Chapter 13 - What. The. Fuck.

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      Nós quatro voltamos para o castelo em silêncio, enquanto Hagrid carrega a menina, ainda desacordada, na nossa frente. O único conforto que eu tenho no momento é a mão de Harry na minha, e a neve que cai ao nosso redor.

      A imagem de Draco passando por ela, martela na minha cabeça. Não pode ter sido só uma coincidência eu o ver entrando em uma sala maluca, no breu da noite, e depois ter passado por uma menina que minutos depois "surta". Voltando naquela noite, ainda tem o fato de que ele mexeu em um armário sumidouro (que é bem raro), isso deixa a situação toda mais suspeita.

      Depois de hoje eu não posso deixar de pensar que ele esteja usando aquele armário para algo além de receber bebida/amigos de fora.

      Preciso contar isso para alguém, e sei que não posso falar mais desse assunto com as meninas, já que da última vez as coisas não correram nada bem… Suspiro fundo ao pensar na confusão de novo.

      Harry é uma boa alternativa para as duas, levando em conta seu histórico de bizarrices. Minha única preocupação é que ele pense que sou uma maluca, que persegue Malfoy a toa.

— Cuidado aqui no pátio, o gelo está bem escorregadio. — a voz do guardião das chaves e terras de Hogwarts preenche o silêncio, e acabo percebendo que andamos bem rápido. Logo estávamos fazendo caminho para a enfermaria.

      Nesse tempo todo que subimos escadas, e atravessamos corredores, Harry não soltou minha mão em momento nenhum. Ter nossas mãos entrelaçadas parece ser certo, de alguma maneira. Eu nunca fui aquela pessoa que acredita em destino e no poder do universo, mas o que eu sinto por ele desafia todas essas opiniões.

— Enquanto deixo a senhorita Knight nos cuidados da madame Pomfrey, sugiro que vocês vão para a sala de Dumbledore. — meu corpo inteiro congela, eu nunca entrei em nenhuma confusão que precisasse me levar para a sala do diretor. Sei que não fizemos nada, mas e se todos pensarem que sim? — Vejo vocês mais tarde.

— Ei, fica tranquila. — Harry fala baixinho, para que só eu possa escutar. — isso é só uma formalidade, tipo o interrogatório que a polícia trouxa faz. Sei que você é familiar com os costumes deles. — a comparação me faz relaxar um pouco. Percebo que estava apertando sua mão forte demais, e solto um pouco da pressão.

— Tem perguntado sobre mim por aí, Potter? — tiro meu olhar do corredor, e posiciono nele. Por mais nervosa que eu esteja, Harry sempre consegue arrancar um sorriso de mim.

— Talvez, Lewis. — ele responde no mesmo tom provocativo que o meu, o que quase me causa um desmaio. Qualquer coisa que esse menino diz tem um efeito surreal na minha pessoa. 

— Chegamos… — escuto Rony falar atrás de mim, e todo meu nervosismo volta. 

      Nesse momento, meu cérebro desconecta do resto do meu corpo, e eu só sigo Harry. Provavelmente estou parecendo um robô andando, mas isso não me incomoda no momento.

      Demoro para perceber que subimos por umas escadas, e entramos na sala do diretor. Só volto a mim quando sinto o impacto do meu corpo com a cadeira.

— Como que sempre consegue ser vocês três? — McGonagall parecia estar irritada com a presença de Harry, Ron e Hermione. Quando o seu olhar para em mim, ele suaviza um pouco, antes de ficar mais furioso ainda. — e vocês ainda arrastaram uma de nossas melhores alunas para a sua maluquice? 

— Calma, professora, podemos explica- — Harry começa a dizer, antes de ser cortado por McGonagall.

— Ah, eu realmente espero que sim! Por Merlin, Potter, uma menina foi amaldiçoada!

