18 || A Três

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Tento usar meu pouco raciocínio que restava, mas eu havia sido pego completamente de surpresa

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Tento usar meu pouco raciocínio que restava, mas eu havia sido pego completamente de surpresa. Era nítido o quanto aqueles dois estavam fora de si por conta da bebida. Mesmo que eu tenha bebido no mesmo nível, eu sempre demoro muito para ficar bêbado. Porém, não é a mesma coisa com Isaac, que já estava tonto na primeira garrafa, e Atena, mesmo que tente demonstrar lucidez, também não estava no seu estado normal.

Enquanto ela me beijava, eu podia sentir a boca de Isaac entorno do meu pau. Isso me assustou à princípio, me assustou muito, porém... não podia negar que aquilo era gostoso. Sinto a mão de Atena deslizar pelo meu peito, o que me causou um arrepio instantâneo. Atena era uma mulher que sempre tentava dominar no sexo, já percebi isso, e ela conseguia com facilidade, pois dessa vez, eu que estava sendo rebaixado pelos dois. Eu não sabia o que fazer, principalmente por conta da presença de Isaac.

Em um dado momento, Isaac parou de me chupar, o que me fez olhá-lo. Atena e ele se olharam, sorrindo, e para a minha surpresa, ambos iniciaram um beijo intenso, bem na minha frente. Eu não sabia nem ao menos como agir. Era para eu me sentir horrível, parar com isso, achar nojento. Mas... o meu corpo não me obedecia, e eu continuava excitado.

Meus ensinamentos no Japão foram os mais rígidos possíveis. Que eu deveria amar e cuidar uma única mulher. Aquele procedimento básico... crescer, treinar, namorar, treinar, noivar, treinar, casar, treinar e ter filhos. Esse era o procedimento de significado de vida que sempre me foi imposto por toda a minha vida, desde o momento em que me entendo por gente.

E eu já estava planejando fazer isso com Ada... a mulher que morreu por minha causa.

Eu a matei...

Deito no chão, cobrindo meus olhos com os braços, não querendo chorar, mas foi impossível impedir que as lágrimas caíssem. Meu peito doía. Eu a traí, eu menti, eu não fui honesto e todos os meus anos de treinamento eu não servi nem para proteger a mulher que eu amava.

Nada me tira a cabeça de que foi eu que a matei...

Matei nosso filho...

Eu a levei para isso...

— Por que está chorando...? Tena... ele está chorando... — Ouço Isaac balbuciar, se atropelando nas próprias palavras. E logo sinto um beijo ser depositado em meu rosto, para logo em seguida ser em minha boca. À princípio, achei que fosse Atena, mas eu já conhecia o sabor do seu beijo, o formato dos seus lábios. Esse era diferente. Eram lábios mais carnudos e delicados. Era Isaac...

— Não chora... — Ouço a voz manhosa de Atena sussurrar em meu ouvido, secando delicadamente minhas lágrimas.

Eu tentava ignorar meu passado, mas minha mente era traiçoeira. Flashes do momento em que Ada morre em meus braços me atingem com força, me deixando assustado e ao mesmo tempo frustrado. Nada muda o fato de que aquela bala devia ser para mim, não para ela...

Isaac continuava me beijando, na tentativa de me fazer retribuir, mas eu estava totalmente fora do clima até para sequer brigar com ele. Me levanto, afastando os dois, vestindo minha bermuda e minha camisa novamente.

— Parem... por favor... — Peço, cabisbaixo.

— O que ele tem Atena? — Ouço Isaac sussurrar, como se não quisesse que eu ouvisse.

— Eu não sei... Será que ele não gostou? — Atena sussurrou de volta. Suspiro, me levantando e olhando a situação crítica dos dois.

— Anda, vamos para dentro. A brincadeira acabou. — Falo, vendo os dois resmungarem, se abraçando e fazendo birra para não irem. Ótimo... Puxo os dois pelos braços, ignorando as reclamações e levando cada um para seu devido quarto. — Você me espera aqui! — Ordeno para Isaac, o deixando no corredor. Ele sorriu, assentindo. Abro a porta do quarto de Atena, a levando para dentro e tentando fazê-la deitar na cama, mas ela acabou me puxando junto, abraçando meu pescoço.

— Fica comigo! Eu quero abraços! — Pediu, me roubando vários selinhos.

— Atena... não! Para! Você está bêbada! — Falo, segurando seus pulsos e a fazendo me soltar. Ela fez bico, me olhando.

— Eu estou muito sóbria! Ei... por que tem dois de você? Tem um irmão gêmeo? — Questionou, maravilhada e tocando o ar. Fecho meus olhos, respirando fundo.

— Boa noite! — Falo, fugindo das suas garras e fechando a porta rapidamente. Respiro fundo, olhando para o corredor e não vendo mais Isaac. Mas que...! — Isaac!!! — Grito, na esperança de que ele aparecesse, mas isso não aconteceu. Desço para a sala, passando por ela e não vendo ninguém, até acabar encontrando Isaac na cozinha, completamente nu e com a cabeça mergulhada na água da pia.

Eu vou matar um hoje, certeza!

— O que diabos está fazendo?! — Exclamo, o puxando pelos cabelos, o tirando da água. Ele tossiu, sorrindo em seguida.

— Tem uma piscina... quero mergulhar... — Balbuciou. Pego meu casaco no cabideiro, vestindo ele.

— Vamos, Isaac. — Tento levá-lo de volta, mas ele cruza os braços, negando.

— Não quero.

— Isaac... — Repreendo, vendo ele fazer bico.

— Você é malvado! — Ele me virou às costas, o que me fez respirar fundo para não matá-lo afogado na pia.

— Desculpa, então. Vamos para o quarto, hm? — Tento convencê-lo com um tom mais ameno, e ele logo me olhou novamente, sorrindo.

— Vamos! — Ele me estendeu a mão. A pego, o levando até o quarto dele, o fazendo se deitar. — Não vai ficar comigo? — Ele choramingou. Me afasto, vendo ele rolar na cama, mas acabou adormecendo em fração de segundos.

Que noite...

Volto para o meu quarto, olhando diretamente o porta-retrato onde estava Ada e eu abraçados, sorrindo para a câmera. Eu era feliz com ela. Já estávamos planejando nosso futuro. Eu ia pedi-la em casamento, mas...

Eu a levei para a morte...

LIGAÇÕES PERIGOSAS - Amor em dose tripla (POLIAMOR) Onde histórias criam vida. Descubra agora