Mantido Em Segredo (Vondy)

Capítulo 20

Ainda tentando absorver a notícia dada pelo o médico, decidimos fazer alguns questionamentos a respeito.

- Doutor, quais foram os sintomas apresentados por meu pai? - perguntei.

- Seu pai apresentou febre, fadiga, fraqueza e infecções graves pelo o seu corpo. Esses sintomas são típicos da doença, tentaremos fazer o possível para que ele fique bem. - o Doutor disse tentando manter a calma entre nós.

- Deixe-me ver ele doutor, por favor. - minha mãe pedia ainda aos choros.

- Tudo bem, pode me acompanhar? - o Doutor disse.

- Eu irei depois mamãe. - falei e ela assentiu.

Ficamos apenas eu e Dulce na sala de espera, meu coração batia forte e acelerado.

- Vai ficar tudo bem Ucker. - ela dizia me dando todo o apoio que eu precisava.

- Sabe, meu pai sempre foi rígido comigo e com minha irmã. Mas ele é nosso pai, não sei como absorver tudo isso que está acontecendo. - falei segurando as lágrimas que insistiam em cair.

- Entendo, mas pense positivo. Eu sei que seu pai ficará bem! - ela disse e eu sorri.

- Obrigada por estar aqui comigo. - falei segurando a mão dela.

- Eu estarei com você até o último momento, você me ajudou quando eu não tinha vontade nem de sair da cama. Me vejo tendo que fazer o mesmo por você! - Dulce disse sorrindo.

Ficamos alguns minutos em total silêncio, mas eu sentia o conforto do seu apoio e o quanto estava disposta a me ajudar nesse momento tão delicado.

Liguei para Maite e falei sobre nosso pai, ela estava fazendo uma sessão de fotos mas parou para vir até o hospital. Mamãe seguia no quarto do hospital e eu já estava com medo de que algo ruim tivesse acontecido.

Avistei mamãe e o Doutor se aproximarem, no mesmo instante Maite chegava já preocupada.

- Vamos Christopher? - o médico disse para me acompanhar.

- Mamãe. - Maite disse após correr e dar um abraço apertado em mamãe, como forma de consolo.

- Estou indo ver o papai, não quer ir comigo? - perguntei e Maite assentiu, já estava com seu rosto coberto de lágrimas e veio até mim para irmos.

Dulce ficou com mamãe na sala de espera, fui com Maite e o Doutor Júnior até o quarto que meu pai estava.

Entramos e no mesmo instante entrei em choque ao ver como ele estava desabilitado, papai havia passado mal três vezes e já se encontrava fraco e respirava com ajuda de aparelhos.

Uma lágrima invadiu meu rosto, ainda mais quando Maite o viu naquela situação e começou a chorar em silêncio. Nosso pai podia ser como fosse, mas acima de tudo era nosso herói.

Naquele momento eu me senti mal por ter sido tão rude com ele muitas vezes, sentia a necessidade de estar ali em cada instante que passasse.

- Meus filhos... - papai sussurrou nos fazendo para um instante o choro.

- Papai. - eu e Maite falamos juntos.

- Não queria que vocês me vissem nesse estado que me encontro. Talvez já estava próxima a minha hora. - ele disse e ficamos em choque por suas palavras.

- Não fale isso pai, estaremos aqui. E logo logo o senhor sairá daqui, forte e saudável! - falei com esperança.

- Não se preocupe com sua aparência, esse é o momento de permanecer forte e firme. Porque o senhor vai sair dessa. - Maite deu um beijo na testa dele, que no mesmo instante sorriu.

Papai fechou os olhos devagar, ficamos assustados.

- Não se preocupem, ele está um pouco fraco. Por isso será normal que caia no sono algumas vezes. - ele disse nos deixando mais tranquilos.

Saímos da sala indo até o corredor, o Doutor fez questão de estarmos todos reunidos para ele falar mais um pouco sobre a saúde de papai.

Chegando na sala, mamãe se encontrava abraçada com Dulce. Que se mantinha firme, a abraçando e dizendo palavras positivas isso me fez sentir um alívio no coração.

- Bom, a situação do senhor León Uckermann é delicada. Por se tratar de um tipo de leucemia grave. - o médico disse conferindo a ficha.

- O que exatamente causa essa doença doutor? - Dulce perguntou.

- A leucemia não tem uma causa exata,  o que se sabe é que certos fatores podem aumentar o risco dele surgir. Na lista temos substâncias químicas como o benzeno, cigarro, exposição excessiva a radiação, formadeíldos e agrotóxicos além de algumas síndromes e doenças hereditárias.

- Meu pai vai ficar bem né doutor? - Maite disse entre soluços.

- Acredito que sim, se ele não se encontrar em estado grave. A chance de cura da doença é de 83% quando descoberta é precoce.

- Doutor, quanto tempo irá durar o tratamento? - perguntei.

- O tratamento depende do estágio da doença, mas em outros casos irão incluir quimioterapia, outras terapias medicamentosas e transplantes de células-tronco.

O doutor continuou tirando algumas dúvidas e explicando mais sobre a doença, numa forma de tranquilizar todos nós que nos encontrávamos abalados com tudo que pode acontecer com o avanço dessa doença.

O tratamento que meu pai iria começar, poderá durar pelos menos dois anos o que é muito tempo para a sua possível recuperação.

{...}

Conforme os dias foram passando, vimos que ele se esforçava para não perder as esperanças no bem estar de sua saúde.

Dulce estava sempre comigo no acompanhamento a todas as sessões de quimioterapia, radioterapia e muitas vezes transfusão de células-tronco.

Mamãe mal estava sempre no hospital em busca de notícias e melhoras no estado de papai, acompanhada de Maite pois sempre se sentia triste e acaba desmaiando.

No meio de todos esses acontecimentos, liguei para Anahi e falei sobre a situação de meu pai. Ela se ofereceu para vir visitar ele e eu obvio deixei.

Durante esse momento que estávamos vivendo, nada mais do que levar como uma chance de resolver as coisas e deixar no passado todos os erros cometidos.

Maite conheceu Dulce e se sentiu encantada, Alfonso também se fazia presente no hospital para mostrar total apoio a todos nós já que infelizmente meu pai estava frágil e não sabia quando isso iria passar.

Suspendi minhas atividades na empresa por motivos óbvios, mas deixei meu amigo também empresário, Christian tomar conta de alguns assuntos e se fazer presente em reuniões importantes da empresa.