Tornar-se um mera moeda de troca não estava nos planos de Sakura, ainda mas pelas mãos de alguém tão próximo à ela, entrar naquele esquema cruel e doentio do tráfico foi tão inesperado quanto ouvir aqueles lances direcionados a si... tudo tão aterro...
"- Pessoas são músicas, desejando que alguém as escutem.."
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Haviam voltado para Sicília e algo havia mudado, principalmente aquela semana Madara estava diferente, suas visitas geralmente vinham com presentes mesmo que Sakura dissesse que não os queria. Ela já tinha roupas demais, brincos demais, anéis demais, tudo demais. Mas o melhor de tudo que ela pudesse ter ganhado foi o celular, tirando todas as regras e exigências é claro. Mesmo que a curiosidade de saber se alguém estava lhe procurando ou sentindo sua falta fosse grande, ela não podia. Apesar de imaginar que ninguém deveria estar aflito por ela, sempre forá sozinha.
Conforme os dias ali ela começava a repará-lo, havia sempre uma tensão em Madara que apenas sumia quando ele estava próximo à ela. Sentia-se ligeiramente atraída quando ele estava ao telefone, falando com sua voz rouca e séria, era realmente tentador; ou também, quando ele suspirava visivelmente irritado passando os dedos pelos longos fios de cabelo, que ela considerou tão perfeitos. Começava a se perguntar se existia algum lado sadomasoquista nela por sentir a mínima atração por tais coisas, no mínimo esquisitas.
Naquele momento ela estava no quarto, havia ganhado tantos quadros e tintas, era empolgante não ter que se preocupar com absolutamente nada e poder fazer o que gostava, pintar. Se sentia uma criança, as mãos sujas com tons preto e bege, pequenas manchas nas pernas descobertas pelo shorts, até mesmo seu rosto havia sido vítima da desordem que ela havia feito com as tintas. Seu cabelo estava preso num coque que já não podia mais ser chamado assim, estava visivelmente desleixada e não se importava em ser pega assim por Madara, depois de todos esses dias ali ela finalmente se deu o prazer de poder confiar um pouco nele, e ele estava sendo excelente em todas as promessas que fazia.
- Deseja alguma coisa, Srta?
Escutou uma das governantas após baterem na porta, Chiyo apesar de quieta e extremamente fiel à Madara as vezes se dava a oportunidade de trocar conversa com a garota.
- Não, não... - respondeu pensativa, talvez ela quisesse.
- O que está desenhando dessa vez..? - a senhora se aproximou encarando a garota no chão e a tela que ganhava forma em frente a ela. - Olhos?
- Sim, mas não quaisquer olhos, esses são... diferentes!
A autora do quadro se pegou admirando o trabalho ainda não completo, ela jamais conseguiria reproduzir com realidade o que desejava. Havia desenhado olhos que deveriam transmitir a intensidade que se tratava do olhar de Madara, queria capturar e expor na tela todas as sensações que despertava. Mas nada conseguiria ser tão fiel além deles mesmos.
- Bom, o Sr Uchiha já está em casa. - Chiyo comentou, sabendo que despertaria interesse na garota - Está na ala de esportes.
Sakura sentia muito bem quando a velha tentava ser "enxerida" mas não lhe dava bola. Assim que ela saiu Sakura tratou de se levantar com rapidez e também sair do quarto, primeiro olhou ver se a governanta já havia saído e depois caminhou para onde ela sabia ser a academia particular de Madara.