— Nós só estávamos no lugar errado na hora errada. — as palavras finalmente saem da minha garganta, depois de ficarem entaladas por um tempo. A sala inteira fica em silêncio, pois essa era a primeira vez que eu falei alguma coisa desde que pisei no recinto. — eu estava voltando para o castelo, e Harry foi doce o suficiente para me acompanhar. — olho de relance para ele, e percebo que ele está sorrindo. — não percebi quando Rony ou Hermione chegaram, eu estava… Distraída. — faço uma pausa mais do que necessária, ou iria acabar revelando minhas suspeitas sobre o Draco na frente do diretor de Hogwarts, e do diretor da Sonserina.

      Quando acabo de falar, percebo que os três alunos do meu lado concordavam com cada palavra que saiu da minha boca. Me sinto mais segura, assim. Dumbledore olha para Harry com uma sobrancelha arqueada, e o menino parece respondê-lo com outro misto de expressões faciais.

— Senhorita Lewis, muito obrigado por esclarecer esse mal entendido. — a voz de Dumbledore é rouca, e surpreendentemente leve. A escutar traz um certo conforto. — os quatro já podem se retirar, e seguir para as suas aulas.

      Faço o que o homem pediu, e seguro mais uma vez na mão de Harry. O menino não parece reclamar, e isso me deixa bem feliz.

      Sei que posso confiar em Harry, então, quando já estamos do lado de fora, paro de caminhar e me viro para ele.

— Ok, eu tenho que te contar uma coisa, e eu realmente espero que você não me chame de maluca. — acabo chamando a atenção de Hermione e Rony para nós dois. — eu talvez saiba quem amaldiçoou a menina Knight.

— O quê? Como? — agora quem está aflito, é Harry. 

— Aqui vai. — murmuro mais para mim mesma, eu tenho noção de que eu potencialmente vou ser classificada como uma perseguidora paranóica. — eu estava seguindo Draco, depois que o vi mexer com um armário sumidouro. — os rostos dos três escurecem, e suas expressões congelam. — por isso estava tão concentrada mais cedo. Enfim, eu vi Draco passar atrás dela, e demorar um pouco mais do que o normal. — os três amigos se entreolham, enquanto tentam processar as informações que eu acabei de fornecer.

— Kiana… Isso é- — Potter começa a falar, mas eu o corto.

— Maluco? Eu sei, ah, nossa. — começo a me afastar dos braços de Harry, mas o menino me puxa de novo

— Por Merlin, não! Você não tem ideia do quanto ajudou! — ele me abraça forte, e eu, mesmo estando bem confusa, retribuo. — prometo que explico tudo hoje. Me encontra na porta da sala comunal da Grifinória, quando todas as aulas acabarem.

— Por favor, venha. — adiciona Hermione, antes que eu saia do recinto. — é realmente importante.

— Pode deixar — sorrio para ela, e me viro para o menino dos lindos olhos azuis. — fica tranquilo que eu vou estar lá.

— Muito obrigado! — ele sorri, e dá um beijo delicado em minha testa. O ato me pega de surpresa, e eu não consigo evitar as borboletas borbulhando no meu estômago.

      A sineta das aulas toca, e estraga o nosso momento perfeito. Se não fosse por esse maldito barulho, eu passaria mais tempo ainda com os braços de Harry me envolvendo. Potter segura em minha mão, e nos arrasta para a nossa próxima aula.

      Acabamos chegando na sala juntos e de mãos dadas, o que faz com que todos os alunos encarem. Como Louise Marie está nessa aula, consequentemente nossos olhares acabam se cruzando.

— Senhorita Lewis, e senhor Potter, por favor, se sentem. — a professora me puxa desse transe momentâneo, e eu me sento sem nem pestanejar.

      Fico o resto da aula tentando prestar atenção, mas é impossível, ver Louise Marie me proporciona um aperto enorme no coração. Tenho que fazer as coisas ficarem certas entre a gente.

↬Our Dance | Harry PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora