Capítulo 4

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Hermione

Fui da Toca para a sede da Ordem da Fênix junto com a Família Weasley. Logo depois Harry chegou e aí sim virou tudo uma bagunça. Tivemos que faxinar a casa dos Black 's de cima a baixo, já que a senhora Weasley precisava ocupar a cabeça. Ainda não acreditava no que o ingrato do Percy fez, rejeitar a própria família, trocá-los pelo ministério. O mesmo ministério que duvidava e falava absurdos de Harry e de Dumbledore.

A viagem de trem foi tranquila, mas a tensão no ambiente era quase impossível de se deixar de lado. Harry estava preocupado desde a audiência no Ministério, estava mais inquieto do que no ano anterior. Durante nossa estadia na Sede, ficamos tentando ouvir as conversas entre Sirius e os outros integrantes. Era exaustivo não saber de nada, não saber quando iremos lutar ou se precisavam de nós. Eu estava começando a ficar preocupada com ele, cada vez que surgia uma nova notícia de você-sabe-quem, meu corpo ficava mais tensionado, e Harry se afastava de todos. Para piorar o Profeta Diário estava atacando Sirius e Harry, e afirmando a todo custo que Você-sabe-quem não havia voltado.

Neste ano, Ron e eu fomos promovidos a Monitores, o que significava mais responsabilidades. Sinceramente eu não me importava com as responsabilidades a mais, desde que não interferissem nos meus estudos para os futuros NOM'S.

Estávamos todos no trem, até que o vi, saindo da cabine junto com Crabbe e Goyle. A postura voltou a ser a mesma, o garoto platinado, rico, sangue-puro e arrogante.

- Que é? - Harry agora estava na defensiva. Óbvio que estava começando a ficar irritado.

A presença de Malfoy pesava, todos começaram a ficar tensos, esperando as ofensas. Fiquei igualmente aos outros, apesar de nessa hora eu me lembrar da tarde em que passamos juntos, e consequentemente me lembrar das palavras de Draco na carta. A carta que ele havia deixado. A carta que deixava claro que não deveríamos ser amigos e que tínhamos que manter a aparência.

- Modos, Potter, ou terei que lhe dar uma detenção. Como está vendo, ao contrário de você, fui promovido a monitor, o que quer dizer que, ao contrário de você, tenho o poder de distribuir detenções.

Ótimo, Malfoy como monitor, mas que ótima notícia para o mundo saber que ele estava no comando. Só fiquei preocupada com os alunos das outras casas, os grifinórios sabiam se cuidar.

- É - Dessa vez a ofensa viria de Harry. - Mas, ao contrário de mim, é um idiota, então vá saindo e nos deixe em paz.

Dessa vez eu não segurei o riso, aliás, todos nós rimos até o Neville. Malfoy nos olhou de cima a baixo, parecia irritado. Já Harry parecia estar se divertindo.

- Diga-me. Como se sente sendo o segundo melhor depois de Weasley, Potter? - perguntou Malfoy.

Agora eu estava irritada, por mais que ele fosse diferente, por mais que eu tenha conhecido seu outro lado, mexer com os meus melhores amigos me deixava uma fera. Agora eu não deixaria nada passar.

- Cala a boca, Malfoy. - Eu respondi. Ele então me olhou. Eu estava esperando a mesma ofensa que de sempre - Sangue-Ruim - mas para a minha surpresa, a ofensa não saiu. Em vez disso, Malfoy voltou a atenção a Harry e os demais, me excluindo de seus xingamentos.

- Parece que eu toquei em um calo - Malfoy respondeu, dando um sorriso. - Bem. Apenas tenha cuidado, Potter, porque eu vou te caçar como um cão, no caso de você sair da linha

Ah, mas agora ele passou dos limites. Me levantei.

- Sai daqui, Malfoy. Anda. - Agora ele havia me irritado de vez. Garoto sem noção.

Assim que ele saiu, fechei a porta da cabine. Privacidade com meus amigos novamente, glória. Me sentei, pude sentir a onda de calor e nervosismo no ar. Harry me olhou por um segundo e eu sabia o que ele queria dizer, estava nervoso e ao que parece esse ano seria longo. Tentei aliviar a tensão dentro do vagão.

- Acho melhor colocarmos nossos uniformes. - Era a melhor ideia a se fazer para acalmar o grupo.

Assim que me vesti, eu e Ron colocamos os distintivos de Monitores nas vestes. Agora tínhamos um certo poder por sermos monitores, mas eu prometi a mim mesma que seria justa, regras devem ser compridas, embora nos últimos anos isso tenha sido difícil por causa do Harry.

[...]

Chegamos à estação de Hogwarts, Ron e eu nos distanciamos de Harry, e fomos dar uma olhada nos alunos do primeiro ano. Foi quando eu vi Malfoy, com seu uniforme da Sonserina, junto com Crabbe, Goyle e Pansy Parkinson intimidando alunos do primeiro ano. Ah sinceramente, eles não tem o que fazer? O pior foi descobrir que a Pansy seria monitora. Até hoje não sei como alguém pode ser amiga dela, ela tinha preconceito contra todos, se duvidar até do Malfoy ela tinha.

Foi quando chegamos ao Grande Salão, que vimos uma nova mulher sentada na mesa dos professores. Harry disse.

- Aquela é Umbridge, trabalhava para o Fudge. - Seu olhar estava atento à mulher de cardigã rosa.

Pelo visto teremos uma nova professora. Depois que Dumbledore a apresentou, ela mesma se apresentou. O melhor da apresentação de Dolores Umbridge, foram os gêmeos desdenhando do discurso da mulher.

Seu discurso foi bastante esclarecedor, me dei conta de que esse ano nada seria fácil. Ainda mais com a possível intervenção do Ministério da Magia ao ano letivo de Hogwarts. Eu, Hermione, tinha plena certeza que Dolores Umbridge foi enviada a Hogwarts para cuidar e observar de perto Harry e Dumbledore, já que Fudge estava decidido a rejeitar a ideia de que Você-sabe-quem retornou. Harry iria precisar de toda a ajuda possível para escapar do possível ataque do ministério a ele, vindo diretamente de Dolores.

Na hora do jantar, minha atenção chegou até um certo cabelo loiro platinado. Malfoy, estava me olhando, seu olhar agora estava suave, já que todas as outras pessoas estavam prestando atenção no jantar. Seu olhar caiu sobre mim, e de repente eu ouço uma voz dentro da minha cabeça.

"Me desculpe por hoje mais cedo. Fui um babaca."

Reconheci a voz. Mas como isso era possível? Antes que eu pudesse fazer algo, ou até me mexer. Malfoy já havia voltado a atenção ao jantar e aos colegas da Sonserina, voltando a ter seu olhar frio e arrogante, com o ar de superioridade.

Entre o Caos - Livro UmOnde histórias criam vida. Descubra agora