2 - A má notícia

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   Foi assim que conheceu seu namorado Luka: ele foi até sua loja para comprar uma guitarra e soube dos eventos aos sábados. Passou a ir com certa frequência até que combinaram um cinema. Em pouco tempo estavam namorando. Luka até insinuou algumas vezes que poderiam morar juntos, mas Marinette não estava pronta para abrir mão de sua independência. Já tinha tido experiências não muito boas anteriormente com namorados possessivos, então decidiu que iria devagar com Luka. Ele às vezes dormia na casa dela, mas era só isso. Ele dividia um apartamento com Kim, seu amigo, e de quem Marinette não gostava muito. Por duas  vezes Kim chegou a dar em cima dela, mesmo sabendo que ela estava com Luka. Ela contou pra ele, mas ele disse que conhecia Kim "desde sempre" e que devia ser imaginação dela, que ele jamais faria isso. Mari então achou melhor se afastar e nunca mais foi à casa dele.

 Mari então achou melhor se afastar e nunca mais foi à casa dele

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   Do outro lado da rua, precisamente na esquina, uma grande obra estava para ser concluída. Grandes tapumes brancos faziam um enorme suspense do que estava sendo construído naquele local: seria um supermercado? Ou um estacionamento? Ou até mesmo um shopping? Ninguém sabia ao certo. Especulava-se muita coisa e Marinette e Alya se divertiam com tudo aquilo...parece que a obra atraía muitos curiosos para aquele quarteirão  e a lojinha de Mari acabava ganhando muitos clientes com isso.

    Era uma loja pequena, mas muito bem dividida. Mari e Alya, além dos instrumentos musicais, vendiam livros, LPs antigos, CDs, acessórios para os instrumentos e até alguns instrumentos de brinquedo para as crianças conhecerem aquele maravilhoso universo desde pequeninas. Elas trabalhavam com carinho, fazendo o que gostavam. Marinette tocava vários instrumentos e tinha uma memória musical invejável. Qualquer música de qualquer estilo, mesmo que ela não gostasse, ela conhecia. Era o seu mundo, e ela vivia feliz nele. Já estava com 27 anos, pensava quando seria a hora de casar e ter filhos. Ela adorava crianças! Era filha única, então não tinha sobrinhos. Luka tinha uma irmã mais nova, dali também não via possibilidade de vir em breve um bebezinho para ela mimar. Alya estava solteira e nem pensava nessa possibilidade! Então, quando alguma criança entrava na loja, ela paparicava: dava cookies que fazia na pequena cozinha da loja. Muitas vezes tinha que dá-los aos outros clientes também, porque quando o cheiro se espalhava pela loja, ficava difícil esconder. E ela tinha um segredinho: botava uma pitada de canela em suas receitas. A gente já sabe que a canela tem um cheiro inebriante que faz com que a gente quase perca o bom senso!

   Uma senhorinha que tinha um pet shop ali perto, dona Audrey, entrou na loja de Mari com uma aparência meio pálida de quem acabara de ver um fantasma.

Audrey:— Marinette, minha querida, preciso lhe falar...-disse assustada

Marinette:— Bom dia dona Audrey...o que foi que aconteceu pra senhora estar assim tão inflamada?

Audrey:— Não trago boas notícias minha querida! A minha sobrinha está namorando um dos funcionários da obra ali da frente...

Marinette:— Ela está bem? Aconteceu alguma coisa com ela?

Audrey:— Ela está ótima, feliz da vida...

Marinette:—Então qual é o problema? 

Audrey:— O problema é que o rapaz falou pra ela, em sigilo absoluto, que ali vai ser uma loja de música!

Marinette:— De música? Como assim?

Audrey:— Então, minha linda, de música: instrumentos musicais, caixas de som modernas e essas coisas todas de música.

Marinette:— Bom, se for isso mesmo, não tem muito o que eu possa fazer, né? Temos que esperar para ver...

Audrey:— Nós podemos fazer um abaixo assinado, ou um boicote, ou qualquer coisa! Essa loja pode acabar com a sua clientela! É um absurdo que não tenham visto que sua lojinha está aqui! Que audácia dessa gente! Estou indignada!

Marinette:— Calma, dona Audrey, olha o coração. Vamos esperar para ver o que vai ser de fato, ok? E se for isso mesmo, acho que tem clientes para todos, não se preocupe! Quero que a senhora se acalme agora e volte para cuidar dos seus bichinhos, está bem?

Audrey:— Você tem o coração muito bom, Marinette...não merecia que fizessem isso com você...

Marinette:— Eu agradeço sua preocupação, mas eu vou ficar bem, obrigada!

   Mari ajudou a senhora a voltar ao pet shop, que ficava bem pertinho da sua loja. Depois voltou e foi falar com Alya.

Marinette:— Você ouviu o que ela falou, Alya?

Alya:— Ouvi sim, amiga. E vindo dela...você sabe que ela é a maior fofoqueira do quarteirão.

Marinette:— Sim, foi isso que me preocupou. Você acha que pode mesmo ser isso?

Alya:— E se for, o que a gente vai fazer?

Marinette:— Não podemos fazer nada...todos tem direito de abrir seus negócios onde quiserem...

Alya:—Poxa, mas em frente à nossa loja? Por que não em outra esquina?

Marinette:— Sei lá...vamos ter que esperar pra ver. Enquanto isso, vamos trabalhar que é o melhor que a gente faz!

Alya:— É isso aí, amiga! Que tal se a gente mudasse umas coisas de lugar aqui na loja, pra dar uma repaginada?

Marinette:— Adorei a ideia! Isso vai me distrair de ficar pensando no Luka...

Alya:— Então bora começar que o dia vai ser longo!

  As quatro moças então começaram uma arrumação na loja. Todas estavam bem ocupadas, mas além do Luka, essa nova loja não saía da cabeça de Marinette. Mas pelo visto a obra ainda ia demorar um pouco para acabar, então ela resolveu não ficar sofrendo antecipadamente. Foram mudando os instrumentos de lugar e atendendo aos clientes ao mesmo tempo.

Alya:— Amiga, já estamos em outubro. Temos que preparar a decoração de haloween!

Marinette:— É verdade. Alix, pega lá no sótão aquela caixa com os enfeites do ano passado. Vamos ver em que estado estão, pra gente saber o que vai precisar comprar.

   Marinette e Alya adoravam arrumar a loja nessa época! Colocavam caldeirões, estátuas de bruxas, teias de aranha falsa, fantasmas assustadores pendurados e um enorme maestro zumbi na entrada, que assustava quem passasse na calçada. Um grande pote com doces ficava sobre o balcão, perto do caixa, para agradar a quem fizesse alguma compra ali. As meninas colocavam acessórios como máscaras e chapéus para entrar no clima e davam máscaras de papel para as crianças que entravam na loja. Era realmente um ambiente muito gostoso, seria uma pena se acabasse.

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