Capítulo 5 - Sangue traidor

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Gina Weasley havia pulado nas costas de Draco, que agora corria pelo jardim com a garota agarrando seu pescoço. Havia um pouco de neve no chão, o que dificultava os grandes passos do garoto.

- Me põe no chão.

- Ninguém mandou pular – ele segurava as pernas da garota, para que ela não caísse.

- Não gosto disso – a garota riu, e o garoto passou a correr mais rápido.

- Vamos cair Draco – ela falou apertando o pescoço do garoto com força.

- Ta com medinho é Weasley? – agora ele corria em círculos, e fazia ziguezagues.

- DRACO – ela gritou.

O garoto estava tão distraído em irritar a amiga, que não percebeu que havia uma pedra em seu caminho, fazendo-o tropeçar, e os dois caírem na neve.

- Eu disse – ela falou rindo, olhando para o garoto que havia caído ao seu lado. – Eu disse.

- Foi divertido, confessa – ele ria.

- Não nego – a garota riu, raspou um pouco de neve e jogou na cara do garoto.

- Como ousa – ele riu e fez o mesmo.

A ruiva tentou se levantar para fugir dos ataques de neve, mas Draco a puxou pelas pernas, fazendo com que ela caísse em cima dele.

Gina encarou os olhos acinzentados do garoto. Tinha algo de espetacular naquele olhar. Ao mesmo tempo em que brilhava e reluzia, parecia sem vida, sem cor. Eles ficaram ali, jogados no chão por alguns minutos, apenas observando cada detalhe no rosto do outro.

- Porque você sempre tem que me derrubar ruivinha? – ele falou quebrando o silencio.

- Porque – ela pegou rapidamente um pouco de neve, jogou no cabelo do garoto e se levantou – não sei – ela riu – Você tem cheiro de baunilha.

- Vai se arrepender por ter molhado meu cabelo Weasley. – ele riu, e saiu correndo atrás da garota.

-(0)-(0)-

Já era comum ver Gina Weasley conversando com Draco Malfoy pelos corredores, ele costumava ir busca-la ao final da última aula, para passearem pelo jardim, ou quando a nevasca ficava forte, simplesmente ficavam andando pelos corredores do colégio, observando os quadros se mexendo. Os olhares e os múrmuros sobre eles já haviam desaparecido, os únicos que permaneciam no assunto era o trio de ouro, formado por Harry Potter, Hermione Granger, e Rony Weasley, que insistiam em ficar falando para a garota se afastar, não era segredo nenhum que o trio, e Malfoy eram inimigos declarados.

Era sexta-feira, Gina saiu da aula de feitiços na esperança de ver o amigo a esperando, mas ele não estava na porta como de costume, então ela foi até o salão comunal da Grifinoria, Rony e Harry jogavam xadrez bruxo, Hermione observava atentamente ao lado.

- Sou a próxima – ela falou se aproximando e se sentando ao lado da garota.

-Não vai ver o Malfoy hoje? – Hermione falou baixinho.

-Ah, hoje não – a ruiva sorriu.

E então ela ficou ali com eles, jogando até tarde da noite, até que se cansou se despediu dos amigos e foi até seu dormitório, ao se deitar na cama, ficou imaginando a onde Draco estaria. Certamente importunando algum aluno do primeiro ano, ou puxando o saco de Snap, o diretor de sua casa, ou apenas dormindo, era evidente que o garoto não andava dormindo muito fazia tempo.

-(0)-(0)-

Draco Malfoy estava em uma rua escura e gelada, havia saído escondido do castelo por uma das passagens secretas, ele tremia um pouco de frio. A expressão no seu rosto era fria e sem vida.

- Draco, querido – uma voz extremamente gelada e mórbida o chamou, ele olhou para trás e o viu. Estava encapuzado, escondendo o rosto, mas não havia dúvidas. Era aquele-que-não-deve-ser-nomeado.

Há alguns meses, por pressão de sua família, e pelo desejo de conquistar poder, Draco acabou se aliando ao Lorde das trevas. Achava que assim, seus pais teriam orgulho dele, e que teria poder suficiente para fazer o que quiser, para ter a atenção daqueles ao seu redor, e consequentemente, dar uma boa lição em Potter. Mas com o tempo, ele percebeu que havia feito uma péssima escolha. Seu desejo pelo poder era grande. Mas, seu desejo pela vida, e agora, pelo amor, era maior.

- Tom – ele falou ríspido.

- Como ousa – a figura encapuzada se aproximou, seu rosto era horrível, branco e sem vida, com olhos pretos, e furos a onde deveria ser o nariz – Como ousa insultar seu mestre dessa forma. – Voldemort, o lorde das trevas, pegou sua varinha, apontou para o garoto e sussurrou algo que o fez voar longe e bater contra um poste. – Nunca mais diga esse nome. – ele se aproximou do loiro caído no chão, que resmungava de dor – O que te deixou tão rebelde Draco? – o homem tirou o cabelo do rosto do garoto, deixando a vista um corte ensanguentado.

Draco permaneceu em silencio.

- Não costumo aparecer para meus servos Draco – ele se afastou e se virou de costas – Mas, você tem uma missão muito mais importante do que o outros. Como estão indo as coisas?

- Está tudo ok.

Voldemort virou-se novamente para o garoto.

- Não gosto de mentiras Malfoy – ele riu – Não seja covarde como seu pai.

- Não sou.

- Creio que não – a figura riu novamente – Sabe, há boatos de que você anda perambulando por ai com a Weasley caçula, aqueles sangues traidores nojentos – ele apontou a varinha novamente para o garoto – Não gosto de meus servos envolvidos com essa gente nojenta.

- Não fale assim dela – o garoto falou se levantando.

- Vai dizer que está apegado a aquela nojentinha? Ela nem ao menos usa roupas decentes.

- Não vim aqui para falar de Gina.

- Oh, não – mais uma risada – Você veio aqui para que eu me certifique de que você irá até o fim – ele continuava com a varinha apontada para o loiro – Espero que me dê orgulho Draco, e que vá até o final de sua missão. Dumbledore precisa estar morto antes do final do ano letivo.

- Estará. E quando estiver, estarei livre.

- Oh, sim – outra risada – Livre – ele riu – Draco, querido. A brincadeira só começa com ele morto. Ai sim iremos nos divertir.

- Não farei mais nada para você.

- Oh, vai – ele continuava com a varinha apontada – Você pertence a mim Draco, tal como seus pais. Mas, cansei de conversa. Não suje o nome da sua família ficando com aquela garota. – pausa – CRUCIO.

E Draco sentiu uma dor como nunca sentirá antes, ele caiu no chão se contorcendo de dor, era inevitável gritar.

- ME MATA DE UMA VEZ – Draco gritou – ME MATA, E ESTARA FAZENDO UM FAVOR A MIM, E A TODOS.

- Ainda não chegou a hora, seja um bom servo Draco. E guardarei um lugar ao meu lado, juntos, dominaremos o mundo – e então o bruxo desaparatou, deixando o menino ali, caído, gritando de dor.

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