Capítulo 8

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Hermione

- Preciso que me ajudem a sair do castelo...

- Mione, você está quebrando regras? - Fred pareceu ligeiramente interessado. - FINALMENTE!

- Não devo explicações. - Bufei. - Me ajudem e não falem nada pros meninos.

- Duas semanas sem falar nada e nem dar advertências de monitora? - George perguntou.

- Sim. Fechado?

- FECHADO. - Os gêmeos falaram.

- Combinamos tudo amanhã então. Preciso ir ainda essa semana. - Falei antes de subir para o dormitório.

Narrativa dos Gêmeos

Hermione saiu andando em direção a escada do dormitório feminino.

- Engraçado Fred. Nunca pensei que logo a Hermione quebraria as regras. - George estava curioso de como ambos iriam ajudar a garota.

- Se bem que desde o primeiro ano ela quebra regras com o Harry. - Fred respondeu olhando pra escada do dormitório feminino.

- O que é vai ficar parado aí admirando a escada ou vai me ajudar a vender as vomitilhas pros novatos? - George perguntou a Fred.

- Prefiro a bela escada. 


Mais tarde ambos subiram pro dormitório.

- Vamos escolher qual passagem para Hermione? - Fred pensou alto.

- Podemos passar para ela a mesma passagem que Harry usou no terceiro ano, a da bruxa de um olho só. - George comentou arrumando os cobertores de sua cama.

- Ela disse para não contar "aos meninos". - Fred comentou, imitando a voz de Hermione. - O que será que ela está escondendo que não quer que Harry e Rony saibam?

- Ela mesma falou que vai a uma livraria, mas acho mais interessante ficar de olho nela, sabe? Por garantia que não vá se machucar. - George disse se jogando na cama.

- Ouuuu...você tem a mesma curiosidade que eu, e quer ver se ela está de casinho com algum outro cara da escola. 

- Isso também. 


NO DIA SEGUINTE

Hermione

 Estava indo em direção a sala de aula. Minha cabeça estava cheia dos deveres, e hoje seria o primeiro dia da AD. Evitei falar com Draco, não queria ficar mentindo para ele; muito menos ser questionada pela agitação dos alunos que aceitaram estar na armada. 

Passei por um corredor, que particularmente eu não era fã. Havia poucas janelas e iluminação, e na minha experiência esse tipo de lugar nunca era bom de se andar; principalmente sozinha. De repente, senti alguém me puxar no meio do corredor, uma mão gélida, porém forte.

- Me solte. - Tentei lutar para sair das mãos da pessoa.

- Você está com o colar? Não me responde, e eu vim te avisar sobre a Umbridge. - Era Malfoy. Ele me puxou para um canto escuro e vazio do corredor, estava usando o uniforme da Sonserina e estava com um ar de preocupado, porém em alerta, sem deixar sua pose de sonserino de lado.

- Alertar sobre o que? - Perguntei me soltando de suas mãos.

- Não me interessa o que você, o testa rachada e o cabelo de cenoura estão fazendo, mas eu sei que está acontecendo algo, porque Dolores está vigiando vocês. - Ele falou em um tom sério.

- Por Merlin. Eu só estou preocupada com os estudos. - Menti. Ele me olhou desconfiado. 

- Você não está entendo, Granger.

- Quem não está entendendo é você! - Falei praticamente gritando. Eu estava tendo uma carga de tensão havia dias. Mas evitei ao máximo não ser desagradável com as pessoas. - Quem a anos se finge que babaca arrogante é você. Quem tem a família de Sangue-Puro perfeita é você. QUEM SENTA A BUNDA NUM SOFÁ DE COURO DE UMA SALA NAS MASMORRAS E DEIXA AS DESGRAÇAS ACONTECEREM É VOCÊ E O SEU GRUPINHO.

- Granger eu... - Ele começou.

- NÃO ME INTERESSA O QUE VOCÊ VAI DIZER, PORQUE VOCÊ NUNCA FEZ NADA E AO CONTRÁRIO DE VOCÊ EU ESTOU AJUDANDO A PROTEGER O NOSSO MUNDO, POIS ADIVINHA SÓ...EU TAMBÉM SOU UMA BRUXA. - Respondi gritando. 

