Capítulo 8 - Banheiro dos monitores

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Gina havia acabado de sair de um treino de Quadribol, estava praticamente sem voz, de tanto gritar com os garotos do time que se distraiam o tempo todo. Ela caminhava em direção ao salão principal para tomar café da manhã, estava morrendo de fome.

- Você está bem Gin? – Harry estava ao seu lado – Seu pé parece machucado.

- Devo ter torcido – ela sorriu – Estou bem Harry.

- Nem para me esperarem – agora era Rony, que corria em direção aos dois – Me deixaram sozinho, guardando as bolas – ele parecia irritado.

- É para isso que servem os irmãos mais velhos Ron – Gina riu.

- Espero mesmo ganhar a taça esse ano – Harry disse com os olhos brilhando.

- Sempre ganhamos – a ruiva sorriu.

- Para esfregar a taça na cara do Malfoy, aquele babaca. – Ron.

- Rony, não fala assim, ele é meu amigo – Gina tentou forçar sua voz, que estava bem rouca.

- Draco Malfoy não tem amigos Gina – Harry falou sem expressão na voz – Ele é um idiota, você não notou como ele anda agindo estranho? Ele falta às aulas, se atrasa, e está sempre sumindo, se não fossemos obrigados a ter que ver vocês perambulando pelo castelo ao fim das tardes, mal o veríamos, como se ele não existisse.

- Ele é realmente um babaca, não faria falta se desaparecesse para sempre – Rony falava dando passos mais largos estava realmente com fome.

- Draco só gosta de privacidade – Às vezes Gina errava algum passo, seu pé ainda doía um pouco, como o resto do seu corpo. – Se vocês dessem uma chance a ele, veriam como ele realmente é.

- Você ainda vai ver que estamos certos irmãzinha – Rony bagunçou o cabelo da garota – Vamos Harry, Hermione está nos esperando.

Então os dois saíram correndo, deixando a garota sozinha, ela caminhou lentamente até o salão principal, sentou-se ao lado de seus amigos, e pegou um pedaço de torta de abobora, ela olhou para frente, para a mesa da Sonserina, mas não encontrou o olhar acinzentado do amigo.

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Draco Malfoy estava no banheiro dos monitores, era um dos poucos lugares na qual ele poderia ficar sozinho. Já que ninguém frequentava ali. O banheiro era lar da murta-que-geme, uma garota, ou melhor, um fantasma de uma garota, que havia morrido na primeira vez em que a câmara secreta foi aberta. O garoto estava debruçado sobre uma pia, e havia algumas lágrimas escorrendo de seu rosto.

- Você parece triste – o fantasma apareceu ao seu lado.

- Não enche sangue-ruim

- Só vim oferecer um ombro amigo – a garota começou a chorar.

- Não preciso.

- Pode me contar o que está acontecendo Draco, o que eu posso fazer? Sou um fantasma rejeitado.

O garoto realmente não tinha para onde recorrer, e o fantasma realmente não era uma ameaça.

- Alguém que amo se feriu, por minha causa.

- Malfoy é capaz de amar? Sabe, ouço muitas coisas aqui. E uma delas, é que você é mal.

- Maldade é algo relativo – ele falava olhando para seu reflexo.

O garoto não suportou mais, e deixou mais lágrimas escorrerem pelo seu rosto.

-Bom, se você ama mesmo, então não permita que ela se machuque de novo, e certifique se que ela saiba de seus sentimentos. – e então a murta desapareceu pelos boxers.

Draco permaneceu ali. Toda a dor que havia guardado durante todos os meses, ele libertou. Em lágrimas, e um pequeno grito. A dor que sentia tanto física quanto emocional chegava a ser quase insuportável. Mas, nada que não pudesse piorar. Draco imaginava como o mundo seria melhor sem ele.

- Malfoy – era a voz de Harry, que entrará no banheiro – Estava te procurando.

- O que você quer Potter? – o loiro secou suas lágrimas.

- Gina estava ferida hoje – o moreno falou irritado – Mal conseguia andar, quase caiu da vassoura diversas vezes.

- E?

- E que ela só anda com VOCÊ. Fico imaginando o que você fez e como a machucou.

- Eu não fiz nada Potter.

- Se esconder no banheiro dos monitores não me parece uma atitude de um inocente.

- Potter, eu jamais machucaria a Gin.

- Você pode ter conseguido manipula-la. Mas eu sei quem você é Malfoy. Um garoto mimado e esnobe que não se importa com ninguém além de si mesmo. Filho de comensais, os mais fieis a Voldemort. Você é um imbecil, o maior que já existiu em nossa época Malfoy. Gina é uma garota inteligente, não consigo entender como ela não percebe isso. Como ela não percebe o completo babaca covarde que você é.

- Cala a boca Potter.

- Não ouse encostar em um fio de cabelo dela Draco, ou irá se arrepender amargamente.

- Tudo isso é ciúmes Potter? Ciúmes porque Gin não gosta de você? – o loiro riu – Ciúmes porque ela prefere a mim?

- COVARDE – Harry gritou, e apontou sua varinha para o loiro.

- Não vou machucar Gin – o loiro rangeu os dentes. – Mas, não me importo com você. – Draco apontou a varinha para o moreno e sussurrou "Crucio".

Mais que rapidamente, entre gemidos, Harry gritou algo que havia lido em um livro, não fazia ideia do que o feitiço fazia. Mas foi a única coisa que passou em sua mente.

- SECTUMSEMPRA.

Nesse momento Draco Malfoy caiu no chão, com o corpo ensanguentado. A sensação que tinha era de que havia sido esfaqueado por diversas facas ou espadas. Ele sangrava. Sangrava muito.

Harry ficou parado, apavorado, não sabia o que fazer, olhava a imagem do garoto caído no chão, gemendo de dor, e inundando o banheiro de sangue.

- O que está acontecendo? – Severo Snap, o professor de poção apareceu. Viu o loiro caído no chão e correu até ele, e sussurrou um contra feitiço.

- Você está muito encrencado Potter – o professor falou, pegou o corpo desmaiado do garoto e o levou em direção à enfermaria.

Harry ficou ali parado, suas mãos tremiam. Ele quase havia matado o garoto.

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