Boa leitura!
Abro os olhos e tudo está doendo. A claridade da sacada incomoda minha retina, então encosto as pálpebras por um tempo e, aos poucos, noto o semblante calmo e sonolento dele. Mas o que assusta-me, de fato, é que ele está de frente a mim, mas tem alguém aqui por trás, com o braço jogado à minha cintura e proximidade extrema. O odor é diferente, o mesmo digo da textura da pele. E então ergo o tronco, assustado com o que tem abraçado a mim por trás. Assim que noto o semblante do infeliz, quase tenho um treco.
— Me larga, sai... — afasto a mão de Minhyuk da minha cintura e movo meu corpo para o lado oposto, ainda que não haja quase espaço algum entre eu e Changkyun.
— Ai, quanto barulho... — Lee põe a mão no rosto, depois bagunça ele mesmo o cabelo que já estava bagunçado. — Shh...
Afasto o cobertor para que eu possa sair desse ninho de cobra, mas é aqui e agora que constato minha ausência de roupas, senão a íntima. Olho para Minhyuk: o mesmo. Puxo um pouco o lado de Changkyun, que já está acordado e soltando gemidos: idem. Estamos, nós três, apenas de cueca dormindo abraçadinhos na cama. Isso é sério?
— Cadê minha roupa? — procuro ao redor. E, olhando bem, estamos no meu quarto. E isso significa que posso muito bem expulsar Minhyuk
— Shh... — Changkyun resmunga, mostrando que acabou de acordar também. Olho para ele, mas ainda tem os olhos fechados e metade do rosto no travesseiro.
— Sério, cadê minha roupa? — repito.
— Minhyuk tirou a roupa de todo mundo, eu acho — é Changkyun quem responde. — Ele sempre faz isso.
— Por que você tirou minha roupa? — viro-me para o loiro, que está a levantar-se. Tiro o cabelo do rosto e procuro algum prendedor na bancada, para segurar a franja.
— Porque eu quis — ele sai do meu quarto ajeitando a própria cueca ao corpo.
Bem, minha pergunta não foi nem um pouco respondida.
— Bom dia... — Changkyun fala manhoso, puxando-me para perto pela cintura. Ele até deixa um beijo na minha barriga, ainda que eu esteja prendendo o cabelo para trás.
— Pela intensidade do sol, já deve ser tarde — olho pela janela, as cortinas ruflando num gostoso vai e vem.
— Boa tarde, então — ele dá uma cutucada no meu umbigo. Rio quase sem querer.
— Para, Changkyun... — lhe afasto a mão. — Espera... Se estávamos aqui deitados sem roupa, quer dizer que...
— Não, não mesmo — Changkyun ri apertando as pálpebras. — Quer dizer, eu e você quase que... Você sabe... Mas você ficou enjoado e acabou não rolando. Só me lembro disso. Nem sei onde foi que encontramos Minhyuk, porque ele tinha sumido a festa toda.
— Sim! — exclamo, com os pensamentos nos eventos de ontem à tarde e noite. Eu gostaria de lembrar de tudo, mas só me lembro de quando troquei de roupa e de Minhyuk ter sumido. — Tudo está muito embaçado para mim.
— Para mim também — ele me puxa junto a ti, fazendo-me deitar outra vez, e aproveita o feito para dar-me beijos demorados e carinhosos no rosto e pescoço. Esse carinho todo está fazendo-me querer fugir. Sinto que há algo errado. — Te amo.
Fico uns trinta segundos olhando para a parede branca do quarto, minha cabeça latejando e pensando no que irei responder quanto a isso. Porque é estranho. Sim, é completamente estranho. Não gosto de quando ele fala isso, porque... Não é como se eu não soubesse, certo? Além do mais, ter de responder é cruel. Eu não vou responder. E ele vem com esse sorriso, essa calma, o coração tranquilo, tocando minha barriga para chamar-me a atenção. Quando encaro teu semblante formoso, ele está recheado de expectativas.
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Thé et fleurs ┊Changki
FanfictionʿʿKihyun sempre preferiu fugir a se entregar ao egoísmo do amor. Changkyun é só o florista que bebe chá exageradamente e não larga o seu bullet journal." 𓏲 ֶָ֢ adaptação 𓏲 ֶָ֢ continuação de Café Et Cigarettes 𓏲 ֶָ֢ capa por AyaWestmacott22. ©T...