- E VOCE ACHA QUE É FACI? VOCE ESTÁ NA SUA PELE DE HEROÍNA, E EU SOU TAXADO COMO ARROGANTE E MAU POR SER SANGUE-PURO. - Draco gritou. Ele claramente estava nervoso. - EU OUÇO TODOS OS DIAS AS PESSOAS ME CHAMANDO DE IDIOTA E BABACA. QUERIA PODER MUDAR ISSO, MAS EU NÃO POSSO HERMIONE. EU ESTOU FADADO A SER ESSE MONSTRO RIDÍCULO QUE CRIARAM. - Fiquei parada sem saber o que responder. - Pra você é muito fácil ser a querida de todo mundo. Você se coloca em perigo por nada enquanto poderia estar estudando e ignorando tudo. 

- Ignorar tudo como, Malfoy? - Draco recuou. Chamar seu sobrenome pareceu afetar ele. - Me coloco em perigo pelos meus amigos, pela vida que eu quero ter, pelo futuro que eu quero ter, e você quer ter que futuro? - Aquilo o atingiu profundamente, pude notar; mas não dei muita importância. - Quer saber...esquece. - Falei e sai andando. 

Draco

Passei os últimos meses preocupado com o que estava pra acontecer, eu não sabia o que estava acontecendo de fato, no entanto a minha família estava inquieta. Pelo que eu estava sabendo, a Tia Bella cedeu sua mansão para o Lorde e seus Comensais. Minha mãe estava mais tensa que todos, e meu pai continuava com seu tom arrogante pra cima dos demais bruxos, ostentando seu poder dentre o bando de comensais de merda. No fundo eu sabia que apesar da adoração ao sem nariz, o que eles mais tinham medo era o poder que ele queria adquirir, assim como sua necessidade de matar a quem falhasse nas missões.

Depois da discussão com Hermione no corredor, eu precisava manter a calma e pensar em como não causar o caos, quanto mais cedo houver desequilíbrio, mais cedo haverá guerra. E não queria explodir novamente com ela. Minha preocupação foi ao ápice só nessa discussão. Ela queria lutar, isso estava claro, mas do que adiantava ela esconder as coisas se por hora o maior perigo era de alguém que vinha de dentro do Ministério. 

Pensei no que poderia estar acontecendo dentro do castelo. O que Potter e os outros estavam tramando, estavam descontentes com a Alta Inquisidora, isso estava claro. A mestiça até cortou as vendas dos produtos dos gêmeos Weasley, e apesar de não demonstrar, eu adoro o jeito como aqueles dois administram o que vendem e como se divertem fazendo isso. Eram felizes. Toda a família Weasley, mas o que poderia custar? E quem? Se houvesse uma guerra, com toda a certeza alguém seria morto.

Cheguei na sala de aula atrasado. Aula de História da Magia com a Grifinória. Hermione já estava sentada de cabeça baixa estudando. Por sorte de Salazar, o professor estava de costas e não me viu entrando.

Sentei ao lado de Blásio, que notou nitidamente o meu aborrecimento.

- Não conseguiu pegar alguma garota, Draquinho? - Ele falou cochichando.

- Cala a boca. - Respondi irritado.

Blásio não revidou, e eu agradeci por isso. Não prestei atenção em nada da aula. Minha cabeça pensava em milhares de coisas, eu não havia nenhum momento de paz, e certamente não teria pelo resto do ano. Minh única distração na sala era a garota cacheada. 

Virei minha cabeça, fingindo estar desinteressado na aula e a observei. Estava tão focada em escrever no pergaminho; seu cabelo caia sobre a mesa. E só levantava a cabeça para copiar o que estava no quadro. 

- Hermione me desculpe. - Pensei. Não sabia se ela estava com o colar. Foi quando notei que ela levantou a cabeça e suspirou. 

- Vá estudar, Draco. - Falou. Ela estava cansada, a voz demonstrava isso. - Depois conversamos. 


Entre o Caos - Livro UmOnde histórias criam vida. Descubra agora