eu estou sendo controlado pela líbido

58 7 12
                                    

Boa leitura!

— Oitavo andar — a recepcionista nos avisa no saguão, após nos dar cartões de visitante.

Changkyun segura a minha mão enquanto caminhamos ao elevador. Estamos indo ter com Jooheon, esclarecer algumas coisas sobre o casamento e, sobretudo, sua relação com Hyungwon. Eu e Chang estamos muito grudados ultimamente. Estamos nos encontrando com frequência, por incrível que pareça. Ainda mais agora que ele está fazendo esse drama sobre eu ir viajar e ele ficar só aqui.

Ontem mal nos tocamos, quando fomos assistir um filme. Então hoje Changkyun tirou o dia pra ficar grudado em mim. Me incomoda, claro, porque às vezes ele quer ficar segurando minha mão em público e isso está fora de cogitação. Mas é só nos afastarmos de seres humanos que ele já vem grudar em mim. E dessa vez está pior. Bem pior. Quero saber que porra eu tomei pra ter sugerido um negócio daquele.

— Aperta o oito — peço, assim que entramos no elevador.

Como sempre, fico no cantinho, olhando o visor dos andares. Assim que ele aproxima-se de mim, após selecionar o andar, puxa-me pela cintura e tenta me dar um beijo. O maluco ficou doido!

— Changkyun... — afasto meu rosto. — Você não para nunca de me beijar?

— Não — beija minha bochecha. — Vamos aproveitar que ninguém está aqui.

E o que o boboca aqui faz? Exatamente! Eu me ergo para beijá-lo de língua e ele não luta nem nada, simplesmente vai com tudo. Eu pensei que sua reação seria calma, leve, que nem o beijo que iniciei. Mas Chang literalmente me empurra contra o canto e... Bem, ele não parece estar calmo e leve. E não é de agora. Antes de sairmos do carro, ele me deu um beijo tão filho da puta que pensei em tirar a roupa ali mesmo. No que ele está pensando, afinal de contas? Quer me foder, é isso? A última coisa que preciso é ser processado pela realização de atos sexuais em lugares públicos.

— Espera, para... — tento fugir dele, mas não tem pra onde ir. O máximo que consigo fazer é afastar suas mãos da minha cintura e jogar meu corpo para o lado. — Que deu em você hoje?

— Eu estou sendo controlado pela libido, bebê — comenta ele, mas eu prefiro ver como uma brincadeira.

Eu rio dessa palhaçada e afasto-me mais, literalmente indo para o outro lado do elevador. Chang rosna como quem desaprovando, porém não diz nada. Segundos depois, vem até mim e pega minhas mãos, fazendo o carinho que ele ama fazer e, confesso, adoro receber. É bem brega e me detesto por isso.

— Desculpa pela libido — é o que me diz.

— Chang, para com isso de libido, por favor — eu respiro fundo para não perder a paciência.

— É sério — ainda diz. — Eu sonhei com você durante a noite.

As portas do elevador se abrem. Puxo Changkyun pelo pulso, agora caminhando pelo corredor. Informo a secretária que estamos aqui e, após ela dizer que ele está com alguém agora, caminhamos ao sofá terracota que não combina com a decoração. Sento-me olhando a parede, com essa benção pertinha de mim.

— Eu sonhei com você durante a noite — ainda repete, dessa vez baixinho para que a secretária não escute. Até parece que ela vai escutar. Eu bem estou vendo o airpod dela daqui, o chiar de uma batida pop longínqua.

— Sim, e...? — olho para o rosto do Lim.

— Normalmente as pessoas se interessam quando escutam alguém dizer que sonhou com elas — faz um beicinho torto e olha para as próprias coxas.

— Normalmente envolve sexo quando alguém diz que sonhou comigo — falo. — Se não for sobre isso, você pode prosseguir.

Changkyun fica calado, agora olhando ao redor.

Thé et fleurs ┊ChangkiOnde histórias criam vida. Descubra agora