11 || À Dois

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Desligo a televisão, vendo Isaac jogado todo torto no sofá após se encher de salgadinhos e refrigerante enquanto assistíamos um filme de terror

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Desligo a televisão, vendo Isaac jogado todo torto no sofá após se encher de salgadinhos e refrigerante enquanto assistíamos um filme de terror. Ele pareceu ter medo no início, mas depois só focou em comer e acabou dormindo na metade do filme, o que foi bom, pois eu logo tirei  o filme e fui terminar de assistir o jogo de futebol. Só aceitei assistir a droga do filme porque Isaac fez um drama sem fim por está todo machucado do treinamento e dizendo o quanto eu era insensível com ele.

Me levanto do sofá, já pensando em subir para o quarto, mas acabei avistando Atena na praia, apenas com uma camisola curta vermelha mesmo com o frio que estava lá fora. Ela parecia estar com o pensamento longe, enquanto estava sentada à beira do mar. Como já era tarde da noite, não havia ninguém mais na praia. Pego um casaco, resolvendo ir até ela.

— Por que está sozinha aqui? — Questiono, me aproximando e colocando o casaco envolta de seus ombros. Ela me olhou de relance, voltando a encarar um ponto vazio e fixo no horizonte.

— Ultimamente é assim que ando me sentindo... sozinha. — Falou, o que me fez a olhar com uma sobrancelha arqueada.

— Muito obrigado pela parte que me toca. — Brinco, o que a fez sorri, balançando a cabeça.

— Não estou falando de você e do Isaac. Mas eu recebi alguns e-mails anônimos mostrando conversas e vídeos de pessoas que se diziam meus amigos e agora estão me esfaqueando pelas costas. Amigas minhas que... viviam me apoiando e agora dizem que meu lugar como chefe nunca daria certo, que eu deveria me casar com um capo e ser submissa a ele, que se fosse assim, eu não estaria nessa enrascada... — Murmurou, com um tom nitidamente chateado e um olhar perdido.

— E você se incomoda com esses comentários? — Questiono e ela suspira.

— Eu não sei explicar... Eu só sinto que... estou lutando sozinha por algo que já me pertence e ninguém quer aceitar. É nesses momentos que eu vejo quem realmente está do meu lado, e quem só me apoiava por interesse. Mas agora eu não sei o que fazer, Yuri. Eu me sinto perdida... Parece que... qualquer caminho que eu olhe só vai me levar para a morte ou uma fuga sem fim. — Desabafou, parecendo exausta psicologicamente.

Era a primeira vez que eu via Atena tão vulnerável e entristecida dessa forma. Ela era uma mulher forte, e tinha suas razões de se sentir assim, afinal... eu passei pela mesma situação e até pior ao perder minha namorada e meu filho.

Suspiro, puxando a cabeça dela, a deitando em meu ombro. Ela sorriu fracamente, não recusando e enlaçando seu braço no meu, fechando os olhos.

— O que eu devo fazer...? — Seu tom saiu em um sussurro.

— Mostrar a eles que seu lugar é como chefe da máfia americana e ponto final. — Falo, vendo ela apenas balançar a cabeça, pegando minha mão direita, tocando a aliança de compromisso que eu ainda usava, e que era um símbolo do meu relacionamento com Ada, ou ao menos... que era.

— Você namora?

— Namorava... — Falo, e ela suspira, girando tediosamente a aliança em meu dedo.

— Vocês terminaram? — Engulo em seco, tentando realmente manter a calma, mas aquele assunto ainda era delicado para mim.

— Ela... foi assassinada por soldados japoneses. Eles estavam atrás de mim... — Confesso, vendo ela erguer o olhar rapidamente, me encarando.

— Yuri... eu sinto muito...

— Tudo bem. Já me vinguei deles... — Balbucio, tentando parecer indiferente, o que era praticamente impossível.

— Eu nunca namorei... — Confessou, chamando minha atenção.

— Não?! — Questiono, agora completamente surpreso. Ela riu preguiçosamente, aconchegando a cabeça em meu ombro.

— Os homens sempre tiveram medo de mim, ou me odiavam por ter tanto poder. E eu os odiava por me odiarem. — Ditou, o que me fez ri.

— É um ótimo motivo. Mas... você não assusta. — Falo e ela me encara.

— Não?

— Não. Depois que eu te conheci melhor, você se demonstrou ser uma mulher determinada e forte, muito forte aliás, principalmente em luta física. — Brinco, vendo ela ri. — Os homens que têm medo de você, são porque eles têm medo de se demonstrarem inferiores a você. Eles querem... ter poder sobre suas companheiras e ao ver você sob um poder absoluto, eles sentem vergonha de estarem perto de você. — Atena suspirou, assentindo.

— Grandes poderes, grandes responsabilidades... Só porque sou assim não quer dizer que sou uma bruxa com um coração de pedra. Eu também quero ser amada e... sentir um homem me dá prazer na cama. Mas ao que parece é pedir demais... — Balbuciou, chateada. Empurro uma mecha do seu cabelo que estava caindo na frente dos seus olhos, a prendendo atrás da orelha, olhando para Atena e realmente tentando entender que homem nesse mundo tinha a coragem de recusar uma mulher como ela, sendo que era tão linda e mesmo que não parecesse, também era delicada.

— Não é pedir demais, Atena... — Murmuro, chamando sua atenção. Nossos olhares se encontraram, o que me fez me perder naquela imensidão azul eram seus olhos, tão profundos e sedutores, para logo em seguida, meu olhar ser atraído diretamente para seus lábios rosados e convidativos. Não é de hoje que rola uma tensão sexual entre nós, mas provavelmente Atena não percebeu antes e eu... tentei negar para mim mesmo.

Meu corpo já não aguentava mais e precisava de alívio. E eu não iria conseguir mais dá conta sozinho...

LIGAÇÕES PERIGOSAS - Amor em dose tripla (POLIAMOR) Onde histórias criam vida. Descubra agora