Capítulo 2

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Hermione

Acordei com o sol batendo em meu rosto. Quando me lembrei quem estava no meu quarto, levantei-me rapidamente; por um momento eu pensei que Draco Malfoy teria dormido na minha casa. No entanto, tudo o que eu vi foi a mim sozinha envolta nos cobertores. De certo modo, eu fiquei triste, parecia frio agora, como se a presença dele fizesse falta.

A conversa durante a noite anterior foi tão intensa e estranha, e ao mesmo tempo maravilhosa. Nunca tinha conversado com ele dessa maneira, eu havia baixado a guarda e me divertido, parecia uma ideia louca. Por um momento eu realmente pensei em como seria se fossemos normais, se fossemos amigos.

Sai da cama, ainda estava com o mesmo vestido do dia anterior, o cabelo em uma verdadeira juba de leão; saindo bufando do quarto. Foi ao levantar e ir em direção a janela que vi uma carta em cima da minha mesa. Caminhei até a mesa, as cortinas estavam abertas, e o sol bateu no meu rosto, esquentando minhas bochechas.

Peguei a carta e comecei a lê-la. Cada frase, cada palavra, cada sentimento posto em suas letras. Quando acabei eu estava chorando, as lágrimas doíam. Eu não sabia o porque, mas doíam, era como se uma faca estivesse no meu coração. Comecei a chorar de tristeza por mim, pelos meus amigos, e por último por Draco, queria correr e nos tirar desse mundo. Nunca tinha pensado que viria a chorar por ele, ou começar a gostar de Draco como pessoa.

Meus pensamentos foram direto na vida que ele tinha. Pelo o que sei, seus pai raramente ia buscá-lo na estação durante as férias, somente sua mãe - Narcissa Malfoy - o acompanhava de volta. Por mais que a mãe de Draco aparentava ser uma ótima mãe, sempre ouvi que ela tinha um preconceito árduo contra mestiços e nascidos-trouxas; assim como sua irmã, Bellatrix.

Não tive problemas em esconder meu rosto de choro em casa, já que meus pais foram visitar uns parentes e eu fiquei só em casa. Infelizmente não consegui afastar toda a angústia, e aparentemente estar triste e sozinha em um ambiente nos faz pensar sobre coisas e possíveis acontecimentos depressivos. E era tudo o que eu queria evitar, por isso eu havia voltado para casa.

Entrei no banheiro, liguei o chuveiro e tomei um longo banho quente, a água do banho misturada entre as lágrimas, eu não conseguia gritar, e por um momento não queria pensar. Era como um nódulo na minha garganta. Comecei a ficar tonta, minhas pernas falharam e quando percebi eu estava caindo.

Draco

Quando cheguei na mansão, aparentemente ninguém havia dado falta da minha presença, o que era ótimo; assim não precisava inventar desculpas. Tomei um banho, e fui me deitar, porém, o sono não queria dar as caras. Fiquei pensando em como foi minha conversa com a Granger, como eu havia mostrado quem eu realmente era. Confiava o suficiente nela para saber que nunca iria contar a ninguém sobre mim, sobre nosso encontro, e nossa conversa. Nem mesmo para o Potter e o Weasley. Pensei na carta que eu havia deixado a ela, infelizmente tudo era verdadeiro e teríamos que voltar a por nossas máscaras quando retornássemos a Hogwarts.

Não parei de pensar em como ela havia mudado, deixando de ser aquela menina pequena com a enorme juba; para se tornar a garota que é hoje. Forte, inteligente e corajosa. Algo que eu jamais seria. Não seria capaz de enfrentar metade das coisas que ela enfrentou; ajudar o Potter no primeiro e segundo ano, pondo a vida em perigo pelos outros sem pensar nas consequências. Uma verdadeira Grifinória.

Fiquei pensando em nosso encontro na livraria, me lembrei do livro dourado; o livro que Hermione gostou. A história que ela amava. Após lutar muito entre meus pensamentos, resolvi que iria dar o livro de presente a Hermione, e assim pela primeira vez, fazer algo que eu achava certo. Levantei da cama, fui até a mesa de estudos que fica no canto do meu quarto. Puxei um pergaminho e uma pena, e escrevi um recado a Blásio.

Entre o Caos - Livro UmOnde histórias criam vida. Descubra agora