Tornar-se um mera moeda de troca não estava nos planos de Sakura, ainda mas pelas mãos de alguém tão próximo à ela, entrar naquele esquema cruel e doentio do tráfico foi tão inesperado quanto ouvir aqueles lances direcionados a si... tudo tão aterro...
" - O problema do silêncio, é que ele fala muito!"
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Era sua segunda visita aquela cidade, tudo ainda novo para Sakura, tudo muito bonito e luxuoso pela mansão dominada pela riqueza de um dinheiro conquistado da pior maneira possível. No entanto, o homem ao seu lado observava tudo com frieza e não deixava de escancarar o quão enojado todos os detalhes daquele lugar lhe causava.
Assim que o carro estacionou os deixando frente a mansão Uchiha, Madara sentiu um frio passar por seu corpo. Haviam deixado as malas num hotel, durante alguns poucos dias ele pretendia explorar um pouco de Gênova com Sakura, antes de colocar um ponto final em alguns assuntos. Não ficaria naquela casa por mais que meras horas, entraria, chamaria por seu irmão e esclareceria que não o odiava, por fim sairia.
- Está calor.. — Sakura murmurou e em seguida segurou a mão de Madara, por instinto — e ainda assim sua mão está fria.. Você precisa se acalmar, Madara.
Ele a escutou mas não respondeu, prosseguiu caminhando até o hall de entrada e estranhamente não conseguiu sentir o clima mórbido que geralmente sempre estava naquela casa, com excesso em dias de festa. E no exato momento em que Madara passou pela entrada com Sakura segurando delicadamente sua mão, ele se arrependeu amargamente no mesmo segundo, e o aperto firme dos dedos e unhas de Sakura em sua pele confirmaram que ela sentiu o mesmo.
Indra...
Apenas aquele nome na mente de Sakura a fez se esquecer de como se respirava.
- Madara... — a voz asquerosa o chamou, abrindo um sorriso cínico — O homem de quem falavamos!
- Madara.. O que faz aqui? — seu pai se levantou da poltrona típica do "chefe" dos Uchiha, desviando seu olhar de seu convidado e o encarou com estranheza.
Contudo, tanto o olhar de Sakura quanto o de Madara continuaram na figura esguia que acompanhava seu pai. A mão de Sakura passou a tremer sob seu aperto e ele tentou, por incontáveis milésimos de segundos fazer algo para tirá-la daquela situação.
- O que ele está fazendo aqui!? — seu tom autoritário atingiu os três naquela sala — Indra Otsutsuki não é bem vindo nessa casa, desde sempre. — dirigiu as palavras a seu pai — Então o que esse.. — travou tentando escolher a maneira mais adequada para descrever a criatura asquerosa a sua frente —... Está fazendo aqui?
- Isso não é jeito de tratar os meus convidados, na minha casa, Madara. — o repreendeu como uma criança de oito anos — Modos!
O Uchiha mais novo iria respondê-lo, iria tratá-lo da mesma maneira, com a falta de respeito devida. No entanto, o tremor em sua mão e o início de um som hesitante emitido por Sakura o fez dar toda a atenção à ela.
- E-eu.. não consigo.. n-não consigo..
O tom alarmante em sua voz baixou qualquer guarda que restava em Madara, o sentimento de proteção gritou mais alto e ele se virou para ela.
