1 || A Perda

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Inspiro profundamente, passando as mãos nervosamente em meus cabelos enquanto via Hayato Takeshi subir ao palco, sorrindo para todos e em especial para mim

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Inspiro profundamente, passando as mãos nervosamente em meus cabelos enquanto via Hayato Takeshi subir ao palco, sorrindo para todos e em especial para mim. Takeshi era um homem de 56 anos, atual capo da máfia japonesa e o homem que me criou e me treinou por todos esses anos. Ele não é do meu sangue, mas o carinho que tenho por ele vai muito além disso. É o pai que eu nunca tive.

— Bom dia a todos... — Ele iniciou seu discurso, com palavras de motivação e agradecimento. Os últimos meses foram pesados, mas a máfia deu conta de certos ataques. Ao menos por enquanto... Mas Takeshi acabou se machucando em um desses ataques e por pouco não quebrou a coluna. Ele já não pode mais agir como antes e precisava de um sucessor para continuar liderando a máfia japonesa. Eu sei que esse sucessor seria eu, ele me disse pessoalmente. O único problema... — ... Foi de imenso prazer poder servi-los, mas agora chegou minha hora de passar meu trono para o único em quem confio cegamente... Yuri Takeshi. — Ditou, e não demorou nem meio segundo para começar os murmúrios e comentários em desaprovação.

Eu não era filho legítimo de Takeshi, tampouco do seu sangue. Por isso essa revolta. A máfia japonesa exije um herdeiro de sangue, mas infelizmente Takeshi não era casado. Diz ele que nunca sentiu atração ou desejo por ninguém. Era um homem sábio e que tinha sua vida voltada para a máfia e boas refeições.

Minha atenção é tirada do conflito que estava prestes a acontecer assim que meu celular vibra, indicando uma mensagem.

“Está livre hoje à noite? Preciso te contar uma coisa...”

Era Ada. Minha namorada. Eu era tão louco por essa mulher que não conseguia nem explicar como isso aconteceu com tanta intensidade. Ela é uma mulher linda, japonesa, cabelos longos e negros, extremamente lisos. Olhos de um amêndoa incrível e um corpo de matar, na qual o tive muitas noites em minhas mãos.

Estávamos há anos juntos e eu sei que queria me casar com ela, mas... eu não tive coragem de contar a ela quem realmente sou. Não contei que faço parte de uma facção. Isso me corrói, mas tive medo de contar e ela fugir por medo, e com razão. A máfia não é nenhum paraíso, é por isso não queria envolvê-la na minha bagunça, mas... eu a amava. Era o certo contar. Mas como eu diria isso a uma mulher tão correta e doce como ela? Que já está no terceiro ano de medicina e seu sonho é salvar vidas? Como essa relação daria certo, se eu sou a pessoa que tira vidas e ela as recupera?

Mas eu tento ser otimista... Tento falar a mim mesmo que ela não vai se importar, e que me amará do mesmo jeito.

Respiro fundo, decidindo que essa noite precisaria contar de uma vez por todas quem eu realmente era. E se ela aceitasse, eu a pediria em casamento. Eu já tinha comprado a aliança, mesmo não sabendo ao certo quando faria esse pedido. Mas agora, lembrando do quando eu a amo, sei que é injusto e cruel esconder algo tão grande dela. Ada não merece isso...

“Podemos sim, amor. Também preciso te dizer algo...”

Respondo a mensagem dela, e logo em seguida mando o endereço do nosso ponto de encontro. Não tinha como isso prolongar ainda mais. Ela precisava saber...

LIGAÇÕES PERIGOSAS - Amor em dose tripla (POLIAMOR) Onde histórias criam vida. Descubra agora