Tornar-se um mera moeda de troca não estava nos planos de Sakura, ainda mas pelas mãos de alguém tão próximo à ela, entrar naquele esquema cruel e doentio do tráfico foi tão inesperado quanto ouvir aqueles lances direcionados a si... tudo tão aterro...
" - Para ser realmente feliz basta eliminar duas coisas, o medo de um futuro incerto e a recordação de um passado ruim."
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Desde muito novo Madara foi ensinado a proteger a família, principalmente seu irmão mais novo. Izuna era um garoto agitado, adorava se meter em brigas mas sempre as perdia. Já ele, era centrado ao extremo, não costumava resolver nada com violência — apesar de ter crescido num mundo de violência e crueldade — mas sabia como usá-la desde muito cedo.
Era uma vida solitária aquela, talvez por escolha. Todas as pessoas ao seu redor se aproximavam com intenções e manipulações, todavia nunca confiou ninguém. Ainda que quando criança conseguisse ver a beleza do erro humano e o poder da mudança, aquilo se perdeu conforme crescia. Punição e castigo para aqueles que erram era a religião pregada por seu pai e pelo pai dele, e assim deveria se seguir.
Ver Izuna naquele situação em seus braços o fez lembrar um passado distante, mas muito vivido em sua memória. A primeira vez que o mais novo de nove anos chegou com o rosto sangrando por apanhado de um garoto alguns anos mais velho, Madara não se lembrava do que fazia quando tudo aquilo aconteceu, mas se lembrou exatamente de como seu pai o puniu por não ter "feito sua tarefa", protegê-lo.
" - Onde você estava!? Deveria proteger o seu irmão!"
Aquilo havia rendido um belo olho roxo e um braço parcialmente quebrado, não tinha raiva ou rancor pelas surras que havia levado. Mas sim, pelo motivo delas. Saber que mesmo após tantos anos e tantas conquistas e feitos seu pai não o reconhecia como alguém importante, o deixou transtornado. Mas ódio nenhum por seu pai o faria sentir menos do que a angústia que teve ao sentir o sangue de Izuna escorrer entre seus dedos. Ele era seu irmão e ninguém tinha o direito de machucá-lo daquela forma.
Não conseguia ver mais de dois palmos à sua frente quando saiu por aquele portão. Sempre foi amigo de Hashirama desde muito novo, mas o irmão dele era alguém por quem ele não conseguia nutrir afeição e sempre soube que um dia toda a tensão daquela inimizade iria eclodir. Só não imaginava que seria diretamente em seu irmão.
Rodou por muitos lugares até encontrá-lo numa boate muito frequentada, ele soube que Tobirama estava ali quando viu seu amigo do lado de fora, eles eram inseparáveis. Quando Hashirama o viu rapidamente correu em sua direção mas ele não seria capaz de pará-lo.
- Madara estou procurando você à horas, sei que está atrás do meu irmão mas sabe que não vamos resolver as coisas assim! — o mais velho tentou argumentar entrando na frente do Uchiha que não conseguia sequer encará-lo nos olhos. — Sabe que se fizer isto as nossas famílias entraram numa guerra de novo. Por favor, estou te pedindo como um amigo, não brigue com o meu irmão.
- Tobirama decidiu brigar comigo quando ousou tocar no meu irmão! — Hashirama não desistia e aquilo fez Madara parar, olhou para ele por fim — Portanto, se não sair da minha frente agora, junte-se ao seu irmão e se considere meu inimigo também!
