Hermione
Acordei com o sol batendo em meu rosto. Quando me lembrei quem estava no meu quarto, levantei-me rapidamente; por um momento eu pensei que Draco Malfoy teria dormido na minha casa. No entanto, tudo o que eu vi foi a mim sozinha envolta nos cobertores. De certo modo, eu fiquei triste, parecia frio agora, como se a presença dele fizesse falta.
A conversa durante a noite anterior foi tão intensa e estranha, e ao mesmo tempo maravilhosa. Nunca tinha conversado com ele dessa maneira, eu havia baixado a guarda e me divertido, parecia uma ideia louca. Por um momento eu realmente pensei em como seria se fossemos normais, se fossemos amigos.
Sai da cama, ainda estava com o mesmo vestido do dia anterior, o cabelo em uma verdadeira juba de leão; saindo bufando do quarto. Foi ao levantar e ir em direção a janela que vi uma carta em cima da minha mesa. Caminhei até a mesa, as cortinas estavam abertas, e o sol bateu no meu rosto, esquentando minhas bochechas.
Peguei a carta e comecei a lê-la. Cada frase, cada palavra, cada sentimento posto em suas letras. Quando acabei eu estava chorando, as lágrimas doíam. Eu não sabia o porque, mas doíam, era como se uma faca estivesse no meu coração. Comecei a chorar de tristeza por mim, pelos meus amigos, e por último por Draco, queria correr e nos tirar desse mundo. Nunca tinha pensado que viria a chorar por ele, ou começar a gostar de Draco como pessoa.
Meus pensamentos foram direto na vida que ele tinha. Pelo o que sei, seus pai raramente ia buscá-lo na estação durante as férias, somente sua mãe - Narcissa Malfoy - o acompanhava de volta. Por mais que a mãe de Draco aparentava ser uma ótima mãe, sempre ouvi que ela tinha um preconceito árduo contra mestiços e nascidos-trouxas; assim como sua irmã, Bellatrix.
Não tive problemas em esconder meu rosto de choro em casa, já que meus pais foram visitar uns parentes e eu fiquei só em casa. Infelizmente não consegui afastar toda a angústia, e aparentemente estar triste e sozinha em um ambiente nos faz pensar sobre coisas e possíveis acontecimentos depressivos. E era tudo o que eu queria evitar, por isso eu havia voltado para casa.
Entrei no banheiro, liguei o chuveiro e tomei um longo banho quente, a água do banho misturada entre as lágrimas, eu não conseguia gritar, e por um momento não queria pensar. Era como um nódulo na minha garganta. Comecei a ficar tonta, minhas pernas falharam e quando percebi eu estava caindo.
Draco
Quando cheguei na mansão, aparentemente ninguém havia dado falta da minha presença, o que era ótimo; assim não precisava inventar desculpas. Tomei um banho, e fui me deitar, porém, o sono não queria dar as caras. Fiquei pensando em como foi minha conversa com a Granger, como eu havia mostrado quem eu realmente era. Confiava o suficiente nela para saber que nunca iria contar a ninguém sobre mim, sobre nosso encontro, e nossa conversa. Nem mesmo para o Potter e o Weasley. Pensei na carta que eu havia deixado a ela, infelizmente tudo era verdadeiro e teríamos que voltar a por nossas máscaras quando retornássemos a Hogwarts.
Não parei de pensar em como ela havia mudado, deixando de ser aquela menina pequena com a enorme juba; para se tornar a garota que é hoje. Forte, inteligente e corajosa. Algo que eu jamais seria. Não seria capaz de enfrentar metade das coisas que ela enfrentou; ajudar o Potter no primeiro e segundo ano, pondo a vida em perigo pelos outros sem pensar nas consequências. Uma verdadeira Grifinória.
Fiquei pensando em nosso encontro na livraria, me lembrei do livro dourado; o livro que Hermione gostou. A história que ela amava. Após lutar muito entre meus pensamentos, resolvi que iria dar o livro de presente a Hermione, e assim pela primeira vez, fazer algo que eu achava certo. Levantei da cama, fui até a mesa de estudos que fica no canto do meu quarto. Puxei um pergaminho e uma pena, e escrevi um recado a Blásio.
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Entre o Caos - Livro Um
FanfictionDepois do Torneio Tribuxo, Hermione decide passar o começo das férias em casa, com seus pais. Draco, que estava passando por um inferno, decidiu sair encontrando Hermione por acaso. Depois daquela tarde tudo muda. Será que eles vão parar de odiar? ...