eu não estraguei nada

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Boa leitura!

— Eu não estraguei nada, certo? — Changkyun pergunta para mim, deitado no sofá do interior do iate. Eu lhe dou mais uma garrafa de água, mas ele nega com a cabeça. — Eu me senti mal.

— Se o barco não estivesse tão rápido, ele não teria ficado tonto — Minhyuk abre a boquinha para foder com a situação. — Quem mandou ele ir mais rápido?

— Minhyuk, vem dançar sua Cardi B, vem — Jooheon puxa ele para o convés outra vez, onde Jaehyun está limpando os últimos restos do vômito de Changkyun.

— Você não estragou nada, Chang... — digo.

— Eu sei, mas é que... — sua frase pela metade deixa claro o que vem a seguir. Ele ergue o tronco, já eu pego o balde que arranjamos com o condutor e dou para ele vomitar. Ele esguicha por alguns segundos, depois deixa o balde ao lado do sofá.

Sem querer dou uma olhada no seu vômito e faço uma careta ao perceber que tudo que ele comeu aqui, ele vomitou. Tenho que esquecer do que vi, então passo um lencinho umedecido nos seus lábios, para limpar, e faço com que ele se sente mais confortável. Ele é muito fraco para essas coisas, eu devia ter imaginado. Álcool, mais o movimento do barco e a dancinha ridícula que ele estava fazendo... Não foi uma combinação muito boa.

E eu nem sabia que aqui dentro tinha comidinhas, senão eu não teria trazido a torta. Mesmo assim, eu dou um pedaço para Changkyun e insisto que ele coma, senão vai esvaziar toda a barriga e, se ficar sem comer, vai ficar fraco. Nem que ele coma essas porcariazinhas.

— Come, Chang... — insisto.

— Tá bom — ele faz um beicinho ao finalmente aceitar.

Changkyun leva apenas uma hora e meia para se recompor. Eu fico com ele por alguns minutos, depois Minhyuk passa a tomar conta dele, seguido por Jooheon. E não demora muito para ele dizer que está se sentindo bem e que quer beber de novo. Sempre é assim. Changkyun cai, vomita, e mesmo assim diz que está espetacularmente bem para mais uma rodada de bebidas.

— Vocês não vão me excluir só por conta disso, né? — ele cruza os braços. Suas bochechas vermelhas e a asa torta me fazem rir. Ele é todo bobinho mesmo.

E se eu disser para Changkyun que ele na verdade parece um anjinho todo bonitinho? Meu deus, nem eu consigo me entender. Passei boa parte do tempo com raiva dele, de repente ele cai e eu já fico todo boiola. Não é possível. Não é possível. Mas olha só as bochechinhas dele, olha... Ele parece todo perdido, uma criancinha... Aish, deve ser o álcool que está me fazendo ter esses pensamentos. Deve ser.

— Tive uma ideia — Hyungwon sussurra próximo ao meu ouvido, depois se afasta. — Vamos brincar de "Eu nunca".

— Ui, gostei! — Jooh senta-se melhor num dos sofás. Hyungwon enche o copo de todo mundo, depois entrega um cheio para Changkyun. — Eu começo!

— Ih, lá vem merda... — Minhyuk resmunga. Jooh lhe lança um olhar de ódio.

Eu não quero brincar disso, porque sempre ficam sabendo das merdas que fiz. Não consigo ficar trapaceando toda hora. Vão desconfiar que estou trapaceando. Tenho certeza. Mas também não quero que saibam da minha vida. Por isso prefiro nem jogar. Hyungwon me paga.

— Eu nunca... — Jooheon fica olhando para o nada por alguns segundos. Acho que ele já está bêbado o suficiente para esquecer das coisas que começa a falar. — ... Nunca traí enquanto namorava.

Eu, Hyungwon e Minhyuk bebemos. Changkyun fica nos olhando com os olhos arregalados.

— Minhyuk? — ele fica mais é surpreso com Minhyuk do que comigo. Acho que isso está bem na minha cara mesmo.

Thé et fleurs ┊ChangkiOnde histórias criam vida. Descubra agora