eu acho que recordarei de ti pelo resto da vida

57 15 6
                                    

Boa leitura!

Eu e Changkyun fomos caminhar entre as ruas de Oia pouco antes do pôr do sol. Ele tentou pegar na minha mão inúmeras vezes, tive de contê-lo ao ocupá-la com alguma coisa — como uma garrafa de água ou até mesmo meu celular. Não quero que crie esperanças sobre nós, porque por mais que seja gostoso segurar sua mão, nunca é apenas segurar sua mão. Ele que impôs isso. Gostaria de exterminar os significados das coisas e dizer que estou a fazê-las porque quero, não porque elas indicam isso ou aquilo... E eu penso nisso quando tenho a pele ardendo pelo sol, sentado num quiosque ventilado e pedindo bebidas frescas para ajudar no calor.

Changkyun e eu ficamos em silêncio boa parte do tempo. Provavelmente porque estive quieto desde que saímos e ele anda a observar-me na dele. Percebi o modo o qual inclinou-se na minha direção agora há pouco, também o modo que voltou a postura anterior ao perceber que notei. Estou cansado, porque a viagem foi cansativa e ainda fomos explorar alguns lugares do hotel — bastante grande, por sinal — e nos acostumarmos. Tenho em mente ir à praia amanhã, se Changkyun tiver disposição, por isso pretendo dormir mais cedo hoje para carregar minhas energias.

Além disso, estou um tanto preocupado com a situação em relação a Jooheon. Porque ele me mandou uma mensagem uma hora atrás pedindo desculpas por tudo e que queria ter uma chance para conversar. Eu lhe respondi que estou em Santorini com Changkyun, e que irei voltar à Coréia daqui a alguns dias. Eu pedi um pouco de explicação, sabe... Por que tudo isso?

jooh : não queria terminar com ela, foi a pessoa que mais estive apaixonado na minha vida
jooh : e eu tive de pedir em casamento
jooh : eu amo ela, então mesmo que eu achasse que era cedo demais, eu pensei que poderia lidar com isso
jooh : mas não é só isso, por mais que pareça simples
jooh : é como você estar apaixonado e confortável com alguém, mas surgir outra que faça você querer desfazer aquilo que já está bom e no final você não saber se vai valer a pena, se vai sentir falta de como era antes por algo que você não sabe nem para onde vai
jooh : você também pode herdar uma empresa e sabe bem como isso é complicado, tipo a família e tudo mais
jooh : e eu meio que surtei, porque
jooh : caralho me arrependo de tanta coisa, desculpa Kihyun !!!!!
jooh : a gente conversa melhor quando você chegar
jooh: eu nem sei o que falar para minyoung
jooh : enfim, eu vou tentar resolver tudo
jooh : vai curtir sua praia e esqueça disso por enquanto, por favor. odiaria te deixar preocupado e estressado por conta disso. vou fazer de tudo para me redimir
jooh: te amo, fica bem.

Essas foram as palavras dele quando conversamos. E, sim, estou preocupado, de qualquer jeito. E não como a torta toda que pedi, por isso deslizo gentilmente até Changkyun e num gesto peço para que coma. Ele entende e assim faz. Eu me sinto um pouco cansado. Na verdade, em demasia. Acho que irei jogar-me na cama quando chegarmos. Já é o segundo suco de melancia que bebo e ainda não sinto que é suficiente para me sentir leve e refrescado. Por último, peço um de maracujá e rezo para que me deixe mais dopado.

— Tá acontecendo alguma coisa? — Changkyun questiona. — Se sim, posso te ajudar nisso?

— Não, está tudo bem — misturo a bebida com o canudo amarelo de papel, quase do mesmo tom do conteúdo. — Não se preocupe.

— Quer ficar ali vendo o mar? — aponta para a sacada onde podemos ver o mar e o pôr do sol melhor.

— Daqui a pouco — e, quando falo isso, ele põe a mão nas minhas costas e faz um carinho ao movimenta-las para cima e para baixo.

— Kihyun... Por que você está tão quieto? Antes você me dizia que não gostava quando eu ficava quieto... agora eu que digo isso — e agora Changkyun sobe a mão até minha nuca.

Thé et fleurs ┊ChangkiOnde histórias criam vida. Descubra agora