... Isaac... — Balbucio, ainda em alerta com aquele homem, que me encarava como se quisesse me matar. Ele parecia irritado.
— Bom, eu me chamo Atena, e aquele ogro ali é o Yuri. Nós te encontramos em uma cabana velha. Você estava muito machucado e decidimos te ajudar...
— Você decidiu! — Yuri a interrompeu, impaciente. Logo me recordei da minha tentativa inútil de fuga. Achei que eu iria morrer ali mesmo... e ninguém me encontraria.
— Você se sente melhor? — Atena questionou, me olhando preocupada. Olho para minha barriga, que estava enfaixada.
— Sim... obrigado. — Balbucio, agora mais calmo.
— O que aconteceu com você? — Atena indagou, o que me fez respirar fundo.
— Eu... matei meus pais. — Confesso, vendo os dois me encararem com espanto.
— Espera... o quê?! — Atena exclamou, em espanto.
— Eles... me machucaram muito... Faziam coisas horríveis... Eu... quis acabar com isso... — Balbucio, abraçando meu próprio corpo, como se isso fosse me proteger de todo e qualquer mal. Atena apoiou a mão em meu ombro, chamando minha atenção.
— Bem, seja como for, agora eles não vão mais te incomodar. — Ditou, o que me fez sorri ao saber disso, assentindo.
— Merda... — Ouço Yuri resmungar, olhando algo no celular.
