Capítulo Trinta e Cinco

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💟 Narrador

Hanna retomou a viagem por volta das oito horas da manhã.
O conserto do carro havia demorado mais do que o previsto e ela ainda tinha cerca de seis horas de estrada para percorrer.

As crianças dormiam. O que foi um grande alívio para a garota que descansou seus ouvidos do chororô sem fim da pequena Lis.

Naquela altura estava claro que tudo saiu do controle e a probabilidade de ela ser pega era grande, mas em sua cabeça otimista isso não iria acontecer.

Estava mais do que atrasada e o homem que pegaria as crianças havia lhe avisado que não deveria haver atrasos. Mesmo sabendo disso em nenhum momento considerou que ele não iria estar mais a sua espera já que o tempo havia extrapolado.

Yan e Lis não demoraram a acordar e a pequena se pôs a chorar novamente. Dessa vez o choro não era apenas por estar aos cuidados de uma desconhecida ou de saudades dos pais e familiares. Era também de fome, de sede e por estar com as fraldas sujas. Yan ao contrário da irmã não emitia nem um choramingo sequer. Seu olhar era triste e ele parecia estar doente.

O pranto dolorido de Lis persistiu e não suportando mais todo aquele barulho promovido pela menina a mulher tomou uma decisão drástica: Interrompeu a viagem mais uma vez e retirou a menina com cadeirinha e tudo de dentro do carro.

- Eu vou perder um bom dinheiro, mas você vai ficar bem aqui. Não aguento mais esse chororô dos infernos! Menina insuportável! Você é chata demais! Eu pedi pra você colaborar comigo, mas infelizmente não me deu ouvidos.

Hanna deixou Lis na beira da estrada debaixo de uma pequena árvore abandonada à própria sorte e voltou para o carro encontrando um Yan completamente assustado. Assim que Hanna colocou o carro em movimento ele choramingou como quem estava a perguntar pela irmãzinha.

- Não começa você também viu! - esbravejou irritada focando na estrada. - Ou vou fazer com você o mesmo que fiz com a chata da sua irmã.

O pequeno Yan chorou por um tempo, mas logo calou-se e dormiu.

Por volta das 14:00 horas Hanna chegou aos limites de Nantes, porém algo que não estava nos seus planos aconteceu. Ela foi parada pela polícia na estrada e foram solicitados os documentos dela e logo depois o da criança. Antes mesmo que pudesse dizer algo o policial a reconheceu.

- Espera ai! Vi você hoje no noticiário nacional. Você sequestrou os filhos daquele cantor famoso. Como é mesmo o nome dele?... Do Suga! - disse um dos policiais.

- É verdade! - o outro reforçou. - É ela mesma! - Hanna não estava usando disfarce e na TV sua foto foi exposta das duas maneiras que ele poderia se apresentar. Com ou sem o disfarce.

- Eu não sequestrei ninguém! Estou apenas passeando com ele. - a mulher se defendeu.

- Passeando? Que passeio longo é esse de Barcelona para Nantes? - o policial indagou e o outro emendou uma nova pergunta.

- E onde está a menina? O que você fez com a menina?

- Eu não fiz nada. A menina não veio comigo. Eu não sei onde ela está!

- Olha só moça. - o policial disse pacientemente. - A gente viu no noticiário que você roubou os dois. Queremos saber onde deixou a menina. O que você fez com ela? Fala logo pra você não se complicar ainda mais!

- Eu não sei de menina nenhuma e não fiz nada. - Hanna gritou de forma arrogante.

- Ok. Percebo que não vai colaborar conosco. - o outro policial falou. - Desça do carro com as mãos para o alto. Você está presa por sequestro. Vai ter bastante tempo livre para poder pensar nas besteiras que fez.

Doce Companhia - Min YoongiOnde histórias criam vida. Descubra agora